Novos formatos: R360, R2D2, 3-CPO. Qual o melhor?

Helena AmorimOutubro 26, 20253min0

Novos formatos: R360, R2D2, 3-CPO. Qual o melhor?

Helena AmorimOutubro 26, 20253min0
Helena Amorim olhou para os problemas e vantagens da liga R360 que parece estar com dificuldades em ganhar vida

Hoje, iremos falar sobre uma situação que já saiu dos bastidores em Junho mas que ainda está a causar extenso derrame de tinta. Trata-se de uma possível nova competição global de rugby, denominada R360, saído da mente de um conjunto de personalidades, sendo o rosto mais visível do projecto, Mike Tindall.

Mike Tindall, é um antigo jogador de rugby, membro da família real e embaixador de várias causas. Nasceu em Otley, em 1978 e ocupou a posição de segundo centro durante 17 anos pelos clubes Bath e Gloucester, tendo ainda representado a selecção em 75 ocasiões.

12 franquias: 8 masculinas e 4 femininas a competirem em várias cidades Mundiais (Londres, Tóquio,  Dubai, Miami entre outras) em duas janelas temporais, uma de Abril a Junho e outra entre Agosto e Setembro. A ideia seria tentar uma espécie de Circuito de Sevens mas desta feita com XV, embora detalhes da organização do torneio, ainda não estejam disponíveis. Fazer um mini-torneio, um espectáculo de rugby, atrativo para quem vê, com menor pressão para os jogadores (menos jogos) e apelar a novos públicos

Há patrocinadores de peso interessados com valores de contratos com jogadores a começarem a surgir (860 mil euros) e inclusivamente um contrato de 10 milhões de euros por três anos para uma figura importante da modalidade. A vontade é garantir uma menor pressão nos jogadores

Este mês, saiu uma declaração conjunta de Inglaterra, Irlanda, Escócia, Itália, Austrália, Nova Zelândia e Africa do Sul, dizendo que quem participasse no R360, ficaria inelegível para representar as respetivas selecções: há receio que os lucros sejam distribuídos apenas por uma elite do rugby.

Argentina e Gales ainda não se pronunciaram…

Gales até está, inclusivamente a servir como um elemento positivo pró-torneio; há movimentação da Welsh Rugby Union para cortar as franquias a metade e já há vozes a apelarem à movimentação dos jogadores que serão “cortados” para este novo torneio.

A diretora da Premiership Women’s Rugby, Genevieve Shore, levanta questões pertinentes ao afirmar que uma competição feminina com 4 franquias, é uma competição de espetáculo, não permitindo uma preparação digna das jogadoras, que têm os seus compromissos internacionais.

O sentimento geral é de elevada curiosidade e vontade de perceber melhor a organização e os meandros detalhados desta proposta, que encontra vantagens e desvantagens mas que acima de tudo, tenta ser uma rebeldia ao status quo instalado.

Kieran Read foi o rosto de uma ideia igualmente polémica  em 2023, quando advogou um torneio de 12 equipas contra 12. A grande questão é: como garantir a boa condição dos atletas para os encontros internacionais e como vão ser investidos os lucros da competição? Porque um investimento que não seja na formação e desenvolvimento, não deveria ser validado.

Há muito por onde crescer e ideias disruptivas são sempre bem-vindas mas há certas garantias que têm de ser verificadas, senão é perda de tempo. Olhem, porque não investirem na pobre Federação Portuguesa de Rugby, que continua a ser um deserto a nível de apoio à formação  e a nível de comunicação?

Vai uma vaquinha?


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