Impressões sobre a Janela de Outono 2025
Bem-vindos e adeus a mais uma Janela de Outono do melhor rugby internacional. Comecemos pela Inglaterra. Quando Steve Borthwick tomou conta dos destinos da Inglaterra em 2022, muitos foram os cépticos quanto ao quão longe este treinador poderia ir. Eu fui daquelas vozes do contra, que defendeu o ex-segunda Linha do Bath e Saracens e avisei: “vejam o trabalho que ele fez nos Leicester Tigers”.
O Steve Borthwick é um falso lento; não acalenta grandes dinâmicas nem ambição mas quando menos se espera, tem algo a contar. Pois bem, no passado dia 15 de Novembro, em Twickenham, os Inglesas ganharam pela nona vez na sua história aos All Blacks e venciam a equipa do Hemisfério Sul, pela primeira vez em treze anos.
A cantoria do “Swing Low” por cima do Haka, ficou mal aos visitados e aquela arrogância displicente e típica da adolescência de Pollock, em nada dignificou a modalidade; depois do que Farrell fez numa ocasião semelhante, as portas à má-educação estavam abertas. O Haka não é uma forma de intimidar o adversário como vi escrito em alguns sítios, é uma canção e dança de pendor guerreiro , é certo, mas que para quem assiste ao espectáculo, é acima de tudo uma honra, um privilégio e um orgulho, ser “alvo” de um Haka.
O jogo, propriamente dito, teve um início mais conseguido por parte dos All Blacks com dois ensaios, mas aos vinte minutos, começou a virar para a selecção da Rosa. Freddie Stewart teve de ser substituído por Marcus Smith, que impõe sempre algum risco no jogo para o bem e para o mal, com Ollie Lawrence a reduzir aos 25 minutos. A pressão inglesa era feita através de up and unders, mas a defesa Neo-Zelandesa conseguia sempre corresponder. Dois drop-goals de George Ford antes do intervalo tornaram as coisas muito niveladas.
An excellent finish by Ollie Lawrence sees England get on the scoreboard! 🙌pic.twitter.com/2BccAKqalY
— Ultimate Rugby (@ultimaterugby) November 15, 2025
Codie Taylor viu amarelo aos 41 minutos e entre a nova dinâmica de Smith e o Pom Squad, (desta feita sob a forma de Ellis Genge, Will Stuart, Tom Curry e Henry Pollock), Inglaterra superiorizou-se e os ensaios surgiram com falta de coesão neozelandesa e algum mau handling.
Uma vitória importantíssima para os Ingleses!
Aliás, o Ingleses já venceram a Austrália e Fiji nestas Quilter Nations Series e ainda terão um embate frente à Argentina. Atualmente, há alguma contestação que começou a surgir em relação aos All Blacks, que nestas series, venceram a Escócia, perderam com a Inglaterra e ainda irão jogar frente a Gales, desta feita com uma equipa com 13 mudanças.
Tamati Ellison, o treinador da defesa explicou que as equipas que tiveram de enfrentar tem maneiras muito diferentes de jogar e que isso implica muitas adaptações num curto espaço de tempo mas realmente, 33 pontos sofrido frente à Inglaterra não tem muita justificação.
A selecção Australina, treinada por Joe Schmidt perdeu frente à Inglaterra, Itália e Irlanda e sente-se cansaço físico e mental, confirmado pelo próprio Schmidt.
Os Springboks continuam a reinar mas acho que está mais que na altura de os árbitros deixarem de ser complacentes com faltas que ocorrem nos rucks e nas formações ordenadas; porque se há faltas que estão no limite do admissível, há muitas que passam a linha vermelha mas que continuamente não são devidamente punidas. Têm uma maravilhosa dupla de centros e têm uma componente de contato físico no seu jogo, muito eficaz. O abertura Sacha Feinberg-Mngomezulu, jogador de 23 anos dos Stormers, dá uma frescura que Handre Pollard nem Manie Libbok dão e é essa frescura e arrojo no playmaker que tem feito falta a uma selecção que apenas fica conhecida por ser dura no contacto, quando na realidade é muita mais que isso.



