Andrea Pinchen: um toque feminino à frente dos Leicester Tigers
Após dez jornadas de Gallaher Premiership, os Leicester Tigers seguem em primeiro com nove vitórias em nove jogos e um total de 41 pontos. Este ano, Bath está irreconhecível com apenas quatro pontos contabilizados ate ao momento e Falcons, Wasps , Bristol e Sale estão também a meio da tabela. Harlequins, Saints, Saracens e Tigers são as linhas avançadas na Premiership, dominando os primeiros lugares da tabela classificativa.
Os Leicester Tigers foram constituídos como clube em 1880 e contam com dez títulos de campeão, o último em 2013 e sete segundos lugares. São a equipa mais titulada da competição.
O ano passado ficaram em sexto depois de algum trabalho de recuperação do meio do ano para a frente, mas em 18/19 e 19/20 ficaram em 11º, local bem distante das suas reais capacidades.
Andrea Pinchen é uma das duas CEO’s de uma equipa de rugby union (além de Lucy Wray dos Saracens) e entrou em Maio de 2020 para desempenhar as suas funções, numa altura em que Leicester evitava a relegação devido ao escândalo dos salários nos Saracens. A vender bilhetes na bilheteira do clube em 2004, 17 anos depois, tomava as rédeas do negócio.
Começou com um dossier difícil: o facto de Manu Tuilagi e mais quatro jogadores não aceitarem redução de salários e saírem do clube, mas talvez a maneira determinada com que lidou com os “big boys” tenha sido um ponto estratégico e definidor das suas capacidades como líder.
Com Steve Borthwick a treinador e Peter Tom como chairmain, a mensagem “club first, tough, passionate, driven” passou a constar das camisolas de jogo sem que Andrea não deixasse de dizer: “não podemos pôr a palavra “duro” nas t-shirts se não estiveres mesmo preparado para ser duro quando for preciso”.
As conversas e discussões sobre performance começaram a fazer parte do quotidiano dos Tigers, que estavam a passar uma fase muito fechada na sua comunicação interna. As finaças do clube estão estáveis mas o grande novo desafio de Andrea vai ser arranjar um substituto para George Ford, que rumará no final da época até aos Sale Sharks. Com perdas de cerca de um milhão de libras por mês durante o “lockdown”, a perspectiva de saída de Ford, não assusta Pinchen: “ele sai por razões familiares , que nós respeitamos e as finanças do clube estão estáveis, iremos fazer com que se gaste dentro dos limites , tentando ser o mais forte que pudermos”.
Apesar de optimista quanto a esta nova fase dos Tigers, muito também por culpa do espírito abnegado de trabalho e capacidade analítica de Borthwick, “os Tigers neste momento ainda não são o produto acabado”, antevendo-se tempos de rigor e batalha à frente do clube.
Pinchen passou onze anos na Emirates, como especialista de segurança e depois ingressou nos Tigers, primeiro nas bilheteiras e depois fazendo uma escalada lenta mas sustentada até CEO (gestora comercial, responsável pelos patrocínios e empresas, directora comercial e COO).
?
Andrea Pinchen has been appointed to the new role of chief operating officer at Leicester Tigers.https://t.co/lP01lHle3O
— Leicester Tigers (@LeicesterTigers) August 15, 2019