6 Nações Feminino: tricampeonato para a Rosa

Helena AmorimMaio 12, 20244min0

6 Nações Feminino: tricampeonato para a Rosa

Helena AmorimMaio 12, 20244min0
A Inglaterra foi coroada como campeã das 6 Nações Feminino como nos conta Helena Amorim nestes três destaques

A Inglaterra confirmou o favoritismo e somou mais um título nas Seis Nações, derrotando a França em terras gaulesas e estes são os três destaques daquela última jornada!

A equipa

No último jogo do campeonato, Gales conseguiu impor-se com uma vitória, que embora renhida e só conseguida a três minutos do fim, foi o corolário de um crescendo muito pautado mas consistente desta renovada selecção.

No embate frente à selecção Italiana, houve três ensaios para cada lado (resultado final de 22-20), com as azurri a conseguirem a sua já característica fluidez das linhas atrasadas, com bons roubos de bola e sempre uma capacidade de imaginar uma movimentação ofensiva a partir do nada. Gales entrou muito determinada a fazer alguma mossa no adversário e talvez a grande surpresa para as azurri tenha sido a excelência da linha avançada contrária.

Os três ensaios pertenceram às três jogadoras da primeira linha (Carys Phillips, Gwenllian Pyrs e Sisilla Tuipulotu), numa tarde onde todo e qualquer movimento tático, técnico e de coordenação avançada esteve sem uma falha.  Gostei muito de ver a asa do lado fechado Alex Callender que teve sempre uma movimentação muito correta nas abordagens às placagens. Esta jogadora de 24 anos e com 22 presenças pela selecção, fez 74 placagens no torneio, com 6 defesas batidos, 70 carries e com um timing de chegada aos rucks sempre muito rápido.

Ioan Cuningham que já se comprometeu até ao Mundial em 2025, terá muito de afinar, no entanto a atitude já está a correcta. Em Junho defrontarão a Espanha no play-off para participar no WXV 2 e aí se espera ver Gales a ressurgir verdadeiramente.

Nota: A competição feminina que começou o ano passado tem três series. A WXV 1 onde jogam os três primeiros classificados do 6 nações e do Pacific Cup; a WXV 2 onde jogam os primeiros classificados de Africa, Asia, 4º do Pacific cup, 4º e 5º do 6 Nações e o vencedor do playoff entre 6º do 6 nações e o vencedor da Rugby Europe Championship; a WXV 3 onde jogam os segundos classificados de África e Ásia, 1º e 2º da Oceania e ainda o vencedor entre Colombia e Holanda.

O momento

O grand slam estava em aberto para as duas selecções e França a jogar em casa poderia ter sido o elemento que fizesse pender o marcador. Mas a adversária era a Inglaterra, que além de ter ganho todos os jogos, fê-lo sempre com uma grande dilatação no marcador. Este jogo derradeiro quedou-se num 21-42 mas a primeira parte foi muito equilibrada, com as Francesas a responderem aos dois ensaios inaugurais Ingleses, com dois belíssimos ensaios de Gabrielle Vernier e Marine Menager, duas estrelas dos três-quartos de trás. Antes ainda do intervalo, a equipa da casa acabou por sofrer dois ensaios por driving maul, não tendo conseguido defender o que é virtualmente indefensável: o poderio físico e a técnica por detrás da movimentação dinâmica do maul. Se na primeira parte, a Inglaterra mostrou o seu melhor jogo ofensivo, na segunda parte mostrou que também sabe defender e bem.

Aos 44 minutos, a pilar direita Khalfaoui leva um amarelo que é depois revisto para a vermelho, ficando a França sem uma jogadora por tanto tempo de jogo, o que seria mortal para os objectivos delineados. No entanto, Menager ainda marca um ensaio, só que com 15 é difícil, então com 14 jogadoras, é demais!

A selecção da Rosa tem uma fisicalidade, persistência, bom handling, boa definição das jogadas e um driving maul mortal, onde qualquer tentativa para parar esta máquina, foi completamente aniquilada ao longo deste torneio.

É o sexto torneio ganho de maneira consecutiva, o terceiro grand slam consecutivo e o primeiro Nações do treinador John Mitchel.

A jogadora

Houve muitos nomes destacados ao longo deste torneio mas tenho de referir a Elli Kildunne que consegue estes números estrondosos: nove ensaios, sete offloads, duas assistências, 870m ganhos e 707m em pontapés e irrepreensível em termos disciplinares, com nenhuma falta concedida.

A sua produção ofensiva, com corridas destemidas e uma qualidade superior no passe, deixam qualquer adepto da modalidade embevecido. É verdade que não marcou nenhum ensaio neste último jogo mas até aí, a sua humildade é de ressalvar, ao dar o mérito todo às companheiras de equipa. Irá agora fazer parte da equipa de Sevens e assim “crescer de outra maneira e encontrar diferentes níveis para o seu jogo; quer ser a melhor e para isso são precisas diferentes e variadas experiências”.


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