3 destaques da 5ª ronda das Men’s Seis Nações 2025

Helena AmorimMarço 16, 20255min0

3 destaques da 5ª ronda das Men’s Seis Nações 2025

Helena AmorimMarço 16, 20255min0
Helena Amorim fecha a cobertura da Men's Seis Nações 2025 com a França a erguer o título de campeão e o País de Gales a receber a colher de pau

Façamos uma viagem por este Seis Nações 2025 que agora termina, com a França detentora do seu sétimo título desde 2000 e Gales com a colher de pau.

As vitórias são sempre redentoras mas nunca como esta da França, nesta edição do Seis Nações masculino: a França ainda lambe as feridas de ter sido eliminada por um ponto nos quartos de final do campeonato do Mundo em casa.  Além disso, no campeonato de sub-20, os Franceses saíram igualmente vencedores, enfatizando a limpeza de aura que era tão necessária!

Nos últimos cinco embates com a Escócia, a França perdera quatro, daí que este último jogo fosse muito importante, acrescido do facto de disputarem este jogo no mesmo estádio onde perderam com os Boks nos quartos; os Franceses tomaram a vitória por 35-16, perante uma Escócia que já não desilude ninguém a não ser eles próprios.

França mostrou que tem executantes superiores de um plano de jogo diversificado e tem todos os momentos do jogo estudados, sem grandes falhas intrínsecas em praticamente nenhum departamento do jogo. Recordes batidos: 30 ensaios marcados; Thomas Ramos é o maior marcador de pontos; Biarrey com 8 ensaios; mais pontos marcados a Itália; Shaun Edwards com o seu 6º título do Seis nações, como treinador (treina a defesa Gaulesa). Estes recordes batidos apenas enfatizam a mestria desta equipa.

Neste processo, Dupont sai com uma lesão grave mas um herói e Louis Bielle-Biarrey como um herói em formação. O jogador de 21 anos que alinha no Bordeaux-Bégles, conseguiu a proeza de marcar contra as 5 nações rivais e num total de 8 ensaios, marcando o seu nome no mapa dos recordes. Isto num campeonato com 101 ensaios marcados, 30 dos quais pela França. Com 19 internacionalizações e 18 ensaios marcados, não há dúvida, que este ponta está em belíssima forma física.

Tommy Freeman dos Saints e da selecção inglesa, também marcou em todos os jogos, quatro a ponta direito e o último frente a Gales como segundo centro.

A Inglaterra também fez uma viragem importante, ostentando exibições mais completas e clínicas e um segundo lugar na prova, importante para reforçar os ânimos. Os manos Curry a jogar juntos, rebentaram com tudo e a juventude que aparece, aparece com vontade e determinação: Henry Pollock (20 anos e 2 meses) tornou-se no mais jovem jogador a marcar pela Inglaterra num jogo do Seis Nações.

O regresso de Alex Mitchell e Fin Smith a começar a aparecer, são fruto da visão estratégica de Borthwick (que nestas coisas do rugby é um falso lento; ele parece que está a perder o fio à meada mas se aguentarem um pouco, ele mostra serviço, senão lembrem-se do que ele fez com os Leicester Tigers há uns anos) mas também da mudança que Chris Boyd tem efectuado desde 2018 junto dos Northampton Saints, ajudando a formar jogadores altamente selecionáveis.

Se acreditarmos na metáfora da escada e dos seus degraus, analisemos os dados: Inglaterra obteve o quarto lugar em 2023 com 2 vitórias, o terceiro lugar em 2024 com 3 vitórias e agora, ficou em segundo com 4 vitórias e 25 ensaios marcados; há que acreditar no processo.

Em terceiro lugar mas apenas a um ponto do segundo e dois do primeiro, ficou a Irlanda, que terá sucumbido à pressão de pela primeira vez na sua história fazer 3 anos seguidos ao leme do Seis Nações. Isso e talvez a falta do treinador principal em funções com os British and Irish Lions. Um líder é um líder e não é fácil substitui-lo nem que seja por uns meses e nem que seja por Simon Easterby, um nome com créditos na modalidade. Há jogadores a arrumarem as chuteiras e poucas estreias; neste campeonato, apenas o pilar Jack Boyle se estreou pela selecção do trevo. É verdade que desde o ano passado, apareceram Sam Prendergast, Jamie Osborne, Tom Clarkson, Gus MacCarthy e Cormac Izuchukwu mas também é verdade que O’Mahony e Murray estão de fora e que no jogo frente à Itália, 10 de 23 jogadores, tinham pelo menos 30 anos. Há necessidade de refrescar e com algum sentido de urgência.

A Escócia é aquela equipa que não consegue sair da mediania; de entre os grandes, é mediana e não dá mais. Porque não quer. Há material humano de altíssima qualidade mas há ali qualquer coisa (será espiritual?) que trava os jogadores no último momento; quando começam a jogar com mais fases de jogo, parece que se atrapalham. É verdade que os primeiros 20 minutos frente à França foram dos Escoceses, mas depois, ficaram presos ao chão.

A Itália não entusiasmou muito mas quando se tem Gales a jogar, até parece ter feito um grande campeonato. Gales deu boas indicações neste últimos dois jogos mas a situação já passou o ponto de ser grave.

Parabéns à França. Parabéns à Inglaterra. Agora, venham as senhoras!!


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS