3 Destaques da 4ª ronda das Seis Nações 2024

Helena AmorimMarço 10, 20245min0

3 Destaques da 4ª ronda das Seis Nações 2024

Helena AmorimMarço 10, 20245min0
Helena Amorim traz os principais destaques de um fim-de-semana extraordinário das Seis Nações 2024 que tens de te colocar a par!

Na penúltima jornada do Seis Nações, a Itália e Inglaterra surpreenderam com vitórias frente aos respetivos adversários (Escócia e Irlanda) e a França fez prova de vida ao vencer robustamente o lado Galês por 45-24. A vitória no torneio ainda está em aberto para quatro nações, destas Seis Nações 2024.

O MVP: Nolann Le Garrec

A equipa Francesa parece perdida nesta edição do Seis Nações.

Ntamack foi a primeira grande perda desta Selecção e agora com o A. Dupont a dar uma perninha nos sevens, havia e há uma certa orfandade de posições. Na antevisão deste Seis Nações, aventei a hipótese de Le Garrec e Gibert (a dupla do Racing) serem os titulares nas posições de formação e abertura mas a situação não tem sido linear. Nas primeiras três jornadas, a  dupla escolhida foi sempre Maxime Lucu e Matthieu Jalibert (a dupla do Bordeaux Bégles), com Jalibert a jogar os 80 minutos nas duas primeiras jornadas e a ser substituído na terceira por Yoram Moefana, aos 36 minutos; por seu turno, Lucu foi sempre substituído nesses jogos: aos 63, 49 e 48 minutos respetivamente, por Le Garrec.

Ora, neste jogo, Galthié colocou Le Garrec de início com Thomas Ramos a abertura e Leo Barre a defesa. Le Garrec jogou 70 maravilhosos minutos, tendo sido o Man of the Match com passes definidos, assertivos, boa circulação de bola nos rucks, notas artísticas elevadas e ainda um ensaio, sendo depois substituído por Lucu.  Houve algumas mudanças no 15 inicial de Galthié, é certo, mas vê-se neste jovem Le Garrec de 21 anos, mais energia, mais discernimento e sinceramente, acho que tecnicamente é melhor que Lucu, com uma qualidade de passe superior. Porque não, dar-lhe a camisola “9” de uma vez por todas?

Quanto a Gales, mostrou uma primeira parte interessantíssima, que fez lembrar as equipas deste mesmo Warran Gatland quando ganhou o Seis nações pelos anos de 2012 e 2013, mas um bocadinho mais verde, é verdade. A segunda parte, foi um tormento, com a equipa galesa a descer muito os seus níveis de concentração e níveis físicos, com a França a catapultar-se para uma vitória expressiva.

O MOMENTO: Não houve grand slam porque Conor Murray teve um brain freeze!

Quando já tudo esperava uma vitória simples da Irlanda, eis que Inglaterra decide dar um ar da sua graça, naquela que foi a 100ª internacionalização de Danny Care.

O lado Irlandês teve novamente problemas de disciplina, com mais faltas que o normal e um amarelo ao capitão, fruto de boa pressão Inglesa. Jack Crowley continua a provar que é um substituto à altura de Johnny Sexton mas o rendilhado das linhas atrasadas, característico desta equipa, desta feita acabou por não surgir.

No início da segunda parte com o ensaio aos 3 minutos de Lowe ainda a balança estava a pender para os irlandeses com um interessante 8-17 mas Furbank e Earl com dois ensaios aos 47 e 59 minutos puseram alguma contenção no entusiasmo Irlandês. James Lowe bisou aos 62 minutos e o jogo ficou decidido à custa de uma má execução do médio de formação entrado aos 50 minutos, o experiente Conor Murray. A dois minutos do fim, a Irlanda tem um alinhamento defensivo nos seus 22 m, que conquista; há passagem da bola entre jogadores e forma-se um ruck; ora, Conor em vez de guardar a bola, atira a bola para fora, a meio do campo, com um alinhamento de introdução Inglesa. Das duas , uma: ou Conor Murray estava muito confiante nas capacidades defensivas da sua equipa ou teve um brain freeze!

A equipa de Borthwick fez o que lhe competia: ganhou o alinhamento por Maro Itoje, jogou à mão, ganhou uma penalidade do lado direito do ataque e uma segunda, já do lado esquerdo; a bola chega a Marcus Smith que muito inteligentemente faz um pontapé de ressalto e garante a tão necessitada vitória da equipa Inglesa sob orientação do ex-jogador segunda linha pelo Bath e Saracens e 57 vezes internacional pela Inglaterra, Steve Borthwick.

A SURPRESA: Itália vence a Escócia num jogo dramático

Depois de na última jornada Garbisi ter falhado o pontapé que colocaria a equipa Italiana com uma vitória, eis que logo no início deste jogo frente à Escócia, a bola volta a cair do tee, como na jornada anterior, num local do campo semelhante, só que desta feita e envolto em sorrisos, Garbisi converte a penalidade. Talvez um prenúncio do que se iria desenrolar…

O rigor defensivo da Itália viu-se mais uma vez, com linhas defensivas muito subidas e rápidas (Angus Gardner poderá ter falhado um ou dois lances de fora de jogo) e a primeira parte foi um hino à modalidade com duas equipas compenetradas em jogar e em jogar bem. A Escócia demonstrou velocidades de rucks entre 1 a 3 s, tendo ganho 127 e apenas perdido 3. Zander Fagerson estava impossível de controlar, Jack Dempsey era o mais esclarecido dos terceira-linhas e a Itália a falhar, foi na defesa dos mauls Escoceses. Na segunda parte, os Azzurri entraram com um jogo limpo e definido e logo aos três minutos, o estreante Louis Lynagh faz toque de meta, catapultando a equipa para uma exibição imperial na segunda parte. O Stadio Olimpico viu uma super exibição de Juan Ignacio Brex e uma dupla Page-Relo e Garbisi (Lyon e Toulon respetivamente) a funcionar muito bem, tendo sido ambos responsáveis pelos pontapés aos postes.

Houve bravura e habilidade para ultrapassar a Escócia e Gonzalo Quesada era um homem feliz, no fim do jogo com uma bela vitória por 31-29 e a primeira em dois anos de 6 Nações!


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