3 destaques da 3ª ronda das Men’s Seis Nações 2025
Depois de uma primeira jornada sem surpresas, a segunda jornada do Men’s Seis Nações 2025, realizada a 8 e 9 de Fevereiro contou com uma vitória surpreendente de Inglaterra sobre a França por 26-25, com empate a 7 pontos ao intervalo.
Neste fim de semana passado, na terceira jornada, Gales perdeu no Principality por 18-27 frente à Irlanda; Inglaterra ganhou à Escócia por uns polémicos e tangenciais 16-15 e para terminar, a França usou o rolo compressor frente à Itália: 24-73.
Bielle-Biarrey
Os Italianos ainda conseguiram que o marcador se pautasse em 7-0 até aos 15 minutos de jogo, devido a ensaio madrugador de Menoncello e caso a arbitragem tivesse marcado avant de Dupont na saída para a jogada que deu o primeiro ensaio aos Franceses, talvez não se tivesse formado um momentum tão avassalador para as hostes Gaulesas.
Os azzuri ainda deram luta com mais um ensaio, desta feita de Juan Ignacio Brex mas depois a França impôs o seu poderio físico, apresentou as várias combinações de ataque que colocam as defesas sempre em dúvida quanto ao homem ou espaço a cobrir e no básico foram eficientes: rolling mauls, passe e offload, rucks rápidos, alinhamentos, muitos apoios, boa reciclagem da bola.
Onze ensaios. Ponto.
Agora, o que é verdadeiramente espantoso são os 15 ensaios em 15 internacionalizações dos 21 anos de Louis Bielle-Biarrey. O ponta do Bordeaux-Bégles está a conseguir uns números que poderão vir a rebentar com todos os recordes; a seguir com atenção.
The definition of a team try 🙌#GuinnessM6N @FranceRugby pic.twitter.com/npbnKoHeUa
— Guinness Men's Six Nations (@SixNationsRugby) February 23, 2025
Finn e Ollie (Chessum)
Os escoceses foram potencialmente roubadinhos em termos de arbitragem, mas isso não tira a vaga mais pragmática de uma Inglaterra que ainda tem muito a provar. Não foi a Inglaterra que vimos nas duas jornadas anteriores: voltou ao seu cinismo e intervenção clínica mas o estado emocional positivo dos jogadores pode suplantar as questões técnicas e táticas, como aliás, foi o caso.
A defesa em cunha da Inglaterra expõe muito as laterais e foi por aí que a Escócia conseguiu capitalizar em pontos o seu domínio em campo, logo aos 3 minutos: Van der Merwe a fazer a disrupção mais por dentro e Kinghorn, Jordan e Ben White a trabalharem na ponta esquerda. O segundo ensaio foi um trabalho na ala esquerda muito semelhante mas com outro finalizador, desta feita Huw Jones. Finn Smith com placagens efectivas e importantes no jogo assim como uma penalidade quase a 50 m, foram muito definidores do jogo e quão bem jogou Ollie Chessum!
A questão do pontapé falhado de Russell, não é tanto essa; é mais, porque é que a 2 minutos do fim, o Van Der Merwe não fez um esforço para marcar ensaio um bocadinho mais perto dos postes, até porque tinha espaço e tempo para o fazer. (A pensar).
⌚️ Fin Smith struck the penalty for England at the Allianz to secure the Calcutta Cup victory over Scotland for the first time since 2020 🔥#Breitling #DefiningMoment @Breitling pic.twitter.com/avhu6T3Ovf
— Guinness Men's Six Nations (@SixNationsRugby) February 25, 2025
Bundee Aki
Matt Sherratt de 47 anos é o actual treinador-interino de Gales e tem no seu currículo: treinador da academia de Worcester, treinador de linhas atrasadas do Bristol, Cardiff, Ospreys e Worcester; treinador de ataque do Cardiff; treinador de desenvolvimento da selecção inglesa e desde 2023 treinador principal do Cardiff.
Gales entrou diferente no embate frente à Irlanda. Gareth Anscombe a abertura e Ben Thomas a primeiro centro foi daquelas decisões que Gatland já há muito não fazia: colocar os jogadores nos seus sítios óptimos. Há sempre um lugar ideal para cada jogador e sim, um 10, pode fazer 12 e 15 ou um 14 ou 11 pode fazer 15 e vice versa. Mas uma coisa, é fazer mais que uma posição e outra, muito diferente, é perceber a posição ideal que vai ao encontro das particularidades técnicas e táticas de determinado jogador. Aqui, Sherratt, fez linha e bingo!
A atitude da equipa também estava diferente, de tal modo que uma Irlanda com 7 alterações ao seu 15 normal, teve de se aplicar na primeira parte e muito.
Aos 32 minutos, Gary Ringrose leva vermelho, com a possibilidade de 20 minutos depois, a Irlanda poder colocar um jogador. Esse jogador foi Bundee Aki, que além de não saber jogar mal, neste jogo esteve fenomenal.
A selecção de Easterby neste jogo, mostrou capacidade de adaptação perante um adversário que julgava estar às portas da morte: muita juventude a safar-se bem, muita acuidade nos pontapés e jogo no ar muito perfeccionista. Optou por não jogar tão direto, ganhar as colisões e avançar e essa talvez tivesse sido uma tática que lhe granjeasse melhor resultado ou pelo menos, sem tanto trabalho, porque de facto tiveram muito trabalho para ultrapassar uma Gales bem posicionada e mais aguerrida que o normal.
E Sam Prendergast! Como eu tenho vindo a dizer, que jogador com potencial!