Propriocetividade e Agilidade na Patinagem de Velocidade
O trabalho propriocetivo, assim como o de agilidade, têm estado na ordem do dia na generalidade das modalidades desportivas. Quando falamos da Patinagem de Velocidade o trabalho de agilidade e proprioceção tem também um efeito potenciador da aprendizagem técnica e eficiência do ato motor de patinar, permitindo que o patinador consigo utilizar o peso do seu corpo no ato de propulsão. Esta situação necessita de um grande domínio dos patins e a tal capacidade sensitiva.
No trabalho de recuperação física levado a efeito na área da fisioterapia, a propriocetividade e a agilidade já era fundamental.
Agora, no âmbito da prevenção de lesões, o trabalho destas capacidades assumiu uma expressão preponderante, e numa modalidade que se baseia na perceção de apoio no solo como é o caso da Patinagem, tem-se revelado fundamental. Existindo já em diversos desportos programas de prevenção de lesões, onde se destaca o “FIFA 11+”, um programa de aquecimento elaborado para os futebolistas e que dispõe de vários níveis de intervenção. Também a Patinagem de Velocidade pode usufruir de um Plano desta natureza, denominado “FisioRoller”, da autoria do Fisioterapeuta Celso Silva (BsC PT, MsC) e em que as questões relacionadas com a propriocetividade, agilidade e ativação muscular são os pilares do aquecimento preventivo.
Para além do treino incluído no plano de aquecimento, é muito importante que o trabalho propriocetivo seja efetuado em situações específicas da técnica de patinagem de velocidade, proporcionando treino em placas e esponjas de instabilidade, tábuas deslizantes (“slideboard”), circuitos de agilidade com e sem patins, entre outros.
A utilização de percursos de destreza em todas as idades (enquadradas nas várias fases da época desportiva) são potenciadoras desta capacidade de controlar e otimizar o gesto técnico. Podemos ainda utilizar sequências de tarefas simples, concertando um circuito de habilidades que apela à agilidade dos patinadores e à rapidez de execução de várias tarefas, tomada de decisão e domínio de habilidades motoras.
Nos escalões de formação este trabalho é fundamental, criando as bases para o desenvolvimento técnico à medida que os patinadores vão crescendo. Se estes pré-requisitos não estiverem lá, os patinadores terão alguma dificuldade em atingir patamares técnicos de excelência.
Nas fases mais tenras de desenvolvimento desportivo existe frequentemente a pressão de colocar os patinadores jovens a “fazer quilómetros”, achando que o trabalho de agilidade e propriocetivo (que também se efetua através de jogos com e sem patins) é uma perda de tempo. Muito pelo contrário! Tempo gasto com treino de capacidades coordenativas é tempo ganho no futuro aprimoramento técnico dos patinadores, pois até à fase adulta o corpo está em constante ajuste, necessitando desta forma de trabalho que forneça referências do esquema corporal, ajustando a resposta motora.