2018 – O ano da mudança para a Patinagem de Velocidade Nacional?
A Federação de Patinagem de Portugal está em pleno processo eleitoral. O Presidente de há longos anos renunciou ao mandato (apesar de já haver indícios de irregularidades aquando da sua candidatura às últimas eleições) e foram desencadeadas novas eleições, agendadas para o próximo dia 15 de dezembro.
À partida, surge uma oportunidade de mudança de paradigma no seio da FPP, onde um projeto válido e com perspetivas de futuro fosse sujeito a sufrágio.
No entanto, eis que os protagonistas destas eleições pouco ou nada mudam, apesar da lista (única) concorrente à Direção da FPP aparecer com um novo líder, o professor Luís Sénica, já sobejamente conhecido como técnico da anterior direção. E foram vários os projetos lançados e liderados pelo professor dentro da FPP, tanto como técnico das seleções nacionais, quer como diretor técnico nacional, evidentemente mais ligado ao Hóquei em Patins. As dúvidas adensam-se quando verificamos que na restante lista concorrente aparecem praticamente os mesmos elementos da anterior direção…
Com esta nova liderança, e como foi já anunciado pelo candidato à Presidência da Direção, virá um cunho pessoal ao projeto da FPP. Esse novo rumo será determinante para que principalmente a Patinagem de Velocidade assuma uma nova forma de projetar a modalidade e consiga ter uma ideia concreta do que pretende fazer, do caminho que pretende trilhar.
Os problemas estão há muito identificados pelos agentes desportivos no terreno: falta de definição de um Plano de Desenvolvimento Desportivo Nacional para a Patinagem de Velocidade, com a definição clara dos objetivos a atingir, meios a utilizar e agentes a envolver; e transmissão desse Plano aos agentes desportivos da modalidade, nomeadamente Associações, Clubes, treinadores e atletas, para que saibam como devem trabalhar em prol do desenvolvimento da modalidade.
Esse Plano de Desenvolvimento deve, na minha opinião, definir onde se pretende chegar (em princípio será a excelência a nível internacional em idades mais avançadas), estruturando depois todas as etapas que entender necessárias para lá chegar, desde a definição do Plano de Seleções Nacionais (que ninguém conhece para além da Direção Técnica…), a estrutura das provas nacionais a realizar (será que este modelo de competições serve as nossas necessidades competitivas?…), a estimulação das provas regionais/associativas (que neste momento ficam um pouco ao critério de cada associação sem que haja um fio condutor a nível nacional) e a definição de clara da plataforma de formação do jovem praticante (revisão dos planos de formação dos cursos de treinadores de nível 1).
Não podemos continuar a olhar para os nossos jovens de 17/18 anos e dizer-lhes: “Pronto, acabou o tempo! Agora já estás velho…”; dizer aos mais jovens: “até tens qualidade, mas paciência…”.
Vão resistindo apenas os patinadores que vão tendo capacidade financeira e teimosia para permanecer, pois como temos visto nos últimos anos, os sucessos internacionais provêm exatamente destes “teimosos” que, pelo país fora, vão investindo para manterem a modalidade a funcionar ao mais alto nível, sem que a FPP tenha intervenção direta no assunto.
E se muitas vezes a desculpa é a falta de dinheiro, existem muitas outras, tão importantes, que poderão ser alteradas para haver qualidade sustentada. Sentemo-nos com gente competente para discutir a nossa modalidade.
Este é um momento de esperança. Que a época 2019 nos traga uma nova visão, uma visão mais profunda sem subterfúgios e omissões. Com clareza.