O que será do Mundial de Superbikes?

Diogo SoaresAgosto 3, 20253min0

O que será do Mundial de Superbikes?

Diogo SoaresAgosto 3, 20253min0
O Mundial de Superbikes reúne sempre grande entusiasmo, porém a forma amadora como é tratado impede-lo de atingir outra dimensão

A já confirmada saída de Toprak Razgatlioglu para a Pramac no MotoGP, cria dúvidas sobre como será o futuro promoção do Mundial de Superbikes. Bulega é sem dúvida o principal candidato para 2026, mas as equipas e a Dorna precisam de trabalhar já para não haver um campeonato para lá do entediante.

Venceu pela primeira vez em 2019 com uma Kawasaki, o primeiro campeonato veio dois anos mais tarde, o segundo em 2024. Está, neste momento, na liderança com 26 pontos de vantagem para Nicolò Bulega a quatro rondas de terminar a edição de 2025.

Mas Toprak é muito mais do que os dois campeonatos – e, possivelmente, três -, muito mais do que as 72 vitórias. ‘El Turco’ tornou-se um símbolo da cultura popular pelo estilo de pilotagem absolutamente entusiasmante que introduz nas carenagens.

Relembro as temporadas de campeão de Alvaro Bautista em 2022 e 2023, principalmente a última. O espanhol da Ducati dominou, mas o piloto mais amado era o turco. Em todo o lado o apoio ao então piloto da Yamaha era superior ao do piloto da Ducati. Deu luta, muita luta, mas as deficiências a YZF-R1 sobrepuseram-se ao melhor piloto da grelha e não permitiram ser campeão em título naqueles dois anos. Mas foi o campeão dos milhares que o ovacionaram.

Nicolò Bulega é um piloto excecional, sem dúvida, e, em parte ascende a preocupação de que ninguém conseguirá fazer frente ao italiano, da mesma forma que ninguém foi capaz de tirar o domínio durante o Mundial de Supersport em 2023. O que cria o problema de ser o único capaz de vencer, logo as corridas tornam-se previsíveis e entediantes.

Há ainda uma réstia de esperança que se relaciona com o facto de Ducati, BMW e Yamaha ainda terem lugares abertos nas respetivas equipas de fábrica, podem perfeitamente preencher as vagas com pilotos de MotoGP. Miguel Oliveira, é, por exemplo, um dos pilotos no radar das equipas.

Do lado da Dorna, também podem ser assumidas responsabilidades no calendário. Saiu o calendário de 2026 e continuará a ter apenas 12 rondas, sendo 11 delas na Europa, e a outra na Austrália.

Esta tendência europeia abriu-se em 2020 com a pandemia, mas desde 2023 que todos os desportos motorizados voltaram ao normal. Pede-se, por isso, que a organização negoceie com mais circuitos de outros continentes. Argentina, Brasil, Estados Unidos, Tailândia, Indonésia e Japão são excelentes opções para adicionar ao campeonato, sendo que o caso do ‘país do sol nascente’ há uma agravante: desde 2003 que não passam nas magnificas pistas japonesas. O que se torna incompreensível, considerando a importância do Japão para a indústria do motociclismo, além das três construtoras que estão no campeonato. Que podem vir a ser quatro, se a Kawasaki se aguentar e se a Suzuki confirme os rumores de entrada – que se intensificaram com a apresentação da nova GSX-R.

O Mundial de Superbikes é um dos campeonatos que, por natureza, oferece mais entusiasmo no desporto motorizado, é pura e simplesmente necessário que esse entusiasmo seja tratado com profissionalismo, não com o amadorismo recorrente.


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