Novas regras no andebol: quais são e o que mudam
Tornar o jogo ainda mais rápido, evitar paragens desnecessárias e proteger a integridade física dos guarda-redes são os conceitos na base das alterações decididas pela IHF – Federação Internacional de Andebol.
Esta época vai trazer algumas mudanças de regras, propostas por um comité próprio para o efeito e aprovadas em assembleia-geral da IHF. São quatro as alterações, apenas duas obrigatórias. As regras que vão entrar em vigor em Portugal será o passe de saída no círculo central, que terá quatro metros de diâmetro. Esta regra será apenas obrigatória na PO1 (Campeonato Placard Andebol 1) e na PO9 (Campeonato Nacional 1ª Divisão Feminina), o objetivo é tornar o jogo ainda mais rápido e mais emotivo.
No jogo passivo apenas passarão a ser permitidos quatro passes, em vez dos anteriores seis, após a sinalética (braço no ar) de jogo passivo. Com a intenção de proteger os guarda-redes, todos os jogadores que rematarem à cabeça do guarda-redes tendo espaço aberto, ou seja, sem defensores pela frente, sem terem sido tocados ou atrapalhados na ação, levarão dois minutos de exclusão. A única das quatro regras a não ser aplicada será o fim da bola com resina. Uma regra que levantou muitas criticas de vários jogadores do topo do andebol mundial. Em Portugal, segundo o vice-presidente da Federação de Andebol de Portugal “Ninguém será obrigado a mudar, cada país e cada prova dentro de cada país decidirá com quais joga. Nós ainda vamos jogar com as bolas com resina, até porque temos contrato com a Select”. As federações que decidirem retirar a resina vão ter bolas mais pequenas e leves.
Pessoalmente não sou a favor de retirar a resina, muito menos reduzir a dimensão e peso das bolas para quem jogue sem resina. Se com as bolas actuais já temos remates com uma velocidade muito grande, vamos imaginar a potência que atletas como Mikkel Hansen vão conseguir rematar com bolas mais leves!
Uma das regras mais discutidas, por ser subjetiva, é a do jogo passivo. Continuará a ser a interpretação dos árbitros a ditar essa penalização, mas a regra dos passes veio ajudar. E, se antes havia a possibilidade de seis passes após a respetiva sinalética [levantar do braço], agora passarão a ser apenas quatro, sendo a equipa obrigada a rematar na quarta ação. A meu ver esta regra devia ser alterada para tempo de ataque limitado como acontece no basquetebol por exemplo. Com esta alteração deixava de haver interpretação dos árbitros e tornaria o jogo mais rápido.
Outra regra que deu muito que falar, a da possibilidade de retirar o guarda-redes e jogar com sete atletas de campo, o famoso 7×6, continuará em vigor. Uma regra que não sou “adepto”, na minha opinião retira a essência ao jogo. Cada vez vemos mais equipas a usar este tipo de ataque, limitado a outra equipa a defender e contra-atacar de forma a aproveitar a ausência do guarda-redes.
É muito positivo ver que a IHF está em constante procura por regras que permitam o andebol ser um desporto espectacular de assistir e jogar, também obriga aos treinadores a adaptarem-se constantemente as alterações. O desafio está lançado, agora vamos ver como resulta.