Prospects que poderão ajudar alguns Underdogs em corridas nos playoffs
Antecedentes históricos recentes e bem-sucedidos
Não precisamos de andar muito para trás no tempo para perceber que o sucesso de algumas equipas vencedoras dos últimos anos ou até de equipas que surpreenderam tudo e todos com “long runs” nos playoffs se deveu em parte ao facto do “fator surpresa”, isto é, apostas dos GMs e Head Coaches, umas mais arrojadas que outras em atletas que toda a comunidade do hóquei, incluindo adeptos dessas mesmas equipas consideravam já que não iriam fazer parte do baralho que atacaria os playoffs, ou então que tivessem o impacto crucial que tiveram.
Falando do maior caso de sucesso, Matt Murray, o atual guarda-redes dos Pittsburgh Penguins, que quebrou um jejum de títulos de 7 anos dos Penguins, quando roubou a titularidade do intocável e atual lenda Marc-André Fleury, mesmo antes do início dos playoffs e que acabou por fazer 21 dos 23 jogos da corrida que deram o título aos Pens (com uma percentagem de defesas de 0.923% e 2.08 golos sofridos por jogo) e na temporada seguinte voltou a ser fundamental na reconquista.
O segundo caso de maior sucesso ocorreu na temporada transata onde novamente um guarda-redes foi a salvação da temporada. Neste caso, a equipa em causa encontrava-se antes desse atleta assumir a baliza numa onda de época perdida onde alguns adeptos já pediam para acabar em último para apanhar uma melhor draft pick no fim do ano. O nome do guardião é Jordan Binnington e conseguiu com que os St. Louis Blues invertessem um espectro de miséria desportiva numa realidade histórica e o resto todos nós sabemos, os Blues venceram com grande mérito a Stanley Cup e são os atuais campeões em título.
Por último, também nos passados playoffs, os Colorado Avalanche e os Dallas Stars conseguiram de um momento para o outro ser levados a sério como candidatos e equipas que poderiam ter feito história, não tivessem ambos sido eliminados no jogo 7 dos quartos de final frente aos San Jose Sharks (candidato principal) e aos St. Louis Blues, respetivamente, e isto apenas se sucedeu porque no caso dos Avs, a aposta em Cale Makar (que se estreou nos playoffs) no 3º jogo da primeira ronda, fez com que fosse possível derrubar os líderes de conferência Calgary Flames e lutar até ao último segundo com os Sharks na 2ª ronda. Já os Stars promoveram o finlandês Hintz à 2ª linha ofensiva e depois de derrubar os líderes de divisão Nashville Predators, conseguiram quase derrubar os Blues que acabariam por se consagrar campeões.
Prospects
Rasmus Sandin (D), Toronto Maple Leafs
Uma das principais razões pelas quais os Leafs ainda não terem praticamente carimbado um lugar nos playoffs ao contrário dos rivais diretos Boston Bruins e Tampa Bay Lightning, deve-se não só ao facto das mudanças internas a nível do staff técnico como também às lesões inesperadas do patrão da defesa Morgan Rielly, que poderá falhar o resto da presente temporada e do veterano e também fundamental Jake Muzzin que também tem o seu período de recuperação indefinido, podendo também falhar alguns ou todos os jogos dos playoffs, caso se apurem claro. Daí o defesa “mal amado” Tyson Barrie ter assumido maior protagonismo desde que estes infortúnios caíram de paraquedas em Toronto e o rookie sueco Sandin também tem tido mais espaço para integrar o top 6 da defesa e se as lesões de Rielly e Muzzin se mantiverem, é bem provável que assuma até um papel mais importante nos playoffs.
Morgan Frost (C), Philadelphia Flyers
Com a perda de Oskar Linblom para o resto da temporada devido ao diagnóstico de cancro e ainda da recente lesão de James Van Riemsdyk, a 3ª linha ofensiva dos Flyers que era uma das melhores da liga poderá não se tornar suficiente sólida para atacar os playoffs, apesar da nova aquisição aos Anaheim Ducks, Derek Garnt, estar a correr às mil maravilhas, uma aposta em Morgan Frost nos playoffs faria todo o sentido, principalmente após já ter demonstrado qualidades interessantes na NHL (7 pontos em 20 jogos) e caso Riemsdyk volte a tempo dos playoffs, uma 3ª linha composta por Morgan Frost (com provas para dar), Grant (29 anos e UFA no fim do ano e atualmente em auge de carreira) e Riemsdyk(com experiência de playoffs) iria tornar o percurso dos Flyers muito mais favorável a meu ver.
Morgan Geekie (C), Carolina Hurricanes
Após uma estreia de sonho na NHL (3 pontos frente aos Penguins), Geekie poderá encontrar algum espaço na equipa ofensivamente mais homogénea na liga, isto não só porque o Head Coach Rod Brind’Amour à semelhança de Sérgio Conceição no FC Porto (modelo mais familiar para melhor compreensão do leitor), promove a toda a hora um nível intenso de competitividade interna e isso não só o motivará de que é possível agarrar um lugar na equipa nos playoffs (tal como fez Warren Foegele na corrida da época anterior) como também as próprias lesões passageiras que se passam a toda a altura da época neste modelo de gestão de jogadores, o que abre sempre espaço a prospects como Geekie que estão constantemente a demonstrar os seus valores e por conseguinte a tapar esses “buracos” do plantel devido às lesões e é por isso que caso os Canes se apurem, serão certamente uma das equipas mais sólidas a entrar nos playoffs.
Olli Juolevi (D), Vancouver Canucks
Muito brevemente, este será o prospect menos provável a integrar o plantel de uma equipa que faça os playoffs, apenas penso que faria sentido incluí-lo num top 6 com Tyler Myers por exemplo, visto que nem o Jordie Benn nem o Fantenberg já mostraram que não são capazes de dar conta do recado.
Glenn Gawdin (C/RW), Calgary Flames
Por último esta é certamente a minha aposta mais arrojada, visto que a par de Juolevi, foi o único dos prospects mencionados que ainda não se estreou na NHL. Contudo, uma aposta em Gawdin faria todo o sentido por 4 razões: 1) Tem sido o melhor jogador da equipa satélite dos Flames (46 pontos em 52 jogos); 2) Justificava o facto de os Flames não terem abdicado de boas draft picks e outros prospects no trade deadline para ir atrás de Palmieri (New Jersey Devils) ou de Mike Hoffman (Florida Panthers); 3) Na minha opinião encaixaria na perfeição em qualquer uma das linhas ofensivas secundárias dos Flames como RW e caso até consiga agarrar um lugar na 2ª linha com Tkachuk e Backlund, preenchia uma lacuna que os Flames têm desde o início da temporada devido ao fraco rendimento do seu ex-jogador Frolik e ainda das exibições irregulares de Mangiapanne, que apesar de nos últimos jogos andar em grande é um daqueles casos que “vence mas que não convence”; 4) Por fim, a questão de medir 1,85m é algo que não se pode ignorar e ajudaria também a preencher esta outra lacuna que paira em Calgary desde a desilusão nos playoffs do ano passado, que não será certamente compensada com o veterano de fraco rendimento Milan Lucic.