Bowl Season do College Football – o que você precisa saber
Com o encerramento da temporada regular do College Football, (Futebol Universitário) o/os bowl/bowls tomam conta desse fim de ano e pode ser um baita entretenimento para quem gosta de futebol americano. O futebol americano entra na sua temporada 152, ou seja, é mais antiga que a NFL, que completa sua temporada 100. Dos 42 bowls que serão disputados apenas dois serão determinantes para definir os finalistas do CFP National Championship, a final do College Football.
Incio de tudo – Torneio das Rosas
Tudo começou lá por 1870 quando a elite do norte e nordeste dos Estados Unidos adotou uma região do sul da Califórnia como refúgio no inverno. Nas primeiras edições, o festival cresceu e passou a exibir desafios de vários esportes, como partidas de polo e corridas de bicicleta e de cavalos, no chamado Tournament of Roses.
O primeiro jogo de futebol americano ocorreu em 1902. O esporte estava começando a se tornar popular no oeste do país e a organização pretendia torná-lo a atração principal do torneio.
Houve uma certa decepção, pois esperando-se um jogo equilibrado entre as duas melhores equipes da região, no entanto houve uma vitória esmagadora por 49-0. Assim o futebol americano saiu de cena do festival.
O college football passou por mudanças drásticas e fundamentais, estas alterações tornaram o jogo mais interessante e emocionante de se assistir e a popularidade do esporte começou a crescer exponencialmente durante esses anos. O Torneio das Rosas, se aproveitando desse boom, resolveu reintegrar o futebol americano ao festival. E assim o jogo começou a se tornar famoso e o Torneio das Rosas começou a ter um público cada vez maior. Hoje o ROSEBOWL é um dos principais bowls da temporada.
Como se formam os jogos
Quase todas as universidades da NCAA se dividem em conferências relativamente regionais. As equipes se enfrentam dentro de suas regiões e têm algumas partidas contra adversários de fora. Há diferença de nível técnico entre uma conferência e outra e não há confronto direto entre muitas das equipes mais fortes.
Com poucas datas disponíveis, é difícil para a NCAA organizar um sistema de disputa que dê a todas as universidades um mínimo de dez jogos por ano e ainda permita que todos os grandes se enfrentem para decidir o melhor. Há ainda uma definição do campeão de cada conferência, mas isso ainda não define o campeão nacional. Por isso, foi adotado o sistema de bowls e rankings.
Um grupo de analistas faz um pré-ranking com os times que consideram mais fortes no início do campeonato. A cada rodada, as equipes vão subindo ou descendo de acordo com os resultados e com o nível de jogo apresentado. Perdeu de um time pequeno? Perde muitas posições. Perdeu de um time grande? Ganhou de um pequeno? Ganha algumas posições, mas pode até estagnar ou perder se foi apertado e era obrigação dar um vareio. Essa atualização pode ser feita por analistas ou por um computador a partir de uma fórmula matemática.
Durante décadas, a NCAA funcionou mais ou menos assim. E, para arrematar a temporada, havia alguns “bowls”. Tratam-se de jogos independentes, normalmente organizados por instituições sem fins lucrativos, que convidam universidades que tenham feito boas campanhas para uma partida de fim de temporada. Muitos dos bowls são previamente vinculados a uma ou duas conferências, mas há casos de convites a partir do desempenho em campo.
Todo mundo fica feliz, a seu modo. O vencedor leva o título e a projeção de vencer uma partida importante. O “dono” do bowl pega o lucro e destina à causa que defende (ainda que tenha havido denúncias nos últimos anos de que nem sempre isso acontece como deveria). Os estudantes das universidades em questão aproveitam o jogo para viajar a um lugar diferente no recesso de fim de ano. Os torcedores que não viajam têm o que ver na TV entre um encontro familiar e outro durante as festas.
BCS National Championship Game
No final dos anos 90, o “quarteto fantástico” dos bowls (Rose, Fiesta, Orange e Sugar) se “uniram” para formar o Bowl Championship Series (BCS) de modo a colocar frente a frente dois dos melhores times do país em um jogo valendo o título de Campeão Nacional. Isto é: o primeiro e o segundo do ranking, necessariamente, estariam jogando um contra o outro num dos quatro bowls mais importantes. Funcionava como uma final “de fato”. Entretanto por conta dos contratos dos bowls, nem sempre havia o duelo entre os dois primeiros dos rankings nessas “finais”. O que gerava uma certa decepção, pelo menos no aspecto esportivo.
Em 2007, um jogo a parte foi estabelecido (o BCS National Championship Game), no qual os ranqueados em #1 e #2 se enfrentariam a parte dos demais bowls, que voltariam a manter seus aspectos tradicionais.
Playoffs
Os críticos ao sistema dos bowls continuaram clamando por playoffs no college football e, de tanto clamar, acabaram sendo ouvidos, inclusive contando com o apelo do presidente Obama.
Desde 2014, para se sagrar campeão nacional, um time agora tem que ter mais de uma vitória na pós-temporada: o novo sistema em vigência, o College Football Playoff (CFP), coloca quatro times para disputar o título no mês de janeiro. O time, todos ranqueados por um comitê de notáveis, #4 enfrenta o #1 e o #2 enfrenta o #3. Os campeões dos dois jogos se enfrentam no grande jogo de modo a determinar o campeão. Para exemplificar, neste ano #4 Ohio State enfrenta #1 Georgia e #2 Michigan enfrenta #3 TCU.