OKC Thunder: um trovão no Oeste ou um mero flop?

Rui MesquitaNovembro 8, 20175min0
Depois de uma off-season de loucos por toda a NBA, é justo dizer que os Oklahoma City Thunder venceram a off-season. Oladipo e Sabonis por Paul George e Enes Kanter e Doug McDermott (e uma 2nd round pick) por Carmelo Anthony foram as trocas dos Thunder. Dois all-stars para juntar ao MVP Westbrook a troco de contratos prejudiciais para a organização. Mas o que reserva o presente para a equipa da “Loud City”?

Os Thunder conseguiram, às costas de um incrível Westbrook, chegar aos playoffs na época passada. Acabaram derrotados pelos Houston Rockets na primeira ronda demonstrando as lacunas de um plantel dependente da sua estrela. Com isso em mente, Sam Presti (GM dos Thunder) fez magia para trazer apoio ao base da equipa. Depois de um início pouco famoso (em 10 jogos têm apenas 4 vitórias) podemos dizer que os Thunder serão um flop ou ainda darão muito que falar na Conferência Oeste?

Um MVP com grande ajuda para lutar pelo tão desejado campeonato (Foto: KXII.com)

Os números e o que eles dizem

Mais preocupante do que as 6 derrotas é o facto de 5 terem sido contra equipas do Oeste não tendo ainda nenhuma vitória na conferência. Num Oeste super competitivo as coisas não estão a correr bem para os Thunder. Apesar disso, OKC apenas perdeu por uma média de 5.5 pontos por jogo o que demonstra a sua competitividade em todas as partidas que jogam.

Individualmente, o mais recente big 3 da NBA até nem tem estado mal. Westbrook, com a presença de mais dois atiradores melhorou a sua percentagem de acerto baixando o número de tentativas. Dividindo as ações ofensivas, o base comete menos turnovers que o ano passado e, no geral, está mais eficaz do que na passada temporada. Apenas na linha de lance livre o MVP da época transacta baixou o rendimento mostrando uma displicência anormal e inesperada (34/56).

Paul George baixou ligeiramente a percentagem de acerto da sua última temporada (de 46% para 42%). Apesar disso defensivamente está muito bem, aumentando consideravelmente o número de roubos de bola por jogo.

Por último, Carmelo Anthony. O ex-Knicks manteve sensivelmente a eficácia do ano transacto (de 43% para 41,5%) mas da linha de 3 pontos está muito menos certeiro o que tem sido um problema para esta equipa (de 36% para 32,8%).

O que sobressai nesta fase é a falta de acerto que os 3 apresentam. Com a presença de mais 2 all-star seria de esperar uma melhor seleção de lançamentos, algo que não tem acontecido.

Carmelo Anthony terá que trazer mais e melhores lançamentos à equipa (Foto: Sporting News)

O jogo jogado

Ofensivamente o começo não é tão mau como os números mostram. Boa divisão de lançamentos, boa contribuição do banco (Felton e Jeremy Grant em bom plano) e Adams em boa forma. Bons apontamentos quando o big 3 está reunido em campo mas a ausência de um deles mostra alguma fragilidade com bola. A percentagem de acerto ainda não está nos números desejados e faz com que a equipa se apresse, perdendo o fio de jogo que Billy Donovan pretende.

Defensivamente a ajuda de Paul George tem sido fundamental para uma defesa equilibrada e funcional. . Os Thunder têm atualmente a segunda melhor defesa da NBA concedendo apenas 99,4 pontos por 100 posses de bola, apenas atrás dos Boston Celtics (98,2). Os problemas surgem quando, em trocas defensivas, Adams fica com um opositor rápido (como Lillard no jogo com Portland). Para além disso, os ressaltos, uma das armas dos Thunder nos últimos anos, têm sido desapontantes. George baixou a sua percentagem de ressaltos ganhos quando está em court de 10,3% para 8,5%. Westbrook de 17.1% para 15,3% e Anthony melhorou ligeiramente de 9,3% para 10%.

O papel de Roberson no 5 inicial pode trazer alguns problemas ofensivamente. O seu fraco aproveitamento ofensivo atrasa a equipa mas o que o jogador traz à defesa é indispensável.

Apesar dos aspetos positivos, ainda há muito a melhorar na ofensiva dos Thunder. A equipa depende muito das isolations das 3 estrelas que não têm resultado em pontos significativos. Exige-se a Billy Donovan que forneça à equipa mais jogadas, mais circulação de bola para encontrar “buracos” na defesa adversária. A estatística que espelha o que acabei de referir é que Paul George tem a % mais baixa de assistências desde o seu ano de rookie (9.8%). A de Melo é mesmo a mais baixa da sua carreira e muito abaixo das restantes (8.4%). Por seu turno  Russell, naturalmente, baixou um pouco o valor absurdo com que liderou a NBA o ano passado, de 57,3% para 54,3%.

Paul George tem sido excelente na defesa mas espera-se mais dele ofensivamente (Foto: Mercado Livre)

O futuro e o que melhorar

A chegada aos playoffs parece inevitável já que a qualidade do big 3 prevalecerá. O lugar em que os Thunder terminarem a época regular é decisivo. Uma primeira ronda com um dos favoritos (Warriors, Spurs e Rockets) é, ainda assim, indesejável.

O tempo certamente trará melhores resultados com um melhor entrosamento entre os 3 all-star da equipa. É de esperar uma melhor organização defensiva e uma melhoria nos ressaltos ao longo da época.

Muito desse sucesso pode até depender de Steven Adams. Apesar de ter (nestes 10 jogos) números melhores que na época passada, o poste pode e deve melhorar mais. O espaço que 3 atiradores no perímetro dão ao seu jogo interior tem que ser suficientes para Adams explodir o seu jogo e mostrar as suas verdadeiras qualidades. Também dele se espera uma contribuição no controlo interior na defesa, ajudando nos ressaltos.

Se é certo que o início não é brilhante, a época ainda pode trazer muitas alegrias aos fãs de Oklahoma. Os 3 membros do big 3 parecem empenhados em melhorar e com a quantidade de talento que têm, uma surpresa não pode ser descartada.

O papel do neozelandês será crucial para o sucesso dos Thunder (Foto: SI.com)

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