Dois jogos da Final da NBA: ajustes e… Suns em 6

Rui MesquitaJulho 9, 20215min0

Dois jogos da Final da NBA: ajustes e… Suns em 6

Rui MesquitaJulho 9, 20215min0
Os Phoenix Suns venceram os 2 primeiros jogos da Final da NBA e nem os ajustes dos Bucks parecem funcionar. O que esperar do resto da série?

A Final da NBA é O Palco. Todos os jogadores querem brilhar lá, todos querem vencer. Imaginem agora a sede de vitória de um jogador de 36 anos, na 16ª época na NBA, sem nunca ter chegado a este palco. Mas já vamos falar de Chris Paul, comecemos antes pelo jogo 1 e os ajustes que ele trouxe.

Jogo 1 – Suns deixam Lopez a nadar em ajustes

A atmosfera em Phoenix era, como seria de esperar, arrepiante. Os Suns não apareciam numa final há muitos anos e chegaram para vencer. Chris Paul apareceu como sempre o vimos: com classe, inteligência e liderança. É um dos melhores point guards da história e só faltava mostrá-lo no melhor palco da NBA.

Os Suns usaram uma estratégia simples: explorar o buraco que Brook Lopez deixa na defesa de 1 contra 1 com Paul e Devin Booker. O poste dos Bucks é, na verdade, um bom defensor, mas debaixo do cesto. Se lhe pedem para defender homem a homem 2 jogadores carregados de talento e dos melhores da Liga a lançar de meia distância.

O problema maior surgiu com a estratégia dos Bucks a defender. Mike Budenholzer pôs a equipa a trocar todos os bloqueios mais agressivos, para evitar espaço no exterior. Isso deixou a bola do lado de Monty Williams que teve de arranjar maneiras de trocar Lopez para um dos seus 2 bases. Duplos bloqueiros, drible handoffs, tudo para deixar o poste adversário a “nadar” perante as duas estrelas dos Suns.

Paul e Booker exploraram tudo o que podiam. Marcaram pontos, criaram para outros (para Ayton, principalmente). Os Bucks foram tentando adaptar a defesa, fazendo drop coverage e, eventualmente, tirando Lopez do jogo e jogando com Giannis a poste.

O ataque dos Bucks? É muito dependente de Middleton e Giannis, e o grego foi conseguindo superar uma defesa bem organizada e defensores fortes e como Crowder e Ayton.

No final os Suns venceram mesmo o jogo, às costas de uma dupla de estrelas e atiraram para o outro lado os ajustes a fazer. Defensivamente Monty Williams vai confiar nos seus defensores e ofensivamente vai continuar a explorar a fragilidade de Brook Lopez. Budenholzer tem que repensar a sua defesa e salvar o seu poste da ilha em que este fica quando troca para Booker ou Paul. Ajustes ajustes ajustes, é disto que vive uma série nos Playoffs.

Jogo 2 – Giannis contra… um mundo de triplos

O jogo 2 trouxe os tais ajustes que se pediam aos Bucks. Os campeões do Este tentaram ir alternando as estratégias de defesa entre trocar nos bloqueios e o drop coverage de Brook Lopez. A ideia era obrigar o ataque dos Suns a adaptar-se e… foi o que eles fizeram.

O garrafão foi melhor protegido do que no jogo, mais double teams nas penetrações e isso resultou em 8 blocks para os Bucks. O problema é que contra uma equipa tão completa como estes Suns, é escolher que veneno queres tomar. A equipa de Monty Williams reagiu bem a este ajuste de fechar o jogo interior (é a identidade defensiva destes Bucks) e apostou tudo no jogo exterior. 20 triplos em 40 tentativas, na sua maioria, sem grande oposição.

O jogo dos ajustes fica difícil para Budenholzer porque nada resulta. Os Suns tem uma ofensiva muito completa porque as suas estrelas são isso mesmo: completas. Trocas os bloqueios? Paul e Booker atacam Brook Lopez. Fazes drop coverage? Eles destroem-te com midrange. Fazes drop coverage com double team? Eles passam bem sobe pressão e tem atiradores competentes no jogo exterior.

Voltamos a falar muito do jogo no ataque dos Suns, mas neste jogo 2 também é importante falar do outro lado. Os Suns venceram os 2 jogos mas terão de fazer também alguns ajustes para os próximos 2 jogos em Milwaukee. Giannis foi dominador neste jogo 2. 42 pontos, com uma eficácia de 68% de lançamento e 11 lances livres marcados (em 18 tentativas).

No jogo interior os Suns confiaram novamente nos seus defensores (principalmente Ayton) para conter o grego, mas não funcionou. Giannis é muito forte e talentoso debaixo do cesto e sem ajudas de double teams fica complicado pará-lo. Também os Suns terão de escolher o seu veneno, viver com Giannis a dominar dentro ou ajustar algumas double teams e abrir os atiradores que os Bucks têm.

O que esperar dos próximos jogos?

Há gente já a falar na possibilidade dos Suns fecharem esta série em 4 jogos. Ofensivamente mostraram ter armas para desarmar uma das melhores defesas da Liga e defensivamente confiam num Giannis ligeiramente abaixo do nível estratosférico em que apareceu no jogo 2.

Qualquer fã quer 7 jogos desta série, mas acho que os Suns fecharão a série antes disso, em 5 ou 6 jogos. A diversidade ofensiva de Chris Paul e companhia é demasiada para uma defesa que, apesar da sua inegável qualidade, tem limitações a defender bases tão completos. Talvez se os Bucks abdicarem de Lopez e passarem mais tempo com Giannis a poste possam ter uma oportunidade de equilibrar a série e vencer os 2 jogos em casa.

Previsão final: Suns em 5. Chris Paul MVP das Finais.


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