Profecia do Borda D’Água #1: Portugal estará representado em Glasgow com a sua segunda maior delegação de sempre
12 dias, 12 profecias para o ano 2018. O Fair Play consulta o seu oráculo e faz 12 palpites sobre o que vai acontecer no mundo da natação no ano que agora dá início
A primeira profecia é sobre a prova principal do ano 2018, os Campeonatos da Europa de Piscina Longa, que decorrem em Glasgow de 3 a 9 de Agosto (a natação pura).
Os últimos Europeus decorreram em Londres, em 2016, e foram de boa memória para a natação portuguesa, onde pela segunda vez na História dos campeonatos um português subiu ao pódio. Foi Alexis Santos na prova dos 200 metros estilos que obteve a medalha de bronze. O primeiro fora Alexandre Yokochi, em Sófia 1985, quando se sagrou vice-campeão da Europa nos 200 metros bruços.
Portugal já esteve representado em 24 das 33 edições dos Campeonatos da Europa de Natação, que se disputam desde 1926.
A edição que contou com a presença de mais portugueses foi a de 2002, em Berlim. Representaram a nossa selecção um total de 15 nadadores. Eram eles:
- Bárbara Ferreira
- Egas Bastos
- Filipa Silva
- Hélder Lopes
- Henrique Neiva
- Ivo Carneiro
- José Couto
- Luís Monteiro
- Marta Ferreira
- Nuno Laurentino
- Pedro Silva
- Raquel Felgueiras
- Ricardo Coxo
- Sara Oliveira
- Simão Morgado
As segundas edições com mais portugueses foram logo dois anos depois (Madrid 2004) e em 2008 (Eindhoven). Nessas edições Portugal levou 13 nadadores.
Na última (Londres 2016), Portugal ficou próximo das edições de 2004 e 2008 levando 12 nadadores.
O nosso prognóstico é que ainda não vai ser este ano que a edição de 2002 será ultrapassada, mas em 2018 a nossa selecção poderá igualar as segundas edições com mais nadadores portugueses, ou seja 13, ou mesmo ter mais um nadador que nessas edições.
Vamos a contas:
No final de 2017 já tivemos um campeonato da Europa, mas em piscina curta, aí Portugal levou 8 nadadores – Alexis Santos, Diana Durães, Diogo Carvalho, Gabriel Lopes, João Vital, Miguel Nascimento, Tamila Holub e Victoria Kaminskaya – esses 8 estão, obviamente, na linha da frente para se apurarem para Glasgow.
A estes 8 há que acrescentar um nadador que esteve nos Mundiais de Budapeste em 2017 – Guilherme Pina.
Ainda há que considerar uma nadadora que já nadou abaixo do mínimo exigido, durante o ano de 2017 e, considerando o que fez recentemente em piscina curta, não deverá ter dificuldade em melhorar esse tempo que já dava mínimo. Falamos de Raquel Pereira.
Tendo em conta a forma que exibiram em piscina curta e tendo em conta o objectivo de tempo a marcar para estar no Europeu, juntamos mais quatro nadadores aos 10 acima mencionados:
- Tomás Veloso nos 400 estilos – terá de fazer recorde pessoal, por 1,23 segundos, para chegar aos 4:23.04, mas em piscina curta tirou 4 segundos ao seu anterior RP;
- Ana Monteiro nos 200 mariposa – já ficou a apenas 12 centésimos do mínimo, em 2017. Neste início de temporada já melhorou todas as suas melhores marcas pessoais a mariposa em piscina curta. perspectivando-se que esses 12 centésimos vão deixar de ser obstáculo brevemente;
- Ana Rodrigues nos 50 livres ou 100 bruços – se fosse possível fazer mínimos nos 50 bruços, a velocista não teria problemas em apurar-se, não sendo torna-se mais complicado porque exige que melhore substancialmente os seus recordes pessoais, coisa que já fez em piscina curta recentemente;
- Rita Frischknecht nos 200 costas – são mais de 2 segundos de distância entre o seu RP e o mínimo exigido, mas nos últimos dois anos a costista já tirou 3 segundos ao seu tempo em piscina curta e ainda não conseguiu melhorar em piscina longa. Pode ser que seja este ano que repercuta os resultados da piscina curta na piscina longa e assim garantirá os 2:13.29 necessários.
No final das contas, se todos os nadadores que mencionámos conseguirem fazer o mínimo (e todos eles têm boas probabilidades neste momento de o fazer), a selecção portuguesa contará com 14 representantes.
Cumprindo-se a profecia, há um outro dado a reter: é que em 2016, pela primeira vez, as mulheres estiveram em igualdade numérica com os homens – 6 homens e 6 mulheres – e agora voltariam a estar – 7 para 7 – o que revelaria uma tendência clara do equilíbrio entre os dois géneros no panorama actual da natação portuguesa.
Este é o nosso prognóstico que até poderá ser bastante conservador (esperamos que sim). Veremos se 2018 será um ano de confirmações, mas também de revelações e se a estes 14 nomes aqui apontados, não se junta(m) outro(s).