[Bisca da Primeira Divisão Feminina] Futebol Clube do Porto
O Campeonato Nacional de Clubes da 1ª divisão realiza-se em Coimbra nos dias 17 e 18 de Março. O Fair Play faz a análise das 12 equipas masculinas e das 12 equipas femininas que disputarão o título de clubes mais importante da natação nacional
Ao cabo de 19 anos ininterruptos, pela primeira vez, da equipa feminina do Futebol Clube do Porto que disputará a 1ª divisão não faz parte a campeoníssima Sara Oliveira. Participou nos 8 campeonatos consecutivos vencidos pelo FC Porto e passa agora o testemunho a esta geração de nadadoras dos azuis e brancos que tentarão continuar o legado deixado por Sara e outras grandes nadadoras que passaram pelo FCP.
A equipa comandada pelo técnico José Silva vai a jogo com fortes argumentos para lutar pelo título:
Ás – Ana Rita Faria
A nadadora sénior de primeiro ano é uma das melhores especialistas do país nas provas de livres, como prova a sua medalha de bronze nos 200 livres nos nacionais de absolutos da época passada, só superada por Diana Durães e Tamila Holub. Só no ano de 2018 já fez 5 competições em piscina longa e já com tempos muito interessantes nas suas melhores provas, por isso é de esperar que a portista seja um dos destaques da 1ª divisão.
Rainha – Paula Oliveira
Sem Sara Oliveira, passa a ser Paula a nadadora mais experiente deste FC Porto. Este ano não tem competido muito e é, por isso, a maior incógnita do Porto (pelo menos para quem observa de fora). Caso se encontre ao seu melhor nível vai ser fundamental para as azuis e brancas manterem as suas aspirações ao título. É que nas provas de bruços aparece sempre rankeada no top-3, o que diz bem da qualidade da brucista e do potencial que tem para conseguir muitos pontos para o Porto.
Dama – Maria Cabral
Maria Francisca Cabral já conta com 13 recordes nacionais nas categorias de formação no seu currículo, todos eles em provas de livres. Agora que chegou a sénior, converteu-se numa nadadora mais “todo-o-terreno” e a sua importância para a equipa azul e branca é grande precisamente por isso. Irá nadar provas de livres, costas e mariposa e, certamente, em todas elas ficará bem classificada.
Valete – Mariana Barbosa
Júnior de primeiro ano que tem tido uma ascenção meteórica de há um ano a esta parte. De tal forma que já não está muito longe dos mínimos para os Europeus de Juniores, sobretudo nas provas de livres e mariposa. Na primeira divisão nadará os 100 e 200 mariposa e ainda os 200 e 400 estilos, para além de integrar – pelo menos – a estafeta 4×200 livres, a qual se prevê uma grande disputa com o Algés, com o recorde nacional em risco.
Joker – Ana Rita Ramos
Também é júnior de primeiro ano e também tem nas provas de livres as suas especialidades, mas na primeira divisão alternará com as provas de costas, que também executa muito bem. Ana Rita Ramos é mais uma nadadora que entra na equação para a estafeta 4×200 livres do Porto. Ana Rita Faria é a única que tem o lugar assegurado, mas depois, entre Mariana Barbosa (RP: 2:06.55), Maria Cabral (RP: 2:07.23) e Ana Rita Ramos (RP: 2:07.88), uma terá de ficar de fora. São daquelas dores de cabeça que qualquer treinador gostaria de ter.
Trunfos – Catarina Soares, Maria Costa, Rosa Oliveira e Beatriz Silva
Catarina Soares é uma juvenil-A candidata a ser a melhor velocista nacional num curto espaço de tempo. Este ano já bateu o recorde nacional juvenil-A dos 50 metros livres em piscina curta e o de piscina longa também não está longe. Maria Costa, pelo contrário, é mais especialista em provas de fundo. A nadadora júnior alinhará nos 400 e 800 metros livres. Rosa Oliveira só está inscrita para nadar os 50 livres, mas o facto de estar ela escalonada e não Catarina Soares é sinal que a nadadora sénior está pronta para fazer um bom tempo e, consequentemente, uma boa classificação. A júnior Beatriz Santos Silva terá um fim-de-semana agitado, nadando 4 provas, por isso muito do sucesso do Porto estará nos seus desempenhos.
Prognóstico Fair Play
A renovação do FC Porto está consumada. A equipa tem agora várias nadadoras juniores e juvenis a assumir a responsabilidade de representar o emblema que mais campeonatos femininos conquistou (ao todo 15). Apesar de jovem, a equipa não perdeu competitividade e é uma candidata ao título, a questão é que este é o ano com mais candidatas ao título feminino de sempre, o que torna o campeonato bastante imprevisível.
Como já referimos na análise ao Benfica e ao Sporting, consideramos que o Algés parte na pole position, mas que entre os três “grandes” tudo ficará decidido por muitos poucos pontos de diferença.
Considerando as três equipas (ou mesmo as quatro), o Porto é aquela que tem mais saídas e menos entradas em relação à época passada. Desde logo a mais sentida, a olímpica Sara Oliveira, mas também Maria Teresa Amorim e Isabel Pêgo. No lado das entradas não há nenhuma a registar.
Contudo, isso não significa que a equipa não possa estar ao mesmo nível, ou até mesmo melhor, por via da evolução que a maior parte das nadadoras mencionadas evidenciaram no último ano, com destaque para Mariana Barbosa, Ana Rita Ramos, Catarina Soares e Maria Costa. Por isso, pode-se dizer que os reforços do Porto já lá estavam.
De qualquer forma, não nos alheamos do “poder de fogo” de Sporting e Benfica, por isso prevemos que a equipa feminina do Futebol Clube do Porto se quedará pelo 4º lugar.