A dama de gelo quebrou a dama de ferro
A edição de 2017 da Taça do Mundo terminou em Singapura no dia 19 de Novembro. Se no sector masculino foi consagrado um velho conhecido do lugar mais alto do pódio, no sector feminino houve uma vencedora inédita
Ao cabo de 8 etapas, distribuídas por 3 clusters, a Taça do Mundo de Natação chegou ao fim. A sueca Sarah Sjöström e o sul-africano sagraram-se os grandes vencedores do circuito mundial.
Se a sueca subiu pela primeira vez ao lugar mais alto do pódio, o sul-africano levou o ceptro pela 4ª vez na sua carreira.
Sarah destrona Katinka
Na competição feminina assistiu-se à edição mais competitiva de sempre. A bem da verdade, as últimas cinco edições foram algo monótonas com Katinka Hosszu a cilindrar a concorrência. Para este ano, a FINA alterou as regras, não permitindo que a Dama de Ferro utilizasse a sua táctica favorita: nadar as provas todas e vencer quase todas. Em 2016 a húngara venceu nada mais, nada menos do que 73 provas e na altura afirmamos que venceria quantas mais quisesse. Nem nós nem ela contámos com a alteração introduzida pela FINA…
Desde logo, Katinka foi muito dura com a Federação Internacional e escreveu uma “carta aberta à natação” no seu facebook.
O que é certo é que os novos moldes da competição atraíram outros nadadores, com destaque para a sueca Sarah Sjöström que está a ter um 2017 de luxo.
Na Taça do Mundo a dama de gelo foi absoluta e venceu um total de 25 provas no cômputo das 8 etapas, e pelo caminho bateu 5 recordes do mundo. Terminou o circuito com um total de 629 pontos, relegando a penta-campeã Katinka Hosszu para o segundo lugar do pódio com 482 pontos. A holandesa Ranomi Kromowidjojo, que também deu espectáculo na Taça, nomeadamente ao tornar-se na primeira mulher a nadar 50 livres abaixo dos 23 segundos (22.93 na etapa de Berlim), ficou na posição de bronze com 299 pontos.
Sjöström arrecadou 285 mil dólares em prémios, só com as vitórias que obteve no circuito, não estando contabilizado o correspondente aos recordes do mundo, que lhe acrescem mais 50 000 dólares à conta pessoal
Chad Le Clos, 3 anos depois
Ao contrário de Sjöström, Chad Le Clos é um habitué da Taça do Mundo e antes da edição deste ano já tinha conquistado a competição em três ocasiões: 2011, 2013 e 2014. Nos últimos dois anos tinha sido vice-campeão, algo que soube a pouco ao maior vencedor masculino de provas individuais na Taça do Mundo (tem agora 139 vitórias).
O sul-africano teve uma vitória tranquila, apesar de ter marcado menos pontos do que as duas primeiras no sector feminino.
Chad Le Clos obteve 447 pontos, garantindo uma vantagem confortável nos dois primeiros clusters, que venceu. O vencedor do ano passado, Vladimir Morozov, trocou de posição com Le Clos e foi segundo classificado com 333 pontos. Teve a companhia no pódio de outro russo, o brucista Kiril Prigoda, que obteve 270 pontos no final do torneio.
Le Clos igualou Sjöström na soma do “pé de meia” que angariou e levou para casa os mesmos 285 mil dólares.