Lacrosse: PLL torna-se na principal liga profissional após fusão com MLL
De 2001 a 2019, a Major League Lacrosse (MLL) dominava o mercado do lacrosse profissional (outdoor), mas a liga sempre teve as suas falhas. A competição recebia críticas vindas de jogadores e adeptos por a liga durante vários anos parecer apenas focada em existir. Grande parte dos jogadores não recebiam um salário que lhes permitia dedicar-se à modalidade a tempo inteiro. Para muitos adeptos, a MLL não estava a fazer o suficiente para promover o lacrosse e crescer a comunidade. Em 2019, é aqui que entra Paul Rabil e a Premier Lacrosse League (PLL).
A liga prometia ser uma competição gerida por jogadores para os jogadores e com um foco reforçado em oferecer um produto de alta qualidade aos adeptos. Duas épocas depois podemos dizer que as promessas foram cumpridas. Atletas escolhiam focar-se na nova competição (às vezes em conjunto com a liga indoor NLL), encontrando nela melhores condições e salários. Os adeptos tinham agora uma liga com uma imagem moderna e que queria tornar a modalidade em algo mainstream. Com a chegada da PLL, a MLL perdia o seu papel de destaque como liga profissional.
Na passada quarta-feira (16 de Dezembro), recebemos a notícia que, após 19 anos de existência, a MLL chegava agora ao fim, mas quase duas décadas de competição não foram canceladas em vão. No anúncio oficial, por parte das duas ligas, foi confirmado que iria ocorrer uma fusão entre a PLL e a MLL. A Premier Lacrosse League será a cara desta fusão e os franchises da MLL tornam-se propriedade da mesma.
Na sua época de 2020, a Premier Lacrosse League teve 9 equipas em campo. Agora, para a sua terceira época, esta anunciou que irá acolher um 10º franchise, os atuais campeões Boston Cannons. Os Cannons foram um dos membros fundadores da Major League Lacrosse, tendo sido campeões em 2011 e 2020. Agora terão lugar na PLL com “novo” nome: Cannons Lacrosse Club. A PLL usa um modelo de tour, jogando em estádios diferentes todas as semanas, o oposto de uma liga tradicional. Este modelo tem se provado um sucesso para a competição, garantindo que cada semana de jogos é um evento nas cidades anfitriãs.
A existência de duas ligas profissionais na variante outdoor da modalidade estavam a dividir os recursos monetários e humanos que poderiam potenciar um maior crescimento do lacrosse profissional. Uma divisão como esta não significa automaticamente uma rivalidade pouco saudável para o desporto. A criação da Premiere Lacrosse League obrigou a MLL a crescer e resolver as suas falhas. Obviamente, todo este progresso já devia ter sido iniciado antes de existir competição, chegando tarde demais.
Pela primeira vez desde 2018, existe apenas uma liga profissional de lacrosse (outdoor) e existe esperança para o futuro da modalidade ao nível profissional, mas nem tudo é positivo. Mesmo que apontemos várias falhas na MLL, a competição gerava empregos e oportunidades, mesmo que para muitos fosse apenas um part-time. A temporada de 2020 da Major League Lacrosse incluiu 6 equipas. Depois da fusão com a PLL, centenas de jogadores, treinadores e funcionários dos franchises e da liga estão sem emprego. A PLL vai incluir uma das equipas da MLL, mas tudo indica que esta não será composta pelos mesmos jogadores (pelo menos, não na sua totalidade). A equipa será construída através de atletas escolhidos no Expansion Draft.
A PLL e a MLL estão a trabalhar em conjunto para executar esta transição de recursos humanos. Não há dúvidas que muitos ex-jogadores ou funcionários da MLL vão encontrar o seu espaço na PLL, mas este não será o caso para a maioria. Muitos dos antigos jogadores ficaram sem uma liga para competir no verão e isto deverá levá-los a ter um maior investimento e interesse em torneios alternativos. Outros poderão acabar por se dedicar a encontrar um lugar permanente na NLL (liga de box lacrosse).
A Premier Lacrosse League escolheu não acolher todos os plantéis da Major League Lacrosse de imediato, mas continua a ser proprietária das identidades de todos os antigos franchises e deverá utilizá-los em futuras expansões. Se a PLL mantiver o seu ritmo de expansão (1 equipa por época), poderemos voltar a ver 13 equipas profissionais em campo em 2024, desta vez na mesma competição. Com a entrada de novos investidores e a nova fusão, o futuro parece risonho para a PLL.