Segunda Divisão Nacional – A corrida para chegar ao topo (Parte 1)

José NevesAbril 5, 20188min0

Segunda Divisão Nacional – A corrida para chegar ao topo (Parte 1)

José NevesAbril 5, 20188min0
Não é só a primeira divisão que caminha a passos largos para o seu final, no segundo escalão também a altura das decisões se aproxima, com oito jornadas para o final da época, o Fair Play olha para o lago mais pequeno, e para as equipas que se preparam para dar o salto para o mar dos tubarões.

A segunda divisão de hóquei em patins parte para as derradeiras jornadas e são várias as equipas ainda na disputa pelos três lugares que dão acesso à primeira divisão. Zona norte e zona sul estão a oito jornadas do final e existe a forte possibilidade de os lugares de promoção apenas serem decididos nas últimas stickadas da época.

O Fair Play foca atenções no segundo escalão e nas emotivas lutas pelos primeiros lugares em ambas as zonas. Hoje com as atenções viradas para o norte do país.

Tabela classificativa à 22ª jornada (fonte: hoqueipatins.pt)

Riba d’Ave HC – Um regresso que pode estar próximo

Na zona norte são duas as equipas que se destacam nos primeiros lugares, com um quarteto de conjuntos atentos a quaisquer deslizes deste duo. À onze jornadas que a liderança da zona norte da segunda divisão está entregue ao Riba d’Ave, equipa que acabou despromovida da primeira divisão na temporada passada por apenas um ponto, mas que foi posteriormente desclassificada, num caso que muita tinta correu durante o verão.

Agora de regresso ao segundo escalão o Riba d’Ave mostrou desde cedo a vontade de regressar ao topo, contando com o melhor ataque da competição com 137 golos marcados, 92 deles nos 13 jogos disputados no seu pavilhão. Com o melhor marcador do campeonato, o treinador-jogador Hugo Azevedo com 41 golos, o Riba d’Ave conta com 50 pontos na tabela, mais 4 que o mais directo perseguidor, a Sanjoanense, mas conta também com mais um jogo disputado.

O calendário até final não será fácil para os líderes, com seis dos sete jogos restantes fora de portas, dois deles nos campos de Espinho e ao FC Porto B, e com a recepção ao terceiro classificado Académica de Coimbra. Apesar de ser o único líder do campeonato que o ano civil de 2018 viu, o caminho para a subida ainda é longo e bastante sinuoso para a equipa de Hugo Azevedo.

Hugo Azevedo é treinador-jogador do Riba d’Ave, e melhor marcador do campeonato (foto: Simão Freitas)

AD Sanjoanense – Outro regresso no horizonte

No segundo posto surge a outra equipa que desceu do primeiro escalão na temporada passada, a Sanjoanense. Depois de três épocas consecutivas no principal campeonato português, a turma de São João da Madeira pretende agora regressar o quanto antes ao convívio entre os grandes da modalidade, seja de forma directa ou novamente através do playoff de promoção, depois de em 2014 ter alcançado a subida desta mesma forma.

E se o Riba d’Ave se destaca pelo ataque, a Sanjoanense destaca-se pela defesa. 63 golos sofridos nos 20 jogos até agora realizados constituem o melhor registo defensivo da zona norte da 2ª divisão, numa média ligeiramente superior a 3 golos sofridos por jogo. Outro dado relevante é o de a Sanjoanense ter infligido duas das três derrotas que o líder Riba d’Ave soma (5-4 em casa, e 4-3 fora), apesar disso a Sanjoanense acabou derrotada em dois jogos frente a equipas da luta pela manutenção (3-4 em casa frente ao Póvoa, e 4-3 em Marco de Canaveses), o que justifica o actual segundo lugar da tabela.

Até final da época a equipa de São João da Madeira tem ainda oito jogos, sendo que ao contrário do Riba d’Ave a sua maioria serão no seu reduto. Para além das difíceis deslocações ao Famalicense e Juventude Pacense, a Sanjoanense conta com dois jogos de caracter decisivo no seu pavilhão, com a recepção a dois rivais directos na luta pelo top-2, Carvalhos e Cambra, estes últimos já na próxima ronda.

A Académica Coimbra – A equipa sensação da temporada

Na perseguição aos duo da frente surgem quatro equipas ainda com esperanças de alcançar um lugar que permita acesso à primeira divisão. Este quarteto é liderado pela sensacional Académica de Coimbra, equipa que na temporada passada alcançou a promoção do terceiro escalão, e esta temporada surge já na batalha por nova promoção.

A equipa da cidade de Coimbra tem sido a grande surpresa desta temporada, registando uns impressionantes 120 golos marcados na competição, a segunda melhor marca do campeonato com uma média de 5.7 golos por jogo. A Académica tem realizado uma época regular, principalmente em sua casa onde apenas foi derrotada por uma ocasião (6-7 frente ao Póvoa), tendo rubricado importantes vitórias frente a Riba d’Ave(7-6), Sanjoanense(4-3) e Carvalhos(por impressionantes 13-3).

Com sete jogos por disputar a Académica tem em três deles partidas que decidirão o destino dos estudantes. Com recepção ao Espinho, e deslocações a Cambra e Riba d’Ave, a turma de Coimbra mantém remotas chances de chegar à primeira divisão, e continua a ser o outsider nesta luta apesar do terceiro lugar actual, mas mesmo não conseguindo o regresso a um campeonato que não disputa desde 1994, já ninguém tira o mérito da brilhante temporada desta equipa que na temporada passada disputava o terceiro escalão.

CH Carvalhos – Irregularidade pode custar promoção

Na quarta posição surge a equipa do Carvalhos, um conjunto que compete pela terceira época consecutiva na segunda divisão, depois de duas temporadas consecutivas na primeira. Com dois quartos lugares consecutivos, é nesta mesma posição que a formação do Carvalhos aparece novamente esta temporada mas, com oito jogos ainda por realizar, ainda tem possibilidades de subir para os lugares de promoção directa ou acesso ao playoff.

A equipa do Carvalhos tem mostrado duas faces bem diferentes na presente temporada, com um excelente registo caseiro que já lhe valeu 27 pontos, sendo a única equipa que ainda não conheceu o amargo sabor da derrota no seu pavilhão, Sanjoanense e Académica já deixaram três pontos na visita a casa do Carvalhos, Espinho e Riba d’Ave não conseguiram melhor que um empate. O grande problema do conjunto treinado por Rafael Rafael são os jogos fora, são apenas quatro vitórias em nove jogos, que fazem do Carvalhos a pior equipa na condição de visitante, das seis que lutam pela subida.

Com três difíceis deslocações ainda no calendário(Espinho, Famalicense e Sanjoanense), o Carvalhos terá de melhorar bastante o seu registo em partidas longe do seu reduto para poder ambicionar o regresso ao escalão máximo do hóquei português já na próxima época.

HA Cambra – Próximo jogo é decisivo

O Hóquei Académico de Cambra disputou pela última vez o campeonato da primeira divisão em 2015-16, época em que terminou na 14ª e última posição, na temporada passada terminou a época na 5ª posição da tabela, precisamente a mesma que ocupa neste momento.

A apenas seis pontos do segundo lugar que dá direito à disputa do playoff de promoção, o Cambra tem ainda uma palavra a dizer na discussão pela subida, e o próximo jogo será decisivo para os vale-cambrenses. No próximo sábado (7 de Abril) entram em campo as duas defesas menos batidas do campeonato, a Sanjoanense (63 golos sofridos) e o Cambra(68).

Em caso de vitória da equipa liderada por Vítor Pereira, ex. técnico da Sanjoanense que devolveu a equipa de São João da Madeira à primeira divisão em 2013-14, o Cambra reduz a diferença para apenas três pontos para o segundo posto, deixando tudo ainda mais em aberto para o que resta jogar. Para lá deste próximo jogo a equipa do Cambra ainda terá pela frente duas difíceis deslocações aos terrenos de Carvalhos e FC Porto B, e uma partida diante do seu público frente à Académica de Coimbra.

A Académica Espinho – A frustração do terceiro lugar

A equipa da Académica de Espinho apostou numa pequena renovação do seu plantel para esta época, contratando três jovens oriundos de equipas da primeira divisão e internacionais pelas camadas jovens portuguesas. Pedro Freitas e Diogo Seixas (ex.Valongo) e Diogo Casanova (ex.Sanjoanense) chegaram a Espinho com o objectivo de fazer a Académica local regressar ao primeiro escalão, onde não joga desde 2013.

E desde que foi despromovido à segunda divisão o Espinho tem estado sempre bem perto de regressar ao topo, mas nas quatro temporadas neste escalão soma quatro terceiros lugares, em dois deles terminou em igualdade pontual com o 2º, e na pior das épocas terminou a somente 3 pontos do lugar de playoff. Um percurso frustrante para a equipa espinhense e que esta temporada não parece melhorar, estando já a 12 pontos do líder do campeonato e a 8 do segundo lugar.

Ainda assim são 8 pontos recuperáveis tendo em conta os vários jogos ainda por disputar entre os seis primeiros classificados, a turma do Espinho tem pela frente jogos nos terrenos da homónima de Coimbra e da Juventude Pacense, recebendo em sua casa o FC Porto B, o Carvalhos e o líder Riba d’Ave. Vários jogos de elevado grau de dificuldade que, aliados à desvantagem que o Espinho apresenta na tabela, deixam pouca margem de erro para a equipa treinada por Nelson Gomes, mas com uma recta final de época a roçar a perfeição é possível ao Espinho terminar nos dois primeiros lugares do campeonato.


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