O avançado do futebol, o pivot do futsal
Se no futebol ser avançado tem nitidamente de estar ligado aos golos, no futsal a história é outra. Ser pivot é muito mais do que fazer golos: é ser o primeiro defesa. Quando em pressão alta a defender é importantíssimo. Se conseguir restringir as linhas de passe do seu opositor, certamente vai tornar mais fácil a tarefa dos colegas. Caso permita ao portador da bola ter espaço para pensar o jogo e deixar que a equipa contrária se movimente então não está a fazer corretamente o seu trabalho.
Por norma são os jogadores desta posição os que conseguem pressionar com mais intensidade ou ocupando mais espaço, sejam eles jogadores com uma estampa física notável ou um jogador com metro e meio de altura. A intensidade com que atacam o portador da bola é que define quem atua nesta posição. A ideia do pivot a defender tem uma particularidade: por vezes, a defender, quem joga nessa posição assume uma outra quando a própria equipa está em ataque. Isto é: em ataque joga a fixo, mas quando é necessário subir linhas a defender torna-se pivot.
Se a defender a equipa estiver num bloco recuado aí sim é o pivot de ataque que costuma defender mais à frente. E também nesta zona tem um papel fundamental na medida em que, fazendo as devidas trocas, não deve baixar demasiado a pressão à mercê de colocar a sua equipa a defender numa zona muito próxima da sua baliza.
Em ataque, podemos falar de dois tipos de pivot: o de jogo direto e o de movimentação.
Ao 3:1 tradicional associa-se o pivot mais direto – com características físicas que o tornam num jogador a quem é difícil roubar a bola ou ganhar no corpo a corpo. Neste modelo de jogo cabe ao pivot dar profundidade na quadra, obrigando a defesa contrária a deixar espaço vazio no meio do campo. Desta forma pode controlar a bola para que um colega venha rematar perto ou pode ele mesmo tentar ganhar no 1×1 ao opositor direto. Vejamos na Liga SportZone o caso de Dieguinho, Rocha, Cardinal (todos do Sporting) de Rafael Fits (Benfica), Tunha Lam (Burinhosa), Cássio (Braga AAUM) e Joel Queirós (Módicus).
Num estilo de pivot mais dinâmico temos declaradamente o caso de Fernandinho e Raúl Campos (ambos do Benfica). Nestes casos os jogadores acabam por criar movimentos de arrasto tanto para dar linhas de passe como para libertar espaço nas defesas adversárias. Por outro lado, este tipo de pivot acaba inúmeras vezes por ser interpretado por toda a equipa uma vez que em rotação quase todos os jogadores acabam por passar por lá.
Ser pivot é por isto uma posição que é sensível ao jogo que se pretender efetuar e se para um determinado tipo de jogo há um pivot melhor, para outro há jogadores que estão mais capacitados para desempenhar a posição. Isso é bem visível na diferença entre o pivot de ataque e o de defesa. Mais do que em qualquer outra posição da quadra.
As 14 escolhidas
Já foi anunciada a constituição do plantel que o técnico nacional Luís Conceição vai ter à sua disposição para tentar a conquista do primeiro Europeu de futsal feminino.
Ana Catarina (SL Benfica) e Naty (Quinta dos Lombos) – Guarda-Redes
Cátia Morgado (Sporting CP), Pisko (Novasemente GDC), Sara Ferreira (SL Benfica), Jenny (Burela Pescados), Rute Duarte (GD Valverde) e Taninha (AS Lazio Calcio) – Alas
Ana Azevedo (FC Vermoim) e Fifó (SL Benfica) – Universais
Inês Fernandes (SL Benfica) – Fixo
Carla Vanessa (Santa Luzia FC), Janice Silva (SL Benfica) Lídia Moreira (Novasemente GDC) – Pivot
A prova vai decorrer em Gondomar nos dias 15, 16 e 17 de Fevereiro. Em competição vai estar Portugal, Ucrânia, Rússia e Espanha. Das meias finais entre Portugal x Ucrânia e Rússia x Espanha vão sair as finalistas da prova. De destacar que a final está marcada para dia 17 de fevereiro, domingo, e os jogos vão ter transmissão na RTP1.