Ala: a posição de todos, mas que poucos desempenham com excelência. Benfica faz a dobradinha na Taça da Liga

Rafael RaimundoJaneiro 14, 20194min0
No seguimento dos artigos anteriores que publicámos sobre as posições de guarda-redes e fixo no futsal, vamos esta segunda-feira debater sobre os alas. Contudo, também não esquecemos a Taça da Liga e vamos dar uma "olhadela" ao que de melhor e pior teve a prova.

Falar sobre a posição de alas no futsal é falar sobre a posição que qualquer um é, mas que na realidade poucos o são de verdade e passamos a explicar: em momentos de ataque – e exigindo-se uma movimentação constante dos jogadores para chegar à baliza adversária – qualquer jogador acaba por “cair” na posição de ala.

Aliás, quando a condição física é a de um jogador com características de velocista acaba, na maioria das vezes por se tornar um ala puro: rápido na saída para o contra-ataque, mas também com maior capacidade para recuperar mais rápido e voltar a equilibrar a equipa defensivamente.

Em ataque, e quando a equipa não aponta para um jogo direto no pivot, é dos alas que por norma surgem os desequilíbrios. Comparando ao futebol atuam como extremos. Com bom toque de bola, dinâmicos com a bola , mas essencialmente sem a mesma, têm nos pés o seu principal trunfo.

Se na posição de fixo, de que escrevemos no artigo anterior, o jogador que ocupa a posição gaba-se de uma percepção tática mais forte do que a da restante equipa, na posição de ala encontram-se as grandes “estrelas” da modalidade. Falamos de jogadores como Ricardinho, Falcão, Gadeia (Inter Movistar), Robinho (Benfica) ou Alex Merlim (Sporting).

Não raras vezes, vê-se a equipa a movimentar três jogadores para um determinado lado da quadra, obrigando a defesa contrária a deixar que exista uma situação de 1×1. Em Portugal verifica-se muito este tipo de situações com Merlim e Robinho em campo.

Contudo, e daí termos afirmado que nem todos são alas de excelência prende-se o facto de um ala ser muito importante na parte defensiva. Uma vez passada a primeira linha defensiva (a zona ocupada pelo pivot), os alas devem ser prudentes na hora de defender. Ao ala que enfrenta diretamente o adversário exige-se que tenha a maior cautela na forma de atacar a bola – um corte em falso e o adversário já tem vantagem numérica sobre a defesa -, já ao ala contrário é de extrema importância que apoie “fechando” o espaço existente na ala que ocupa.

Em situação de pressão alta espera-se do ala a capacidade de conseguir recuperar de forma rápida tanto para atacar como para defender. Em momentos destes é dos alas o trabalho mais desgastante.

Por não ser só necessário só ter qualidade técnica é que esta é uma posição que é de quase todos, mas que é realmente de poucos.

Mais uma Taça da Liga, mais um ano que os encarnados a conquistam.

O Benfica venceu este domingo a equipa do Braga AAUM por 3-0 e conquistou assim mais uma Taça da Liga de futsal. Num breve resumo vamos perceber o que de melhor e pior houve na prova.Começando pelo melhor, diríamos que a competitividade e o equilíbrio foram as verdadeiras notas de destaque. Nos quartos de final apenas um jogo em quatro não terminou nos penaltis, o que revela que todos os encontros foram disputados até ao fim.

A destacar ainda há a competitividade demonstrada pelas equipas de posições inferiores. Contra os teóricos favoritos agigantaram-se e mostraram que os favoritos não ganham sempre. O melhor exemplo disso foi a derrota do tri-campeão nacional nos quartos de final da competição frente à equipa do Eléctrico FC, equipa que subiu este ano à principal divisão nacional pela primeira vez. Note-se que neste jogo, apenas decidido nos penaltis, os leões estiveram à beira de perder nos quarenta minutos de jogo.

Os jogos entre Módicus e Leões de Porto Salvo, Braga e Fundão (os dois nos quartos de final) e mesmo o Módicus frente ao Braga AAUM numa das duas meias-finais, foram extremamente intensos e mostraram de forma clara que as posições na tabela classificativa podiam inverter-se que iriam estar de forma justa também.

Na perspectiva do que foi o pior, é unânime dizer que foi a prestação da equipa vice-campeã europeia. Não porque perdeu logo no primeiro jogo da prova, mas sim porque foi perceptível o facto de a equipa já não ser aquilo que tem sido nas últimas épocas. Talvez devido às alterações que existiram no plantel.

No entanto, como já ouvimos dizer pelo desporto, são dores de crescimento. Se assim for, e aliando o talento bruto do plantel verde e branco com a capacidade de trabalho de Nuno Dias, não menos se espera do que a lutar bem acesa pela conquista da Champions League de futsal.

Foto: Instagram oficial Bruno Coelho

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