As Pioneiras e a conquista do Europeu de futebol de praia pt.1
Finalmente. Finalmente chegou o dia de escrever sobre a conquista da Woman’s Euro Beach Soccer League (WEBSL). Esta história, destas “Pioneiras”, não pode ser só contada desde o início desta competição vencida, mas desde início e porquê? – Porque este grupo de jogadoras e equipa técnica e staff assim o merecem.
Esta caminhada começou em 2021, quando de forma oficial, a FPF criou a seleção feminina na modalidade, para competir na WEBSL. Já tinham existido seleções femininas de futebol praia, mas apenas de cariz promocional da modalidade, mas não com continuidade como a partir de 2021.
O homem escolhido para liderar o projeto? O “chato”, o homem que conhece o jogo como a palma da própria mão, o par da dupla de ouro da nossa seleção que durante anos e anos muitas alegrias deu a Portugal no futebol praia, o camisa 6, o ícone – Alan Cavalcanti.
Em 2021, Alan, liderou um grupo novo, praticamente sem experiência e sem grande tempo de trabalho, a um honroso 5º lugar, após vencer a Ucrânia e desde logo assumiu – “Começámos agora, temos muito trabalho pela frente até chegarmos a um título. É esse o objetivo, nós trabalhamos sempre com isso na mente. Sinto que estamos no caminho certo” (fonte: zerozero.pt). Ambicioso e com a certeza de que a sua sabedoria iria ajudar esta seleção a chegar ao pretendido.
Em 2022, conquistamos o primeiro pódio, alcançando primeiro as meias-finais, onde cairíamos frente à Espanha, que seria a vencedora da competição nesse ano. Acabaria com o bronze após nova vitória frente as ucranianas.
Começava-se a desenhar uma equipa cada vez mais vencedora e a procurar afirmar-se na modalidade.
Em 2023, mais um passo dado, com a chegada à primeira final, depois de vencer o grupo e eliminar a Chéquia na meia-final, acabaríamos derrotados pela seleção espanhola que arrecadaria o bicampeonato.
No entanto, mais um degrau que subíamos, 2021 – 5º lugar, 2022 – pódio / 3º lugar, 2023 – pódio novamente / 2º lugar… estávamos a pequenos passos de chegar ao objetivo traçado desde o primeiro dia.
Em 2024, pelo terceiro ano consecutivo iriamos alcançar o pódio e pelo segundo ano consecutivo a grande final da WEBSL, o desafio era gigante para alcançar esta segunda final, uma vez que iriamos disputar a meia-final contra a bicampeã, a Espanha, “nuestras hermanas” que nunca tínhamos vencido, era uma daquelas situações de David contra Golias, e nós lusitanas, fomos à luta e vencemos, naquilo que foi um jogo herculano da nossa parte, um jogo que quebrou aquela barreira, e passamos a pensar, conseguimos vencer as melhores, conseguimos vencer todas.
No entanto, iriamos voltar a ficar com a prata, esse jogo frente às espanholas levou tudo de nós, fisicamente na final frente à Polónia, uma seleção que até então tínhamos vencido, fomos abaixo, não conseguimos contrariar e acabamos vencidas, mas não derrotadas e com a certeza de que estava cada vez mais perto, era possível sentir que sim.
Chegamos ao ano 2025. O ano que ficará para sempre marcado na história do futebol praia feminino e na memória de todos nós e que contamos ao pormenor na segunda parte deste artigo.