Fez-se justiça por Hulkenberg
15 anos após a sua estreia na F1, e um período de três épocas como piloto de reserva, Nico Hulkenberg atingiu o tão sonhado e prometido pódio na categoria máxima do automobilismo.
Quem o viu chegar à Fórmula 1 no ano de 2010, ao volante de um Williams já algo deficitário, tinha a ideia de que aquele jovem de cabelos louros iria ser especial, que ganharia muito na sua carreira. E, de facto, o bom ano de rookie, ao fazer 22 pontos e uma pole position magnifica no Brasil reforçaram a tese de que Hulk era um piloto especial, A surpresa veio no último Grande Prémio da temporada quando Frank Williams anunciou que o alemão não seguiria na equipa para 2011, uma vez que Pastor Maldonado trazia um importante patrocinador, a PDVSA, petrolífera estatal venezuelana.
Acabou por ter vaga na Force Índia, mas como piloto de reserva. Foi em 2012 que voltou a tempo inteiro para um F1, ficando até 2019 nesse posto. Nesse tempo, passou pela construtora britânica-indiana, pela Sauber e pela Renault.
Nestas oito temporadas, o alemão esteve, por várias vezes a bater a porta dos pódios. Na Coreia do Sul, na Bélgica, no Brasil, mas o principal deles, no Grande Prémio da Alemanha de 2019. Hulkenberg chegou mesmo a estar em lugar de pódio, todavia, as condições adversas que se faziam sentir no Hockenheimring “atiraram-no” para as barreiras da SudKurve.
Entre 2020 e 2022 voltou ao posto de piloto de reserva, da Racing Point e da Aston Martin, chegando a fazer quatro corridas nestas épocas. Numas delas, no Grande Prémio dos 70 anos da F1, realizado em Silverstone, qualificou-se em P3, mas a possível menor preparação do piloto não permitiu lutar pelo pódio, terminando em 7º.
Voltou a ser piloto a tempo inteiro em 2023, numa Haas pouco competitiva, mantendo-se em 2024, em que por várias vezes ‘sacou o coelho da cartola’. Em 2025 retornou à Sauber, com o objetivo de fazer a transição para o projeto Audi, com quem ganhou Le Mans em 2015, e foi na escuderia suíça, num dos carros mais desequilibrados que pilotou na carreira, que conquistou o tão sonhado pódio. Um troféu peculiar, visto que é construído por peças de Lego, e que afirmou que a sua filha vai gostar muito de brincar com ele.
Justiça foi feita, 239 corridas depois, o piloto de 37 anos findou a maior série de corridas sem fazer um pódio. E deixa no ar que um projeto bem-nascido por parte da Audi pode trazer mais felicidade à sua carreira.
Da minha parte, espero que ainda vá a tempo de lutar por um campeonato. O Nico merece.