Federação de Patinagem de Portugal: uma casa grande
Após seis meses de trabalho por parte da nova Direção da Federação de Patinagem de Portugal, e após ouvir as propostas lançadas, política desportiva definida e primeiras intervenções técnico-desportivas, podemos começar a analisar tais aspetos.
Apraz-me verificar que uma nova dinâmica comunicacional foi adotada, com uma presença mais forte em termos dos mídia e novas tecnologias, com o lançamento (ou retomar) da revista da FPP, a plataforma de emissões em livestreaming e renovação do site. Era uma das áreas que necessitava de investimento, pois atualmente, “quem não aparece, esquece”. A concorrência é feroz e todas as atividades, desportivas ou não, marcam uma forte presença nas redes sociais e no mundo digital, pelo que se apraz esta lufada de ar fresco.
Foi também deveras agradável ler e ouvir o nosso Presidente, Direção Técnica e Selecionadores abordar publicamente de forma mais concreta, as suas ideias relativamente ao que pretendem fazer ao nível das seleções nacionais a participar nos World Games de Barcelona, com o apelo a um espírito de grupo forte, no sentido de mostrarmos que Portugal é um só. A clarificação de objetivos saúda-se e o caminho deverá ser esse.
Não pondo em causa o espírito de união que se quer implementar, o trabalho a efetuar é que terá que ser, necessariamente, diferente nas modalidades da FPP. Das quatro modalidades que integram a nossa federação, nenhuma tem pontos de contacto entre si para além de serem atividades realizadas sobre patins. A identidade, a dinâmica técnica, tática, competitiva e nível de desenvolvimento de todas elas são substancialmente diferentes, pelo que o trabalho a desenvolver e planeamento terão também que ser diferentes.
Atualmente, o papel do Diretor Técnico é deveras ingrato, pois tem que responder em áreas tão diversificadas como a Patinagem Artística, o Hóquei em Patins, a Patinagem de Velocidade e o Skate, e por muito boa vontade que tenha o Prof. Nuno Ferrão, é humanamente impossível conseguir responder a todas do ponto de vista técnico.
Assim, torna-se importante que os restantes elementos da Direção Técnica de cada modalidade gozem de alguma autonomia para fazerem divergir o trabalho específico de cada uma delas no sentido em que necessitem.
Criar uma uniformização de processos não me parece benéfico para o desenvolvimento das modalidades, pois cria frequentemente situações de desenquadramento e desadequação de processos, que se tornam um obstáculo ao trabalho necessário. Esta minha opinião emana de ter sido praticante de três das quatro modalidades ativas na Federação (Hóquei em Patins, Patinagem Artística e Patinagem de Velocidade) e de sentir no campo as diferenças entre dinâmicas das mesmas.