FIFA 19 vs PES 2019 – Quem conquistará o trono em 2019?
Nos últimos anos temos assistido a um total e completo domínio por parte da EA Sports no que concerne aos simuladores de Futebol. O FIFA tem-se apresentado de forma consistente como o jogo mais coeso, divertido e acessível a todos os públicos, transformando-se num campeão de vendas e relegando o jogo da Konami para segundo plano. Por outro lado, o PES continua muito preso a uma estética “nipónica”, com animações de jogadores algo grosseiras, gráficos com menor qualidade do que os do seu competidor direto e um menor número de licenças.
O grande game changer surgiu na forma de um modo online, o FIFA Ultimate Team. Um modo viciante e verdadeiramente desafiante, conseguiu chamar a atenção de todos os jogadores regulares de videojogos de futebol e criar toda uma sub-cultura que levou ao surgimento de YouTubers, websites dedicados a fenómenos de mercado e análise e previsão de cartas melhoradas. O PES chegou tarde a este fenómeno e a criação do MyClub não foi suficiente para ombrear com o enorme e eficaz Ultimate Team.
Mas a Konami tem vindo a investir na criação de um jogo que consiga atrair novos jogadores para além dos saudosistas do PES 6 e parece que este ano marca o maior ponto de aproximação nos últimos 5 anos. Abaixo, uma pequena análise das novidades de ambos os jogos.
PES 2019
Percebendo que o monopólio do “divertimento” está do lado da EA Sports e do seu título, a Konami compreendeu que o caminho seria criar um jogo que simulasse, de uma forma mais assertiva e realista, o Futebol Moderno.
Para tal, a Konami reforçou os gráficos do seu jogo, com um maior ênfase na iluminação e num sistema que simulasse de forma mais real as mudanças de luminosidade diárias. O sistema Enlighten possui a capacidade de simular luz indireta, uma verdadeira evolução relativamente aos sistemas de iluminação utilizados por este tipo de jogos. Adicionalmente, os gráficos foram melhorados de forma a poderem ser vistos no formato 4K e HDR, demonstrando a vontade dos produtores em criar um jogo visualmente apelativo, para além do reforço na componente da mecânica.
De forma a reforçar a componente de realismo do jogo, os produtores adicionaram mais animações de movimento, uma maior personalidade a cada jogador, que se aproximam do jogador real e criam diferenciação entre os “bonecos”, mais movimentos técnicos, um sistema de Resistência dos jogadores que afeta de forma contundente a performance dos jogadores à medida que o jogo se aproxima do final, e alterações ao nível do controlo tática das equipas, com Substituições Rápidas e Táticas pré-definidas e acessíveis durante o jogo.
Reforçaram também o número de licenças disponíveis, comprando um grande número de Ligas periféricas (incluindo a Ligue 1 e a nossa Liga NOS) e aproveitaram a moda do FIFA 19 de criar Icons para comprar os direitos de imagem de antigas glórias do Futebol e adicionar novas Lendas, como David Beckham. Adicionalmente, a Master League foi atualizada com a International Champions Cup, o MyClub foi reforçado com inúmeras lendas, um sistema de cartas foi implementado (aproximando-se do Ultimate Team) e alteraram o sistema de compra e venda de cartas.
FIFA 19
Por sua vez, a EA Sports já atingiu um patamar bastante calmo e estável no panorama dos videojogos, pelo que o seu trabalho consiste apenas e só na manutenção do trabalho que já fizeram anteriormente e o lançamento de pequenas mudanças que fazem com que o jogo aparente ser distinto do anterior.
A verdade é que a jogabilidade do FIFA se afasta bastante daquilo que é a realidade, pelo que este ano foram adicionados os sistemas Active Touch, que alteram a forma como o jogador se aproxima e recebe a bola, aumentando a fluidez dos movimentos, as Batalhas 50/50 entre jogadores foram alteradas, de forma a responder de uma forma mais eficaz e realista aos atributos dos jogadores, esperando que os métodos de segurar apenas num botão até ganhar a bola deixem de ser eficazes, e o sistema Timed Finishing, que vem dificultar o momento da finalização numa primeira instância, mas fornecer maior controlo ao jogador no momento do remate.
No entanto, os modos de jogo, à excepção do Kick-off, não sofreram alterações. O Modo Carreira continua a necessitar de uma remodelação que teima em não chegar, o Modo My Player continua datado e o The Journey continua a seguir os mesmos moldes, mudando apenas o clube que Alex Hunter representa e as competições em que participa. A compra da licença da UEFA Champions League permite jogar a competição de início a fim de forma realista e as House Rules do Kick-off permitem trazer um maior sentimento de anarquia e relembrar até o velhinho FIFA Street. Quanto ao Ultimate Team, a grande mudança passa pela criação dos Division Rivals que vêm substituir as obsoletas Online Seasons e trazer mais justiça a esta competição. As táticas foram também alteradas, com o sistema de Dynamic Tactics a fornecer mais opções para personalizar o plantel antes e durante o jogo.
Que jogo comprar então? Depende do que o leitor pretende obter de um jogo. Se o realismo tático e a aproximação ao estilo de jogo real é algo que é valorizado, então o PES 2019 apresenta-se como a melhor opção, com um jogo no PES a fazer lembrar as batalhas táticas da atualidade, com os movimentos a apresentarem lógica dentro do contexto do jogo, um ritmo de jogo mais lento e um sistema de passe e de movimentação que se aproxima do “peso” da realidade. No entanto, a falta de licenças e as animações dos jogadores podem retirar alguma da imersão à experiência. Por outro lado, o FIFA 19 é de longe um jogo mais divertido e com maior sentimento de progressão. A anarquia tática e a maior velocidade tornam o jogo mais divertido e o Ultimate Team é claramente um modelo que diferencia o título da EA Sports. Maior diversão, mas à custa de realismo. Seja como for, é de facto um ano brilhante para os simuladores de Futebol!