Dêem uma chance ao CrossFit!
O desporto é um meio agregador. Tanto que é utilizado por instituições políticas ou por organizações de solidariedade social. É utilizado na luta contra a discriminação. Organizam-se jogos de futebol, eventos ou torneios em que o desporto é apenas a desculpa para mostrar que somos todos iguais. Todos sorrimos. Todos sofremos. Todos gostamos de brincar. E o desporto é a eterna brincadeira.
Mas isso é CrossFit. Uma brincadeira onde todos são iguais. O elemento agregador de quaisquer duas pessoas é o sentimento de proximidade. Empatia que resulta do que ambas passam, sofrem e lhe custa terminar aquele movimento.
Entrar numa aula de CrossFit é entrar num local onde não interessa quem és. De onde vens. O que fazes. Que cor tens na pele. De quem gostas. Em quem acreditas ou no que acreditas. Interessa que estás ali. Que vais colocar todo o teu esforço a fazer aqueles movimentos e a fazer o treino do dia. Não interessa se saltas para uma caixa de 30 cm ou para uma de 60 cm. Ou, ainda, se não consegues saltar e tens subir um pé de cada vez. Nem eu seja para uma altura equivalente a um degrau. Interessa a tua vontade em ultrapassar aquele obstáculo. E essa tua vontade é igual à de todos que ali estão contigo. É o elemento agregador. É o sentimento que ninguém é diferente. É a empatia de um caminho comum. E isso deveria bastar.
Numa aula de CrossFit está o matulão do bairro. O adolescente com adrenalina a sair pelos poros. A dona de casa que quer perder peso. O quarentão que quer rever os seus abdominais. A senhora que quer pegar no neto quando vão brincar para o jardim. O avozinho que quer ir à sanita em paz sem chamar por ninguém. Está o carteiro depois de um dia a distribuir cartas das finanças com contas para pagar. Está o informático que abandonou a darkweb. A professora primária já rouca de falar para as crianças. O ex-delinquente que ainda não percebe se aquilo é a pena ou já está em liberdade. O juíz que agora em vez de bater com o martelinho de madeira bate com a bola de 9 kg na parede. Todos diferentes. Todos iguais. Todos com objetivos diferentes. Todos vão fazer o mesmo à sua realidade.
Na origem do CrossFit os seus entusiastas eram forças policiais, militares e bombeiros. Uma categoria de pessoas que aliava o desporto e o exercício físico a algo que conheciam bem: a camaradagem e o sentimento de pertença ao grupo. Por alguma razão os militares almoçam e jantam juntos: união. Essa união é transposta para os exercícios. E, por sua vez, levada para as missões. Irmãos de armas é a expressão.
Não quero insinuar que se entra numa aula de CrossFit e se sai com um irmão de armas. Não se compara maçãs com laranjas. Mas o princípio é comum. Quem passa pelo mesmo vê semelhanças, não vê diferenças.
Mas Conversas à parte CrossFit é treino:
3 rondas para tempos de:
– 50 agachamentos (desce até abaixo da paralela e sobe);
– 40 abdominais;
– 30 flexões (na posição e prancha, desce o peito ao chão e volta a subir esticando os braços);