2020, o ano do adepto de CrossFit?
Pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro, terá dito Heródoto. E isto era tão válido antes como ainda o é hoje. O CrossFit passou por mudanças desde a sua criação. De uma metodologia de treino aos primeiros adeptos. Tornou-se um desporto ao mesmo tempo que apurava a sua metodologia. Iniciou uma luta a favor da saúde pública. Pelo meio construiu uma das marcas mais poderosas do mundo. De tão forte que se tornou a categoria. Fala-se em treino funcional mas pensa-se em CrossFit. Bem-vindos ao mundo fantástico criado pelo Greg Glassman.
Se tudo muda, o CrossFit não pode ser avestruz e colocar a cabeça na areia. Greg não quer um CrossFit de desporto. Mas ele é um desporto. Numa primeira versão, de nós contra nós mesmos. Quem ganha, eu ou o sedentarismo? Quem ganha, a gravidade ou a minha primeira pull-up? E mesmo quem não gosta de ver os Games, gosta de apoiar os seus amigos numa pequena competição local. E o que une todos aqueles que gritam força ou só mais uma repetição? Todos praticam CrossFit.
A última barreira será a mais difícil de ultrapassar: criar o adepto não praticante. A época de 2019/2020 será o verdadeiro teste. A capacidade de os eventos sancionados chegarem a um público mais amplo, só terá vantagens. Criar pequenos focos de interesse, só terá vantagens. Se o desporto ganhar, ganha a marca e ganha Greg Glassman. Porque um público não tradicionalmente praticante não irá confundir o desporto com o que a empresa agora quer. Os interesses não colidem. Até se podem juntar, mas se não chocarem, não se aniquilam. Posso querer ver o Mat Fraser destruir WODS ao mesmo tempo que reconheço a importância da saúde e da alimentação.
Ninguém imagina um mundo sem os Jogos Olímpicos. O pináculo do desafio humano. Vencer naquele palco é ser um deus no seu desporto. Mas, «o mais importante não é vencer, mas participar!» é um lema e um princípio. O adepto dos Jogos Olímpicos quer ver superação, esforço e resiliência. Recordes a serem batidos. Os Jogos têm um ideal. Esse ideal toca nos adeptos. Chama-os a participar comparecer nos eventos a cada 4 anos. Chama-os a consumir. São um público para que o Comité Olímpico defende. E tem dado resultados. Num mundo que já viu a roda, cabe à CrossFit HQ seguir os bons exemplos. Não procurar a nova melhor forma de locução.
O desafio não é nem devia ser virar o focus da CrossFit HQ. O desafio seria criar o adepto para o desporto. Esse é o desafio de 2020. Um qualquer desporto é uma dualidade: quem o pratica e quem o aprecia. Nenhum vive sem o outro. O público, o adepto de um desporto é o que o faz sobreviver. É quem consome os seus eventos e, acima de tudo, os seus ideais. É esta a pedra filosofal que a Greg lhe escapa. Os princípios que quer promover não se fazem longe do desporto, mas antes com o desporto. E numa época que vai começar com vários eventos sancionados, esta é a oportunidade perfeita. Cabe saber aproveitar.
Conversas à parte, CrossFit é desafios, desafios são os WODs, então uma sugestão:
CINDY 2.0
AMRAP 20 minutos
2 Ring Muscle Ups;
5 HSPU
10 pistols alternados