Vuelta a España – Quem realmente pode vencer?
Com total sucesso no Giro, as coisas correram uma pouco pior no Tour, onde o Fair Play optou por deixar de fora dos potenciais vencedores aquele que seria o grande vencedor, Geraint Thomas (Team Sky).
Sem medo de voltar a errar, o Fair Play volta a limitar a lista de candidatos à vitória, retirando da lista aqueles que não o têm justificado e remetendo-os para a luta pelo Top 10.
Muito mais que os 40 kms de contra-relógio serão, como é norma na Vuelta, as chegadas em subida a fazer as principais diferenças entre os favoritos. Serão 8 no total e 3 serão logo na primeira semana.
Mais uma vez o Fair Play volta a justificar que o ciclismo, como todos os outros desportos, não é uma ciência exata. 2 + 2 nem sempre são 4 e existem muitas envolventes externas e internas que influenciam em muito os resultados. Perante este facto parece uma bocado contraditório escrever um artigo que afirma quem “pode”, e quem “não pode”, sair vencedor do Vuelta à España 2018.
Quedas, furos, dores de barriga, avarias, motas, vento, chuva, expulsões, entre outros, podem ditar o fim da estrada para uns e o caminho da glória para outros. No entanto, todos estes fatores são externos ao ciclista e imprevisíveis. Assim, como a reação do corpo ao longo de três semanas intensas de competição. Tendo isto em consideração, este artigo é elaborado com base nas características e capacidades dos ciclistas, com a forma mostrada até agora na temporada e com a influência que uma equipa mais forte pode ter.
Os galos do Poleiro!
Para o Fair Play há dois “pequenos” grandes ciclistas que parecem estar um pouco à frente da restante concorrência. Para além da qualidade trazem dois blocos muito fortes e dependem apenas de si para vencer.
Nairo Quintana (Movistar Team) tem no mínimo mais responsabilidade de vencer a Vuelta do que todos os outros. Para além de uma grande equipa que há muitos anos aposta forte nas suas capacidades, o colombiano já venceu a prova, estando afastado das vitórias numa das grandes voltas à dois anos, quando venceu a Vuelta em 2016. Espera-se que o chefe de fila da equipa espanhola corrija na muita montanha o tempo que poderá perder no contra-relógio e que relance a sua carreira no ataque às grandes voltas.
Não se sabe se Simon Yates (Mitchelton-Scott)conseguirá apresentar a mesma forma que apresentou nas primeiras duas semanas do Giro da presente época. Mas sabes-se que conservou a sua forma de correr, a sua qualidade e que está mais experiente. Depois do que fez no último mês de Maio tem de ser colocado à frente dos rivais por mérito próprio, não esquecendo a forma como fez frente a todos os grandes nomes que se apresentavam na competição.
Na luta estão…
O italiano Fabio Aru (UAE- Team Emirates) é um, dos quatro presentes, que já venceu a prova. É também outro dos que vem à procura de relançar a sua carreira no que toca à conquista de grandes voltas. Em 2015 comprovou o seu potencial de voltista ao vencer a Vuelta, mas desde então que a sua carreira tem vindo em decrescendo e precisa urgentemente de ser relançada. O regresso do Aru de 2015 pode ditar o sucesso nesta prova.
No mesmo patamar estão nomes como Miguel Angel Lopez (Astana Pro Team), Rigoberto Uran (Team EF Education First-Drapac p/b Cannondale), Thibaut Pinot (Groupama – FDJ), Richie Porte (BMC Racing Team).
Lopez é um jovem que vem à procura de continuar a melhorar as suas prestações nas três semanas e se vencer será uma grande vitória para o colombiano e a confirmação do seu potencial.
Pinot, Porte e Uran, continuam a deixar a sensação de que têm o que é necessário para vencer uma grande volta. São mais uma vez apontados como favoritos à vitória, vitória essa que continua a fugir por entre as mãos aos três. Quedas, quebras de forma, azares ou simplesmente porque os outros foram melhores, são as sentenças que afastaram estes ciclistas daquilo que muita gente esperava que conseguissem alcançar. Têm na Vuelta 2018 mais uma oportunidade…
De fora ficam…
O nome mais arriscado de deixar de fora é o do vencedor da prova em 2010. Vincenzo Nibali (Bahrain Merida Pro Cycling Team) vem preparar o seu segundo grande objetivo da época, o campeonato mundial. No entanto, o tubarão de Messina não irá voltar as costas se a oportunidade surgir. O italiano teve de recuperar da lesão contraída na queda que o forçou a abandonar o Tour e não deve estar na forma ideal para discutir a vitória.
Ficar no Top 10? Bastante possível. Lutar pelo Top 3? Provável. Mas conseguir vencer a prova parece bastante difícil quando comparados às qualidades e resultados dos restantes favoritos selecionados. O Fair Play consegue encontrar justificação para os colocar todos como potenciais vencedores, mas também consegue encontrar justificação para não os colocar. Mais uma vez será um prazer errar e no fim ver o nome de ciclistas como o de Stevem Kruisjwijk (Team LottoNL-Jumbo), Sergio Henao, Michal Kwiatkowski e David de la Cruz (Team Sky), Wilco Kelderman (Team Sunweb), Alejandro Valverde (Movistar Team), Ilnur Zakarin (Team Katusha – Alpecin), Dan Martin(UAE- Team Emirates), sagrar-se vencedor da Vuelta 2018.