Uma época para esquecer!
Com o pelotão internacional de férias e toda a gente já a pensar em 2020, o Fair Play volta ao ativo após algumas dificuldades para acompanhar o final da época 2019. Mesmo a tempo de fazer uma análise sobre os pontos altos e baixos da temporada.
Por esta altura o ambiente vivido em torno do ciclismo é semelhante de época para época. As provas de maior relevo já terminaram, as grandes estrelas estão de férias, e com as principais transferências já divulgadas, os adeptos começam a especular quem serão as apostas ganhas para 2020 com análise nas prestações alcançadas.
Da mesma forma, é natural que se realize uma análise as especulações realizadas em 2018 e se eleja as desilusões da temporada. O Fair Play identifica assim as grandes falhas de 2019, aqueles de quem se esperava bem mais do que alcançaram.
Tom Dumoulin (Team Sunweb)- no fim de um 2018 bastante promissor, onde apesar de não ter vencido nenhuma grande volta, foi o único homem que conseguiu estar na luta directa pelo Giro e pelo Tour, terminando na segundo posição em ambas. Esperava-se que em 2019 o holandês estivesse na luta pela sua segunda vitória numa grande volta. Uma queda no Giro, afastou-o de competição. Esta queda viria a estar na origem dos problemas que levaram Dumoulin a romper contrato com a Sunweb e a assinar com Jumbo Visma para 2020. Uma época em claro numa idade em que muitos esperavam que fosse o ano de afirmação. Deixou os fãs e os adeptos do ciclismo em geral, um pouco desiludidos.
Michael Valgren e Ben O’connor (Team Dimension Data)- Valgren teve em 2018 a época em que confirmou aquilo que tinha mostrado enquanto sub-23, é um homem de clássicas. Venceu a Omloop Het Nieuwsblad Elite e a Amstel Gold Race e esperava-se que 2019 fosse um ano de discussão pelas grandes clássicas. Tal não aconteceu, passou sempre ao lado dos momentos importantes e acabou por estar bem longe do que se esperava.
Um pouco á imagem do seu colega de equipa O’Connor, um jovem que deixou no ar a ideia de poder estar com os melhores trepadores na alta montanha e, para os mais optimistas, entrar na luta pelo top 10 de uma grande volta. O jovem talento passou ao lado de 2019, não conseguindo aparecer nem em etapas montanhosas, nem nas gerais, quer fossem provas de 1 ou mais semanas.
Romain Bardet (AG2R La Mondiale) depois de falhar o pódio pela 3ª vez consecutiva em 2018, 2019 era o ano de regresso de um dos melhores voltistas franceses dos últimos anos. Fora do top 10 do Tour, não será um 2º lugar no Mont Ventoux Dénivelé Challenge e a camisola da montanha no Tour que irá limpar uma época completamente falhada por Bardet.
Rohan Dennis (Bahrain Merida) nova equipa em 2019, traziam ao campeão do mundo de contra-relógio perspectivas de uma época em grande. Apostou tudo no Tour, uma vez que o principal líder da equipa iria correr o Giro. Dennis entrou a colisão com a equipa a meio do Tour e abandonou a prova na véspera do contra-relógio que era favorito a vencer. O ciclista não competiu mais em 2019 e viria a proporcionar uma das maiores novelas desta época, onde só houve algumas certezas quando Dennis se apresentou nos campeonatos do mundo para renovar o titulo ao comando da sua bicicleta de 2018. O descontentamento do atleta com as bicicletas da equipa foi a origem daquilo que foi uma época que desiludiu mais pela falta de profissionalismo do que de resultados.
Fernando Gaviria (UAE – Team Emirates) mudou de equipa para ser o líder indiscutível das chegadas ao sprint e alcançar um grande número de vitórias. As vitorias foram poucas e em provas de pouca importância, sendo que quando estava frente a frente com os grandes nomes do sprint nas grandes provas, Gaviria nem conseguiu incomodar os adversários.
Adam e Simon Yates (Mitchelton-Scott) com o espectáculo dado por Simon no Giro 2018 e com a vitória na Vuelta do mesmo ano, era de esperar que este fosse o ano dos irmãos Yates. Não se pode afirmar que tenha sido uma tremenda desilusão, uma vez que os irmãos foram bastante competitivos e vitoriosos ao longo da temporada, mas se olharmos aos resultados na geral de grandes voltas, ambos desiludiram ficando longe de grandes resultados alcançados anteriormente.
Enric Mas (Deceuninck – Quick Step) saiu da Vuelta 2018 em segundo e a avisar os adversários que iria lutar pelo Tour 2019. Um tiro de pólvora seca que acabou com o espanhol bem cedo no Tour e o fez ficar bem aquém do que prometeu. Tem muito para se redimir em 2020, na Movistar.