Le Tour de France – La Grande Boucle
Arrancou sábado, 6 de Julho, a 106ª edição da “Grande Volta” (La Grande Boucle). A competição só irá terminar no dia 28 de Julho, com a habitual chegada nos Campos Elísios, em Paris. O arranque foi dado na Bélgica, em Bruxelas, em forma de comemoração dos 50 anos da primeira vitória daquele que muitos consideram o maior ciclista de todos os tempos, o belga Eddy Merkx.
Durante 21 etapas, distribuídas ao longo de 23 dias, será alvo do olhar atento dos adeptos do ciclismo e irá chamar a atenção de vários amantes do desporto espalhados pelo mundo. Com a aprovação ou não, por parte dos adeptos mais fervorosos, é a prova com maior notoriedade do circuito mundial de ciclismo.
Guia de Etapas
No total dos 3 460 kms, teremos 7 etapas de alta montanha, com 5 chegadas em alto, 7 etapas com chegada ao sprint prevista, 5 etapas que podem ter vários desfechos, mas que se adequam pais aos puncheurs, e 2 etapas na luta contra o relógio, uma por equipas e outra individual.
Grandes Etapas
Chamemos-lhes grandes etapas ou etapas decisivas. É aqui que os líderes se chegam à frente. Será aqui que terão de atacar, fazer diferença para os seus adversários, responder a ataques e aguentar fisicamente o desenrolar das táticas que forem sendo jogadas.
Seja a meta no topo de uma subida ou no fim de uma descida, é no seguimento dos grandes desníveis que se têm feito as diferenças que constroem os campeões. Fiquemos a conhecer melhor as etapas 6, 12, 14, 15, 18, 19 e 20.
Primeira etapa de alta montanha, única da primeira semana, primeira chegada em alto. A etapa 6, tem 2 contagens de 3ª categoria, 1 de 2ª, e 4 de 1ª categoria. A chegada será na conhecida subida de La Planche des Belles Filles, com os seus 7 kms com 8,7% de inclinação, com pendentes máximas de 20%. Será ideal para ver quem não vem com capacidade de vencer o Tour.
À etapa 12, o pelotão chega aos Pirenéus e tem uma etapa com duas contagens de 1ª categoria. Com a chegada em Bagnères de Bigorre, a ser discutida após uma longa descida. Uma etapa que pode revelar algumas surpresas.
A mítica chegada no Tourmalet aparece na etapa 14, para satisfação dos adeptos do ciclismo. Espera-se que ao longo dos seus 19 kms com 7,4% de inclinação, os homens da geral sejam protagonistas num dos finais históricos da Tour de France.
Para despedida dos Pirenéus, na etapa 15, o pelotão enfrenta 3 contagens de 1ª categoria, onde a última coincidirá com a subida de Prat d’Albis, uma subida com 11,8 kms e inclinação de 6,9% que poderá ser penalizadora depois de 3 dias duros passados na lata montanha.
As etapas derradeiras chegam com a entrada nos Alpes. A etapa 18 levará o pelotão a Valloire, mas não sem antes ultrapassarem 3 subidas duríssimas e bem conhecidas, o Col de Var, 2109 metros de altitude, 9.3 kms e 7,5% de inclinação média, o Col d’Izoard, 2360 metros de altitude, 14,1 kms e 7,3% de inclinação média, e o Col du Galibier, a 2642 metros de altitude, com os seus 23 kms e inclinação média de 5,1%. Uma etapa brutal.
No dia seguinte, na etapa 19, a altitude voltará a fustigar o pelotão com a passagem pelo Col de l’Iseran (12.9 kms, 7,5% inclinação) aos 2770 metros de altitude, com a chegada em Tignes, após uma subida de 7.4 kms com 7% de inclinação.
A última oportunidade para decidir o vencedor será a etapa 20. 130 kms, com chegada em Val Thorens. Uma subida muita longa, com cerca de 33 kms. Algumas zonas de descanso atenuam uma inclinação que por norma anda acima dos 7%, mas que dá à subida uma média de 5,5%. Espera-se que altitude e a duração sejam os principais desafios desta súbida que termina a 2365 metros de altitude. Quem vestir a camisola amarela no final desta etapa será o vencedor do Tour 2019.
Contra relógio
Cada vez mais importantes para fazer diferenças entre os líderes, que cada vez estão mais nivelados quanto à sua capacidade de trepar, tendem a aproveitar estas etapas para diferenciar os que podem vencer nas grandes voltas para os que não podem.
No total os ciclistas terão 54.8 kms na luta direta contra o relógio. Na etapa 2, a luta será por equipas, num contra relógio de 27.6 kms, um pouco técnico, onde que a coordenação será elemento chave.
Na etapa 13, serão 27.2 kms, desta vez feitos individualmente, praticamente planos e que será favorável aos puros contra relogistas.
Sprints
As previsões de chegadas ao sprint são sempre inglórias, dado que existem vários fatores que podem condicionar este desfecho. Uma fuga, uma queda, um corte provocado pelo vento, ou a ousadia de um ataque feito dentro dos metros finais podem estragar a previsão de uma chegada que parecia vir a ser disputada pelos homens mais rápido do pelotão.
No entanto o Fair Play enumera as etapas 1, 4, 7, 10, 11, 16 e 21, para aqueles que gostam de aguentar aquelas etapas um pouco mais monotonas, mas que vibram com a emoção das chegadas em massa e esperam ver o melhor do que um bom sprint tem para oferecer.
As dúvidas
As chamadas etapas para os puncheurs, os todo o terreno, os homens espectáculo. Serão aqueles que podem “estragar” as chegadas ao sprint, que se esperam que puxem dos galões nestes dias. Terão na etapa 3, 8, 9 e 17, hipótese de aproveitar todas as suas qualidades em cima das duas rodas para ultrapasar as dificuldades que se sentem nos últimos quilómetros e que afastam os sprinters da discussão da vitória.
Equipas e Líderes
Com 22 equipas a preencher as estradas francesas nas próximas três semanas (18 do World Tour mais 4 convidadas), vamos tentar analisar cada uma delas, apontando o que cada uma pode oferecer na prova.
Team Ineos
A antiga Sky parte novamente com o elenco mais forte, mesmo sem o seu nome mais reconhecido Christopher Froome, que vai falhar a prova devido a lesão. Ainda assim, o vencedor do ano passado Geraint Thomas apresenta-se como forte candidato a vencer, tendo no entanto de se apresentar em grande forma sob pena de perder protagonismo para o jovem colombiano Egan Bernal, que após a vitória na Volta à Suíça parte com liberdade para lutar pela classificação geral. A juntar a estes dois, a Ineos pode ainda contar com autênticos gregários de luxo na montanha, como Wout Poels, Dylan Van Baarle, Gianni Moscon ou o campeão polaco Michel Kwiatkowski, que juntamente com o campeão de contra-relógio espanhol Jonathan Castroviejo será fundamental para a boa prestação da Ineos no Team Time Trial à segunda etapa.
Bora- Hansgrohe
Uma das equipas mais completas do World Tour, a alemã Bora parte com fortes aspirações a realizar um grande Tour. O maior nome da equipa, o eslovaco Peter Sagan é o grande candidato à camisola verde, que premeia o ciclista com mais pontos, pelo que o sprinter de 29 anos deverá mais uma vez levar a melhor sobre os rivais. Além de Sagan, o talentoso alemão Emanuel Buchmann parte como forte candidato a um top10, tendo ainda a companhia de alguns elementos em grande forma, como os recentemente coroados campeões Patrick Konrad e Maximilian Schachmann, campeão Austríaco e Alemão, respetivamente. Na ajuda a Sagan serão fundamentais Daniel Oss e Gregor Muhlberger.
Quick Step
Os belgas da Quick Step apresentam-se com um figurino diferente em relação às ultimas epocas, muito devido à ausência do crónico campeão Luxemburguês de estrada e contra-relógio Bob Jungels (que marcou presença no Giro) e o experiente e titulado belga Philippe Gilbert. Ainda assim, a Quick Step apresenta uma das equipas mais talentosas em prova, com destaque para o jovem espanhol Enric Mas, segundo classificado da Vuelta no ano passado e um dos favoritos a melhor jovem, o vencedor da classificação da montanha do Tour no ano passado Julian Alaphilippe e um dos principais nomes do sprint na atualidade Elia Viviani. A juntar a estes, a equipa belga conta ainda com os campeões dinamarqueses de estrada e contra-relógio, Michael Morkov e Kasper Asgreen, e o campeão argentino Maximiliano Richeze.
AG2R La Mondiale
Uma das equipas francesas em prova, que há muitos anos tenta dar ao seu líder Romain Bardet uma vitória em casa. O trepador de 28 anos nem sequer parece estar na melhor forma, como esteve em 2015 ou 2017, mas é sempre um forte candidato ao top5. Para isso conta com a ajuda de alguns dos seus gregários de qualidade como Mickael Cherel, Alexis Villermoz, Tony Gallopin ou Mathias Frank, sendo impossível não reparar na ausência do melhor jovem da edição do ano passado Pierre Latour e do forte contra-relogista suíço Silvan Dillier.
Bahrain Merida
A talentosa equipa da Bahrain parte sem grande pressão para este Tour. O seu líder Vincenzo Nibali teve um Giro desgastante, e é normal vermos o tubarão sem capacidade de aguentar a terceira semana se esta for muito intensa. Ainda assim, Damiano Caruso, Dylan Teuns ou Matej Mohoric, para além do campeão mundial de contra-relógio Rohan Dennis, permitem a Nibali acreditar numa boa classificação, neste que será o seu último Tour com as cores da Bahrain. Menção ainda para o sprinter Sonny Colbrelli, que vai tentar estar na luta pelas etapas planas.
Groupama-FDJ
À semelhança da AG2R, a FDJ tentará tudo para colocar o seu líder no topo da classificação geral, e para isso apresenta nesta edição do Tour das melhores equipas que há memória. A acompanhar o chefe Thibaut Pinot, teremos William Bonet, David Gaudu, Stefan Kung, Rudy Molard ou Sebastien Reichenbach, ficando no ar a questão da ausência de Benjamin Thomas, campeão francês de contra-relógio que poderia ser uma grande ajuda no TTT, que deverá fazer com que Pinot perca alguns segundos para os elementos da Ineos, da Jumbo- Visma e da Sunweb. Ainda assim, a forma que Pinot vem apresentando permite-nos afirmar que o francês de 29 anos é um forte candidato a um top5.
Movistar
Outra das equipas mais apetrechadas da prova, a Movistar será uma força temível para toda a prova se conseguir fazer um TTT de qualidade. As esperanças de Nairo Quintana poderão esfumar-se logo ao segundo dia, caso a equipa não se apresente forte no contra-relógio. A equipa está claramente virada para as etapas de montanha, com as exceções do português Nélson Oliveira e Andrey Amador, que juntamente com o faz tudo Alejandro Valverde vão tentar diminuir as perdas de Quintana. Na montanha há ainda Mikel Landa, Marc Soler e Imanol Erviti, elementos que vão andar junto a Quintana na tentativa de partir o comboio da Ineos.
Astana
A equipa cazaque apresenta-se com um dos elencos mais fortes do Tour, na tentativa de fazer chegar o seu lider Jakub Fuglsang a uma vitória numa grande volta. O dinamarquês de 34 anos está provavelmente no melhor momento de forma da carreira, vindo de uma importante vitória no Criterium du Dauphiné, sendo por isso o ano ideal para Fuglsang tentar o resultado de uma carreira, ele que tem como melhor resultado um 7º lugar em 2013. Para o conseguir, contará com a preciosa ajuda de uma armada espanhola de qualidade formada por Pello Bilbau, Omar Fraille, Gorka Izaguirre e Luis León Sánchez, aos quais se junta o melhor ciclista cazaque da atualidade Aleksey Lutsenko, outro grande nome da equipa da Astana.
Jumbo-Visma
Os holandeses da Jumbo Visma são outra das equipas que prometem agitar várias etapas. Mesmo sem Primoz Roglic, a equipa tem homens fortes para lutar pela geral, com Steven Kruijswijk à cabeça. George Bennett é outro nome interessante, para além do super Wout Van Aert que recentemente venceu o título de campeão belga de contra-relógio, e que vai certamente ser um nome a ter em conta para vencer etapas, seja em sprint ou no contra-relógio. Laurens De Plus e Tony Martin são outros nomes fortes da equipa, que conta ainda com um forte candidato à camisola verde, o fantástico sprinter Dylan Groenewegen, talvez o grande rival de Peter Sagan a par de Michael Matthews.
Education First
A equipa norte-americana vem com tudo para o Tour, trazendo todos os seus pesos pesados para garantir uma presença que não passe despercebida. O colombiano Rigoberto Urán é o chefe à partida, mas nomes como Tejay Van Garderen ou Michael Woods terão certamente liberdade para lutar pela geral, havendo ainda nomes fortes como Simon Clarke, Sebastian Langveld ou talentoso ciclista da Estónia Tanel Kangert, não esquecendo o homem das fugas Alberto Bettiol.
Mitchelton- Scott
A equipa australiana tem nos manos Yates a sua grande força. Simon vem de uma prestação pobre no Giro, onde era visto como um dos favoritos e acabou apenas em 8º, pelo que será Adam, que está em melhor forma, o líder da equipa. Sem o trepador Mikel Nieve, caberá a nomes como o crónico campeão sul-africano Daryl Impey, e aos australianos Jack Haig e Luke Durbridge ajudar na alta montanha, havendo ainda necessidade de potenciar os sprints de Matteo Trentin nas etapas que terminem dessa forma.
CCC Team
A antiga BMC não tem um candidato claro à geral, sendo o conhecidissimo Greg Van Avermaet o nome mais forte desta equipa, nome forte para vencer etapas que acabem com ligeira inclinação. Serge Pauwels será provavelmente o melhor colocado na classificação geral, sendo que não é de descurar a possível vitória em etapas com chegadas em alto de nomes como De Marchi, Schar ou Bevin.
Team Emirates
Uma das equipas com plantel mais vasto apresenta-se com uma equipa cheia de nomes capazes de fazer a diferença. Desde logo, Aleksandr Kristoff será um dos nomes a ter em conta nas chegadas ao sprint, sendo o protagonismo dado todo ao norueguês na ausência de Gaviria. Para a geral, o destaque vai para o italiano Fabio Aru, que contra todas as previsões vai marcar presença na prova pouco tempo depois de ter sido sujeito a uma intervenção cirúrgica à artéria coronária. Ainda assim, é de esperar que seja Dan Martin o principal nome da equipa na classificação geral, Martin que tem somado consecutivas presenças no top10 do Tour nos últimos anos. A juntar a estes, a equipa conta ainda com o português Rui Costa, o trepador colombiano Sergio Henao e o noruguês Stake Laengen.
Trek-Segafredo
A antiga equipa de Alberto Contador ou Andy Schleck apresenta-se neste Tour com uma equipa fortíssima, com o claro objetivo de garantir a ajuda necessária ao seu líder Richie Porte na alta montanha. Para o conseguir, estarão nas estradas francesas Bauke Mollema e Giulio Ciccone, nomes que fizeram um grande Giro, com Mollema a fazer top10 e Ciccone a vencer a camisola azul de melhor trepador. A estes juntam-se Julian Bernard, Koen De Kort ou Tom Skujins. As chegadas ao sprint estarão sob responsabilidade de Jasper Stuyen, causando estranheza a ausência do alemão John Degenkolb.
Team Sunweb
Não podíamos começar sem a menção a Tom Dumoulin. O holandês era a par de Froome o grande candidato a vencer o Tour, e será certo vê-lo a disputar as próximas grandes voltas durante um largo período, mas a queda no Giro tirou-lhe a possibilidade de estar presente na Gran Boucle. Assim sendo, está nas mãos do seu compatriota Wilco Kelderman conseguir um lugar no topo, ele que já provou ser capaz de aguentar três semanas a bom nível como comprovam as duas últimas participações na Vuelta. Para o ajudar, contará com o experiente Nicolas Roche, gregário de luxo, bem como Soreh Kragh Andersen, Nikias Arndt ou Chad Haga. A quipa alemã tem ainda um dos mais fortes candidatos à camisola verde, o australiano Michael Matthews, que venceu a classificação dos pontos em 2017.
Lotto Soudal
Sem um grande candidato à geral, a equipa belga aposta no sprinter australiano Caleb Ewan como grande esperança neste Tour. Depois de se apresentar em bom plano no Giro, Ewan apresenta-se como ameaça forte a nomes como Sagan, Groenewegen, Matthews ou Viviani. Ainda assim, o quarteto belga composto por Maxime Monfort, Tiejs Benoot, Tim Wellens e Thomas De Gendt promete agitar muitas etapas, com o último a perfilar-se como candidato a lutar pela camisola das bolinhas vermelhas.
Team Dimension Data
A equipa sul-africana apresenta-se neste Tour com duas ausências impossíveis de ignorar. O icónico sprinter britânico Mark Cavendish é o grande ausente, após longos anos a marcar presença na prova, estando as discussões ao sprint entregues a Edvald Boassen Hagen e Giacoma Nizzolo. Para a geral, a ausência de Louis Meintjes é notória, sendo o checo Roman Kreuziger o grande nome da equipa, ele que será coadjuvado por nomes como Ben King, Steve Cummings ou Michael Valgren.
Katusha-Alpecin
Equipa russa com líder russo. Ilnur Zakarin vai liderar a equipa depois de uma desgastante presença no Giro, pelo que residem duvidas quanto à capacidade do trepador de 29 anos em aguentar a terceira semana, até porque a equipa apresenta poucos elementos para as etapas de montanha. O português José Gonçalves será um dos homens a ajudar, mas tirando o contra-relogista de 29 anos e o campeão britânico dessa especialidade Alex Dowsett, ficam a interrogação da capacidade dos russos de lutar por um lugar positivo na geral.
A juntar a estas equipas temos ainda 4 convidadas. A Cofidis aposta tudo em Jesús Herrada. O terceiro classificado do campeonato de estrada espanhol (apenas atrás de Alejandro Valverde e Luis León Sánchez) é um forte candidato a vencer etapas com chegadas ao alto, não pondo de parte uma candidatura à camisola das bolinhas vermelhas. Darwin Atapuma e o sprinter Nacer Bouhanni são as grandes ausências da equipa.
Na Direct Enérgie destaque para Lilian Calmejane e Nicki Terpstra, nomes com capacidade para figurar num top20, havendo ainda Nicolló Bonifazio no ataque aos sprints.
Na Árkea-Samsic o grande nome é o novo campeão francês Waren Barguil, melhor trepador em 2017 e que chega em boa forma a este Tour. Destaque ainda para o experiente sprinter Andre Greipel, que já não parece estar ao nível dos principais velocistas da atualidade.
Para terminar temos a Wanty-Gobert, que apostará tudo no seu jovem talento Guillaume Martin, talentoso jovem de 26 anos, sendo Andrea Pasqualon outro nome interessante da equipa.