La Vuelta 2020: uma luta expectável entre Roglic e Carapaz?
Depois da loucura que foi o Giro d’Italia, e numa altura em que o português comum parece ter despertado novamente para o ciclismo, à roda dos feitos históricos do jovem João Almeida (4º na geral do Giro e 15 dias de camisola rosa!) e de Rúben Guerreiro (primeiro português a vencer uma camisola numa grande volta, a de montanha neste caso), a Vuelta passou quase despercebida na primeira semana. Agora, a prova que fecha este fatídico, longo e incerto ano de 2020 está a todo o rubro, com a luta pela camisola vermelha muito acesa entre 5 candidatos.
As contas do pódio
Richard Carapaz (INEOS-Grenadiers) lidera a classificação geral com apenas 10 segundos de avanço sobre Primoz Roglic (Team Jumbo-Visma), ganhos ontem no Angliru. O equatoriano e o esloveno têm protagonizado uma luta excelente, com passagem da camisola vermelha como se fosse uma batata quente. O contra-relógio individual de amanhã, terça-feira, poderá impor algumas diferenças a favor de Roglic, mas a subida final mais o que aconteceu recentemente ao esloveno no Tour podem abonar a favor de Carapaz, para que a INEOS, em ano de transição dos grandes nomes, ganhe duas grandes voltas, depois da conquista de Tao Geoghegan Hart em Itália.
Na luta pelo terceiro lugar aparecem três nomes: o surpreendente Hugh Carthy (EF Pro Cycling) a 32 segundos de Carapaz, o veterano Dan Martin (Israel Start-Up Nation) a 35 segundos do líder e o líder da juventude Enric Mas (Movistar Team), com uns distantes 1:50 para Carapaz. O britâncio surpreendeu, ainda mais ontem, com a vitória no Alto do Angliru. Confirma assim uma boa época da EF, depois dos bons resultados conquistados em França e Itália. Dan Martin tem a seu favor o número reduzido de quilómetros em contra-relógio e Enric Mas tem a super-Movistar, com 2 ciclistas no top-10 – para além de Mas, também Valverde permanece com os melhores.
O que podemos esperar
A etapa 13, o contra-relógio individual, irá definir com toda a certeza o top-5 final. 33.7 quilómetros, com a subida final a fazer grandes estragos, devido à pendente alta.
Na etapa 14 antevém-se uma vitória de uma eventual fuga. 204 quilómetros e alguma média montanha dão a entender que as equipas dos favoritos procurarão descansar depois do esforço individual do dia anterior. Ainda assim, a rampa final (1100 metros a 6.5%) parece um local apropriado para algum ataque para ganhar segundos valiosos. Também a etapa 15 dá a entender possíveis vitórias da fuga, com 230 quilómetros e muita média montanha (cinco contagens de 3ª categoria).
A etapa 16, com chegada em Ciudad Rodrigo, tem uma contagem de 1ª categoria a 30 quilómetros da meta. Já a etapa 17 tem uma chegada em alto, o Alto de la Covatilla, onde o pelotão subirá até aos 1960 metros de altitude, com uma pendente média de 6.9% durante 12 quilómetros. A etapa decisiva desta Vuelta, certamente. A etapa 18, chegada a Madrid, conta com 124 quilómetros quase a plano e com chegada em circuito fechado, onde o pelotão cruzará a linha da meta 7 vezes.