Fim-de-semana de abertura! Época das clássicas arranca em grande.
Omloop Het Nieuwsblad
A primeira grande clássica da época leva o pelotão ate estradas bem conhecidas da Bélgica. É a primeira incursão do ano aos sectores de pavé e aos demoníacos muros belgas, marcando também a primeira passagem no mítico Kapelmuur. Uma prova dura onde se percebe quem está e quem não está em condições para fazer história durante a próxima primavera.
O pelotão de enorme qualidade que alinhou á partida não fez os fãs esperem pelo espectáculo. Uma corrida bem atacada desde o início, com os primeiros quilómetros feitos debaixo de chuva e vento, viu um grupo com nomes bastante importantes atacar com pouco menos de 80 quilómetros para a meta.
Nesse ataque de longe estavam Frederik Frison (Lotto-Soudal), Jonas Rutsch (EF Education First), Soren Kragh Andersen (Sunweb) e Tim Declercq (Deceuninck-Quick-Step), a quem se juntou Jasper Stuyven (Trek Segafredo), Yves Lampaert (Deceuninck-Quick-Step), Mateo Trentin (CCC) e Mike Teunissen (Jumbo-Visma).
A 50 quilómetros da meta o grupo mantinha-se coordenado e tinha mais de 2 minutos para o pelotão, onde nomes como Greg van Avarmaet (CCC), Wout van Aert (Jumbo-Visma) ou o vencedor da época anterior, Zdenek Stybar (Deceuninck-Quick-Step), tinham os movimentos presos pois na frente tinham colegas de equipa com capacidade para vencer.
Apesar das várias tentativas de perseguição ou de “saltar” para o grupo da frente, a fuga nunca se sentiu em perigo. Cedo se percebeu que a vitória estava na frente, mas nem por isso nomes importantes como o de Van Aert ou Sep Vanmarcke (EF Education First) deixaram de atacar. No entanto o pelotão foi mais eficaz a anular esses ataques do que a unir forças para chegar à frente da corrida.
Seria então no Kapelmuur que após uma movimentação de Lampaert, Stuyven iria contra-atacar, sendo que só Kragh Andersen conseguiu seguir com eles. Os belgas uniriam assim forças para despachar o dinamarquês Andersen, conseguindo levar a decisão para um sprint a dois.
Stuyven levou a melhor sobre Lampaert, que venceu a sua primeira grande clássica.
Deste dia, Tiesj Bennot (Sunweb), Philippe Gilbert (Lotto-Soudal e Lukas Postelberger (Bora – hansgrohe), foram nomes que, para além dos já mencionados, se mostraram em boa forma neste dia.
Kuurne-Bruxelles-Kuurne
Com um percurso mais propício a uma chegada ao sprint, os nomes a partida sofreram alterações, com algumas equipas a trazerem os sprinters que tinham ficado de fora no dia anterior.
A corrida acabou por ser mais calma. Registou-se uma queda e alguns ataques com o resultado de meter a equipa especialista deste tipo de provas, a Deceuninck-Quick-Step, a trabalhar duro dentro dos 40 quilómetros finais, para colocar o seu sprinter e os seus restantes homens no grupo principal.
Os grandes nomes trabalhavam para tentarem eliminar uma equipa de onde a ameaça pode surgir de qualquer lado e em nada estavam enganados ao aliarem-se para atingir tal objectivo. Assim que alcançou a frente da corrida, a Deceuninck-Quick-Step, fez aquilo que tão bem sabe fazer. Atacou com vários homens à vez, até que a 20 quilómetros do fim, o pelotão deixou escapar Kasper Agreen.
A matilha voltou a fazer jus á sua alcunha e o lobo Asgreen conseguiu despachar os dois homens da fuga do dia que seguiram o seu ataque. Foram incapazes de aguentar a ferocidade das pernas do homem que manteve uma mínima vantagem frente a um pelotão que tentava a todo o custo lançar os sprinters.
No final, uma espectacular vitória a solo bem debaixo do nariz de todo o pelotão. Uma vitória que por mais vezes que vejamos esta equipa fazê-lo, é sempre de cortar a respiração.