As 10 transferências mais sonantes do ciclismo
Depois de mais uma época intensa e cheia de emoção, desde o Tour Down Under até ao último monumento do ano, o Il Lombardia, o Fair Play reúne aqui as 10 melhores transferências de ciclistas, preparados para atacar a nova época, nas suas novas equipas. E há uma equipa que se destaca, acima de todas as outras.
10º – Jan Hirt (CCC Sprandi -Polkowice -> Astana)
Talvez a grande revelação da temporada. Numa equipa Pro-Continental, agarrou a oportunidade de participar no Giro d’ Italia e, discreto como tudo, terminou num fantástico 12º lugar, o que lhe valeu o salto para uma Astana que perdeu o seu líder, Fabio Aru. Irá Jan Hirt assumir a liderança da equipa cazaque? Certo é que podemos antever duelos fantásticos com o colombiano Miguel Angel López, pelos melhores resultados.
9º – Matteo Trentin (Quick-Step -> Orica)
Fernando Gavíria dominou o Giro. Marcel Kittel mostrou-se à altura no Tour. E Matteo Trentin impôs-se na Vuelta. Foi assim, em poucas palavras, a época fantástica da Quick-Step, que venceu etapas atrás de etapas nas três grandes voltas. Matteo Trentin, com quatro aqui na vizinha Espanha, teve o seu melhor ano e deixa a equipa de toda a sua carreira para abraçar o projeto da Orica, que bem necessita de um plano B para Caleb Ewan. Estará o italiano à altura?
8º – Mikel Nieve (Sky -> Orica)
Nieve saiu da Sky, quatro épocas depois de estar a trabalhar para os líderes da equipa mais forte do mundo. Na Orica, vai ter os irmãos Yates e o colombiano Estéban Chaves como principais concorrentes. Irá o espanhol lutar para ser protagonista, ou será que já se conformou com a ideia de trabalhar para líderes mais jovens que ele?
7º – Louis Meintjes (UAE Team Emirates -> Dimension Data)
Dois anos depois de sair da MTN-Qhubeka, Louis Meintjes regressa ao seu país natal, para a Dimension Data. No palmarés, leva o 8º lugar conquistado no Tour deste ano, bem como o 12º lugar na Vuelta. Em 2016, na Lampre, tinha conquistado também o 8º lugar no Tour de France. Na Dimension-Data vai ser líder, com o objetivo de colocar a equipa no top-10 do Tour.
6º – Warren Barguil (Sunweb -> Fortuneo)
Julho de 2017. Warren Barguil vencia a classificação de montanha e subia ao pódio nos Campos Elísios, em Paris. Os diretores da Sunweb esfragavam as mãos de regozijo, ao verem a enorme equipa montada em torno de Tom Dumoulin. É depois que o choque acontece: Warren Barguil anuncia a mudança para a Fortuneo, uma equipa Pro-Continental, numa movimentação chocante. Era sabido que Barguil desejeva voltar a competir por uma equipa francesa, mas todos esperavam a transferência para a AG2R ou para a FDJ. Barguil surpreendeu, e veremos o que fará o rei da montanha do Tour no ano de 2018. Certo é que a Fortuneo estará no Tour, e Barguil será o seu líder incontestável.
5º – Marcel Kittel (Quick-Step -> Katusha)
O Marcel Kittel que conhecíamos está de volta, e mostrou exatamente isso com a mão cheia de vitórias no Tour de França. O alemão, que infelizmente caiu e abandonou no Tour, mostrou a Fernando Gavíria que também sabia vencer. A mudança para a Katusha, de José Azevedo, Tiago Machado e José Gonçalves, é natural nas aspirações do sprinter, sendo o único de topo mundial da sua categoria na equipa.
4º – Alexander Kristoff (Katusha -> UAE Team Emirates)
Uma nova etapa na carreira de Kristoff, que procura mostrar, de uma vez por todas, a sua inegável qualidade. O 2º classificado dos campeonatos do mundo vai ao encontro do que os responsáveis da UAE Emirates procuravam – ser uma equipa temida no cenário World Tour. Juntamente com o 3º e o 1º classificados desta lista que o Fair Play compilou, a equipa, ex-Lampre, assumiu esse salto qualitativo, tendo agora um conjunto de atletas prontos para qualquer ocasião que o calendário apresente. Kristoff, teoricamente, terá dois objetivos supremos: as clássicas de Março/Abril e o Tour de França.
3º – Fabio Aru (Astana -> UAE Team Emirates)
A temporada não lhe estava a correr bem. A morte de Michele Scarponi, no início do ano, abalou por completo a equipa da Astana e o ciclismo no geral. No ano em que poderia mostrar, de uma vez por todas, que era ciclista de ganhar grandes voltas (e que a Vuelta de 2015 não teria sido apenas um bom momento), começou por desiludir. Apareceu por cima das críticas nos campeonatos nacionais de Itália, que venceu, e no Tour fechou top-5 e mostrou que Fabio Aru é um nome para ser temido pelos rivais. Acabou por protagonizar a novela do mercado, enquanto era disputado por Trek e UAE Emirates. A Trek, e inicialmente a Emirates, desistiram, argumentando que o italiano pedia demasiado para o que tinha mostrado até agora. “Mais do que Contador ganha”, foi este o argumento utilizado. A Emirates finalizou as negociações e ganhou um enorme ciclista, que deve apostar tudo no Giro do próximo ano.
2º Mikel Landa (Sky -> Movistar)
A transferência mais esperada do mercado. Mikel Landa sai finalmente da sombra de Froome e prepara-se para ser um dos líderes da Movistar, ao lado de Quintana e com um recém-regressado Valverde que, apesar da idade, é sempre alguém a ter em conta. Depois de conquistar a classificação de montanha no Giro, Landa faz uma Volta a França absolutamente memorável, dando a entender que só não foi mais longe porque os diretores da Sky não o permitiram. A sua ida para a Movistar é um passo natural.
1º – Daniel Martin (Quick-Step -> UAE Team Emirates)
Aquela que o FairPlay considera a melhor mexida do mercado. A ida de Dan Martin para a Emirates mostra que a equipa pretende lutar por todas as frentes, com ciclistas de enorme qualidade. O irlandês irá atacar as clássicas de Abril, para depois focar toda a sua qualidade no Tour, de forma a melhorar o registo desta época (6º lugar).
A UAE Emirates é a equipa que melhor se mexeu no mercado, seguida de muito perto pela Sky (contratações como as de Castroviejo ou David de la Cruz são muito bem delineadas).
Pela negativa, destacamos a perda de muitos ciclistas por parte da Quick-Step, e a Trek, que não conseguiu ninguém que colmatasse a saída de Alberto Contador.