9 ciclistas a ter em conta em 2018
Com a geração de Alberto Contador, Tom Boonen ou Fabian Cancelara quase toda reformada, olhamos para 2018 como um ano de renovação numa lista de ciclistas a ter em conta.
Assim, o Fair Play identifica 9 ciclistas, divididos em 3 categorias, que podem surpreender esta época. Já outros, 2018 pode muito bem ser o ano da afirmação, ou mesmo confirmação.
Voltistas
Richie Porte– Foi gregário de luxo de nomes como Alberto Contador, Bradley Wiggins e Christopher Froome. A BMC encontrou nele as características e o potencial para fazer face à dificuldade que tem tido para substituir um líder da qualidade de Cadel Evans. O azar tem andado de mão dada com o australiano desde que se tornou líder, e se em 2016 uma avaria mecânica o fez perder tempo irrecuperável para um potencial pódio no Tour, em 2017 uma queda tirou-o de cena quando parecia ser o único com capacidade de fazer frente a Froome. 2018 poderá vir a ser o ano de Porte e logo com uma vitória no Tour, prova onde obteve a sua melhor classificação geral em grandes voltas, um 5º lugar.
Rigoberto Uran– 2º no Giro 2013, 2º no Giro 2014, andou apagado em 2015 e 2016 para voltar a aparecer em 2017 e perder o Tour por 54 segundos, conseguindo superiorizar-se a ciclistas como Bardet, Landa e Aru. Ainda não encontrou forma de confirmar o potencial para vencer uma grande volta e em 2018 tem um Tour que pode assentar bem nas suas carateristicas de “classicómano”, embora o colombiano também se dê bem com os ares italianos. No entanto, tudo indica que será o escolhido para liderar a equipa em França.
Esteban Chaves– Aos 26 anos comprovou aquilo que se esperava dele desde 2011 após vencer o Tour de l’Avenir. Dois pódios em duas das grandes voltas. 2º no Giro 2016 onde perde a “Maglia Rosa” para Nibali na penúltima etapa e consegue superar Valverde que fica em 3º da geral; e 3º na Vuelta 2016 atrás de Froome e Quintana e à frente de Contador. Para além disso ganha um monumento, a Il Lombardia. Após lutar de igual com os grandes nomes de 2016 em 2017 uma lesão afastou-o das grandes conquistas e tem em 2018 a hipótese de conquistar uma das grandes pela primeira vez, podendo apontar a qualquer uma das três.
Sprinters
Elia Viviani– Termina contrato com a Sky e chega finalmente a uma equipa que tem um carácter e ADN semelhantes às aspirações deste sprinter. Viviani não tinha na Sky prioridade face aos seus objetivos nem apoio em corrida. Apesar de não ser o sprinter principal da sua nova equipa vai ter mais oportunidades e uma estrutura que sabe ganhar melhor do que qualquer outra no mundo do ciclismo. O seu novo Diretor Desportivo afirmou que vai ganhar mais este ano com o italiano do que ganhou em 2017 com Kittel. Será que Viviani vai corresponder às expetativas?
Matteo Trentin– Apesar de ter sido remetido para lançador e de ser um sprinter de oportunidade sempre que os seus líderes falhavam ou não estavam presentes, Trentin soube aproveitar muito bem as portas que se iam abrindo e chega a 2018 com etapas ganhas em todas as grandes voltas e sendo o sprinter sensação do final da época passada. A Michelton-Scott parece ser uma oportunidade que o italiano não quer desperdiçar, apesar de ter de rivalizar com Caleb Ewan. Vai haver oportunidade de perceber se o italiano tem qualidade para fazer frente aos grandes sprinters da atualidade.
Alexander Kristoff– 2014 e 2015 foram os anos deste sprinter com toques de homem das clássicas. Entre monumentos, etapas, camisolas e pódios não haveria espaço para descrever o que ganhou durante estes dois anos. No entanto, 2016 e 2017 foram anos em que Kristoff não conseguiu impor a sua veia vencedora e por alguma razão nas grandes competições acabava por ser superado pelos seus adversários diretos. É de realçar que em 2017 foi campeão europeu e ficou em 2º no campeonato do mundo. A troca de equipas já fez bem a sprinters que passaram por uma fase parecida com esta, como foi o caso de Kittel antes de rumar à Quick-Step. Será que estamos perante um caso idêntico?
Classicomanos/Punchers/All-Rounder
Julien Alaphillipe– Em 2015 um jovem com 23 anos fica em 2º lugar na Fleche Walllone e em 2º lugar na Liege-Bastogne-Liege, em 4 dias e mostra uma qualidade que apenas dota alguns ciclistas no mundo. A partir daí tem procurado as suas vitórias batendo-se de igual para igual com os grandes dominadores das clássicas e dos terrenos onde este jovem francês mais gosta de andar. Faltam-lhe grandes vitórias quer em provas de um dia quer em provas por etapas e não há muitas dúvidas que 2018 pode ser o ano em que Alaphilippe adquire a experiência necessária para ganhar.
Oliver Naesen– Andou bem nas clássicas do norte e vinha a mostrar a subida de forma, o que o levou a estar no momento errado à hora errada em 2017. Quando o movimento de Sagan e Van Avarmaet na Flandres, indo no encalço de Gilbert, o belga da AG2R foi o único capaz de os acompanhar. Acabou por ficar na queda com Sagan e deitar “por terra” (neste caso por “pavê) a restante época de clássicas primaveris. No final de junho reclamou a camisola de campeão nacional do compatriota Gilbert. Se encontrar a mesma forma pode dar que falar já em Março e Abril.
Gianni Moscon– Apesar de ser tão ou mais conhecido pelas más razões, o potencial deste jovem da Sky não passa despercebido a quem o vê a andar de bicicleta. Seja a lutar sozinho para se manter no grupo da frente de uma clássica, seja a puxar montanha acima para o seu líder, Moscon parece ter potencial para vir a dar muitas alegrias à sua equipa nos vários tipos de provas e terrenos. Como todos os outros, é preciso transformar potencial em qualidade e qualidade em vitórias. Se quiser começar já em 2018 os adeptos do ciclismo agradecem.
Texto: Diogo Pisco