António Dantas, o 1º campeão do Gadis Longboard Pro 2024

Durante a etapa do circuito mundial de Qualificação de Longboard (LQS) , na divisão europeia da qualificação (existem  outros eventos noutros continentes para apurarem os longboarders que farão parte do Circuito Mundial de Longboard no próximo ano) que decorreu na Galicia (Espanha) na zona de Ferrol, o Gadis Longboard Pro 2024. contou com a participação de vários portugueses, Frederico Carrilho, Filipe Ferreira, João Dantas, Francisco Freitas, Raquel Bento e Carolina Mendes, mas a supresa (e que surpresa foi) foi a enorme vitória do António Dantas na final masculina.

Pela Primeira vez um português venceu uma etapa contra um forte contigente francês, com Edouard Delpero (5 vezes campeão Europeu) , o Roland Lefeuvre e Martin Coret. Que orgulho nacional que se instalou sobre o Toninho, a forma como todos o chamam na praia! Dono de um estilo magnificente e de uma segurança a surfar e um competidor nato, desde cedo que mostruu que seria um sério candidato a marcar presneça nos podiums por onde compete.

António, ou Toninho como és apelidado pela comunidade. Como te sentes por teres virado uma página tão enorme no longboard luso?

 Não há palavras para descrever ao certo como me sinto, ainda estou um bocado nas nuvens! Mas estou motivado e ansioso para as próximas provas e quero levar a nossa bandeira para o topo onde merece estar.

Houve lágrimas e tudo na praia por tamanha vitória, desde sempre que a hegemonia francesa domina os principais circuitos de ondas, tu conseguiste ultrapassar isso, como te sentes após teres ganho a prova da WSL, que tipos de apoios fazem ainda falta à modalidade, para que mais jovens portugueses consigam sonhar e fazer como tu fazes nos principais eventos?

Ter conseguido superar os franceses nesta etapa junta mais sabor à vitória, sabendo que eles dominam o circuito há tantos anos, ter conseguido dar a volta por cima num heat rodeado deles dá-me mais confiança. O facto de ter tido o meu irmão e a malta do team Lufi na praia tornou tudo muito mais especial, além das lagrimas e dos abraços, ver a felicidade na cara dos nossos é algo que não tem valor, sentimento de dever cumprido. Quanto aos apoios é básico, felizmente neste momento não tenho despesas em material técnico ( pranchas, fatos, etc…) mas acho que o que mais faz falta no longboard a este nível é o apoio monetário para sustentar as despesas que surgem ao fazer estes campeonatos, tudo o que seja inscrições, transportes, alojamentos e alimentação. Não digo o suficiente para conseguir fazer vida única e exclusivamente do Longboard mas para pelo menos o atleta não ter prejuízo ao participar num campeonato. Felizmente o Surfing Clube Portugal e o João Ferreira têm sido capazes de suportar alguns desses custos.

É sabido que alguns países aostam muito mais forte nas modalidades, como achas que o trabalho está a ser feito em Portugal?

O trabalho em Portugal ultimamente tem sido muito bom, pelo menos sinto isso na comunidade do longboard, há mais interesse em aumentar prizemoneys e em elevar o Longboard nacional.

Diz-me aqui que ninguém nos ouve, qual foi a sensação de estares longe de casa e veres os portugueses todos em euforia com a tua vitória?

Foi muito especial ver a euforia não só dos portugueses mas também dos Espanhóis e dos próprios franceses com a minha vitória, fizeram me sentir em casa embora estivesse longe e sinto-me muito grato por isso.

Quais os teus objetivos de seguida, do que respeita ao Circuito mundial de Longboard?

O meu objetivo é a qualificação para o CT. (Circuito princiapl de Longboard, onde o Joao Dantas já esteve presença há dois anos)

Tens a experiência caseira que o teu irmão, João Dantas, teve quando se qualificou e competiu entre os melhores mundiais?

Claro que ter alguém como o meu irmão ao meu lado é uma grande mais valia, ele já passou por tudo o que estou a passar agora e serve de exemplo para quase tudo na minha vida. É muito especial tê-lo ao meu lado nos campeonatos e uma grande ajuda, exatamente por causa da experiência que ele tem e me transmite.

Como vês o estado do longboard em Portugal e com alguns atletas já a demonstrarem um grande à vontade e a competirem contra os melhores com um nível já bem alto?

O estado do Longboard em Portugal deixa-me com esperança. Temos muitos jovens talentos prontos ou em preparação para encarar os melhores do mundo sem medos, é muito gratificante e encorajador ver o Fred Carrilho, o Francisco Freitas, o Lipe Ferreira, entre outros, a correrem o circuito e a dificultarem a vida aos melhores, sinto que não estou sozinho.

Para além desta características enquanto atleta, também é uma pessoa amistosa e muito empático no seu dia-a-dia.  Basicamente um privilégio para quem o conhece. PARABÉNS TONINHO!!!