Andebol nacional: Competições jovens 2023 em análise
Com a época do andebol nacional a avançar a passos largos para os momentos decisivos, hoje damos destaque às camadas jovens e aos campeonatos nacionais destes escalões. Sub21, Sub18 e Sub16 estão agora na fase nacional da competição, fase essa que irá apurar os finalistas das várias competições.
Sub21 e Sub18 irão decidir-se no final da época numa final a quatro, enquanto no escalão de Sub16 teremos um encontro nacional com 12 equipas que serão apuradas das várias zonas que estão em competição neste momento. Hoje iremos fazer uma análise às competições de Sub21 e Sub18 e perceber quem está melhor posicionado para se classificar para a fase final.
Começando pelo escalão de Sub21, importante referir que este será o último ano de competição para este escalão, que irá deixar de existir a partir da próxima época. A competição nacional divide-se em três zonas com quatro equipas cada, das quais sairão 3 finalistas para a fase final da competição. O quarto finalista será encontrado numa fase de apuramento concentrada com os segundos classificados das três zonas nacionais, mais o vencedor da competição da Madeira.
Na zona 1 competem as equipas do Maiastars, Colégio de Gaia, AA Didáxis e Cale. Após três jornadas, a equipa maiata está com 3 vitórias e a equipa do Colégio de Gaia segue em segundo lugar com duas vitórias. A luta pelo primeiro lugar será entre Maiastars e Colégio de Gaia, já que o resultado da primeira volta foi favorável à equipa da Maia apenas por dois golos, mas acredito que a equipa de Riba D’Ave, a AA Didáxis poderá lutar pelo segundo lugar e acabar por decidir também quem será apurado diretamente para a fase final.
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Na zona 2 temos as equipas do Almeida Garrett, do ARC Alpendorada, do Beira Douro e do ACD Monte. A equipa de Gaia apresenta um plantel renovado, com várias atletas de seleção nacional que para além de jogarem neste escalão conseguem ainda acumular a equipa sénior e a equipa Sub18. Nota-se uma grande aposta do clube na obtenção de resultados imediatos, e tem dado frutos, já que a equipa de Sub21 se encontra na primeira posição com três vitórias em 3 jogos efetuados. A equipa da ARC Alpendorada irá claramente assegurar a presença na fase de apuramento da competição, podendo ainda lutar pela presença na fase final direta, tendo para isso a difícil tarefa de vencer a equipa do Almeida Garrett por mais de 5 golos no jogo da segunda volta em Alpendorada. As duas restantes equipas dificilmente conseguirão na segunda volta colocar-se na luta pela presença nas fases seguintes, pelos resultados que conseguiram nesta primeira volta.
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Na zona mais a sul competem o SLBenfica, Sir 1ºMaio, Lagoa AC e Vitória FC. De destacar a ausência do campeão nacional da época passada, a equipa do Gil Eanes, que este ano escolheu não participar no campeonato de Sub21, dando primazia à equipa sénior a competir na 1ª Divisão Nacional. A equipa encarnada encontra-se em primeiro lugar com três vitórias, mas a diferença no resultado para o segundo classificado, o Sir 1ºMaio, foi de apenas um golo, podendo tudo ser alterado na segunda volta. Na luta estará ainda a equipa do Algarve, o Lagoa AC, que conseguiu resultados equilibrados com os primeiros classificados. Esta será a zona mais equilibrada das três.
Na competição de Sub18, o sistema de apuramento do campeão nacional é idêntico ao anteriormente explicado para o escalão de Sub21, com fase de apuramento e fase final concentradas, mas as zonas nacionais são constituídas por 6 equipas e não 4.
A zona 1 compreende as equipas da zona norte do país, estando neste momento a equipa do Almeida Garret em primeiro lugar com 4 vitórias em 4 jogos realizados. Já jogaram e venceram o segundo classificado, a equipa do Cale (33-28), estando, portanto, neste momento não só em vantagem pontual como também em vantagem no confronto direto com o provável segundo classificado. Na terceira posição está o Colégio de Gaia, que irá lutar claramente por uma presença na fase de apuramento e intrometer-se na luta dos dois primeiros lugares. Também ainda em posição de lutar pelos lugares cimeiros está a equipa de Esposende, o CS Juventude Mar. Nas duas últimas posições estão a equipa de Celorico de Bastos, Beca e o Promov Rebordosa Andebol, que dificilmente conseguirão lutar com as outras quatro equipas, muito mais habituadas a estar presentes nestas fases nacionais ao longo das últimas épocas. Falta ainda jogar a última jornada da primeira volta, e toda a segunda volta, portanto ainda muito pode mudar até ao final desta fase.
Na zona 2 temos as equipas da zona centro e também a ARC Alpendorada, que sendo da Associação de Andebol do Porto, acaba muitas vezes ser relegado para a zona 2 das fases nacionais. É inclusive a equipa de Marco de Canaveses que se encontra em primeiro lugar apenas com vitórias, tendo já jogado contra o segundo classificado, a equipa de Aveiro, o Alavarium. O resultado entre estas duas equipas foi favorável para a ARCA em quatro golos, o que o coloca em vantagem positiva no confronto direto.
O Alavarium perdeu apenas contra o primeiro classificado, mas a vitória contra o terceiro, o Valongo do Vouga, foi só por um golo, o que fará com que o jogo da segunda volta entre estes dois adversários se torne decisivo nas contas desta zona. Em quarto lugar encontra-se um histórico da modalidade, a equipa de Leiria o Juve Lis, que poderá equilibrar alguns jogos, mas dificilmente se irá intrometer na luta pelos primeiros lugares. Nas duas últimas posições estão o Feirense o UD Serra, que devem estar orgulhosos por terem conseguido chegar a esta fase, mas estão ainda num processo evolutivo mais atrasado quando comparado com os restantes competidores.
A zona mais a sul, a zona 3, tem todas as equipas abaixo da zona de Leiria, como o SL Benfica, O Alcanena e o Gil Eanes. Estas três equipas irão lutar até ao último jogo pelo primeiro lugar e uma consequente presença direta na fase final, ou pela segunda posição para pelo menos garantir a presença na fase de apuramento. Os resultados entre os três foram equilibrados e podem cair para qualquer uma das equipas.
Neste grupo o fator casa é particularmente decisivo, já que as distâncias viajadas por estas equipas é claramente superior quando comparado com as outras duas zonas. Em quarto lugar está neste momento o Ginásio Clube do Sul, seguido do Cister AS e em último o NAAL Passos Manuel. Ainda com uma jornada para finalizar a primeira volta e toda uma segunda volta para jogar, muito irá mudar na tabela classificativa e teremos de esperar até ao último jogo para sabermos quem se irá classificar diretamente para fase final da competição.
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Ambas as competições irão terminar no fim de semana de 6 e 7 de Maio, e depois no final de Maio serão as fases de apuramento de ambos os escalões (Fase Apuramento de Sub21 26-28/05; Fase Apuramento de Sub18 19-21/05). As fases finais serão jogadas já em Junho nos fins de semana de 2-4/06 (Sub18) e 9-11/06 (Sub21).
Pode perceber-se que várias equipas estão presentes tanto nas fases nacionais de Sub21 e de Sub18, denotando um bom trabalho na formação e em alguns casos na agregação das melhores atletas para constituírem um plantel competitivo e forte.
De salientar as equipas do Colégio de Gaia, Cale, Almeida Garrett, Arca e SL Benfica. Na maior parte destas equipas os planteis são quase idênticos nos dois escalões, participando ainda muitas destas atletas no escalão sénior da respetiva equipa.O escalão de Sub21 foi apenas um escalão de transição do pós-pandemia criado pela federação para minimizar os possíveis problemas da falta de competição para muitos atletas na transição da formação para o escalão sénior que ocorreram dos dois anos sem competição. Este será então o último ano desta competição de Sub21, o que fará com que na próxima época não só todas as atletas com idade de Sub21 serão atletas séniores, como também as atletas atualmente de último ano de Sub18 irão transitar para o escalão máximo.
Espera-se que estas atletas e que as equipas presentes nestas fases apresentem um andebol evoluído tecnicamente, mas essencialmente taticamente, que compreendam todas as fases de jogo e que os treinadores trabalhem nestes escalões de uma forma bastante aproximada aquilo que se deverá fazer no escalão máximo.
É nesta fase que devemos aumentar o trabalho de força específico, foçar mais o trabalho individualizado por parte de cada atleta, implementar a responsabilidade individual na preparação de vídeo e analise do adversário e própria. Claro que muitas vezes tanto equipas técnicas como atletas querem e estão dispostos a fazer mais, mas existem barreiras organizacionais ou de estrutura que impedem que isso aconteça.
Muitas vezes o problema está nas condições providenciadas aos atores principais para que possam montar a melhor peça possível. Ninguém se poderá esquecer que estas serão as atletas que nas próximas épocas irão alimentar a primeira e a segunda divisões nacionais, e que merecem já estar a trabalhar nas melhores condições possíveis para que todos em conjuntos possamos fazer evoluir o andebol, em especial o andebol feminino.