Andebol nacional: rola a bola na 1ª divisão feminina

O arranque do campeonato maior do andebol nacional feminino decorreu no último fim de semana e logo com emoção no máximo. A primeira jornada trouxe embate entre primeiro e segundo classificados da época anterior, SL Benfica e Madeira SAD, que continuam este ano a ser os maiores candidatos à luta pelo título. Este ano com a alteração do modelo competitivo, existe grande probabilidade de termos mais embates entre estes dois emblemas na luta pelo título ao longo da época.

Este ano com o número de equipas na primeira divisão reduzido para apenas 10, o campeonato vai ser dividido em duas fases. Na primeira fase jogam todos contra todos a duas voltas; na segunda fase, o campeonato é dividido em duas partes, com seis equipas no grupo da luta pelo título, e os quatros últimos classificados da fase regular vão lutar entre eles pela permanência, ambos os grupos no modelo de todos contra todos a duas voltas. Mas não pensem que os jogos da primeira fase perdem interesse, pois metade dos pontos irão transitar para a segunda, portanto todos os jogos contam.

Voltando então ao embate entre os dois candidatos ao título, o jogo realizou-se na ilha da Madeira e tal como aconteceu no ano passado no jogo em casa do Madeira Sad, o equilíbrio marcou esta partida. Esse equilíbrio verificou-se também no resultado, já que as equipas dividiram os pontos, após empate a 25. Se a equipa de Lisboa manteve a maior parte do seu plantel, tendo-se reforçado cirurgicamente em posições mais débeis, tal como pivot ou ponta esquerda e ponta direita, a equipa da Madeira fez uma grande reformulação no seu plantel.

Várias foram as saídas, que foram colmatadas com a entrada de duas jovens atletas nacionais, Sheila Langa (ex-CA Leça) e Luciana Rebelo, ex-SLB (emprestada a meio da época passada ao Maiastars),  a melhor lateral direita do último campeonato da europa de sub19. Para além destas duas atletas nacionais, Madeira Sad foi ao estrangeiro contratar 4 novas atletas para fortalecer o seu plantel. Ambas os técnicos transitaram da época anterior, o que vai trazer de volta embates interessantes que já nos habituaram na época transata.

Outra equipa que também reformulou o seu plantel foi a equipa de São Pedro do Sul, que perdeu algumas atletas por abandono da modalidade ou que transitaram para outros clubes. Para colmatar estas saídas, foi buscar à ARC Alpendorada/Heavy/OJP três atletas de qualidade, a central Sara Brás, a pivot Margarida Fagundes e a ponta esquerda Rebeca Freitas, e ainda Audilia Carlos, guarda-redes ex-SL Benfica. Tal como o ano passado, A ADAA São Pedro Sul trouxe ainda 3 atletas estrangeiras para completar o plantel e uma atleta da segunda divisão, Mornesa Tenda (ex-AC Vermoim). A equipa técnica também alterou, já que Tiago Cunha transitou da equipa masculina para a equipa feminina nesta época, sendo ele o timoneiro da equipa na esperança de melhorar o 3º posto obtido no ano passado, tentando intrometer-se na luta pelo título nacional.

Nesta primeira jornada a ADAA São Pedro do Sul recebeu em casa o recém-promovido Juv Lis, num jogo que se previa bem menos incerto quanto ao resultado do que na realidade foi. Ao intervalo a equipa da casa perdia por 1, mas acabou por dar a volta ao resultado na segunda parte, com uma excelente exibição de Sara Brás e Mornesa Tenda, vencendo por 30-28. A equipa de Leiria que voltou este ano à primeira divisão, deu uma excelente réplica ao 3º classificado da época transata, mostrando que irá lutar bastante pela permanência, numa época que se avizinha difícil.

Outro jogo grande desta primeira jornada foi o embate em Gaia entre os 5º e 6º classificados da época passada, o Colégio de Gaia/COLGAIA, CDE Toyota e o ABC Braga/UMinho, respetivamente. A equipa de Gaia entrou forte no jogo, conseguindo uma ligeira vantagem nos primeiros dez minutos, mas foi a equipa de Braga que foi para o intervalo a vencer por 3 (11-14).

No início da segunda parte o ABC Braga/UMinho ainda aumentou a vantagem, mas a equipa de Gaia aproveitou os últimos 15 minutos da segunda parte para voltar a encostar o resultado, deixando para os últimos minutos a decisão do resultado. No final da partida, prevaleceu a experiência do Colégio de Gaia, conseguindo vencer a partida por 1 golo, ficando assim os três pontos em casa. Para jogo tão cedo no campeonato, ambas as equipas deram um espetáculo bastante interessante, ainda que ambos os treinadores, Fernando Fernandes da equipa de Braga e Paula Marisa da equipa de Gaia, tenham muitos pontos a alinhavar com os novos planteis que têm à disposição.

Neste fim de semana de início de 1ª divisão tivemos apenas mais um embate, já que o jogo CDE Gil Eanes-CJ Almeida Garrett foi adiado para 16 de Setembro. O Sir 1º Maio/ADA CJB, que se reforçou de forma muito inteligente e com atletas bastante experientes, deslocou-se a Alpendorada para jogar contra a equipa que sofreu maior remodelação no seu plantel. A ARC Alpendorada/Heavy/OJP perdeu todas as atletas seniores da época anterior, mantendo apenas atletas vindas da formação, ou que ainda são sub18. Para além disso alterou também a equipa técnica, que contratou algumas atletas seniores com pouca ou nenhuma experiência de primeira divisão. Sem surpresa, o jogo teve apenas um sentido, com a equipa da Marinha Grande a vencer por uns expressivos 15 golos (20-35).

A primeira divisão continua no próximo fim de semana, mas é a Supertaça Ibérica que suscitará mais interesse no público.

Esta é uma nova competição que porá em confronto os campões e vice-campeões português e espanhol. O Madeira Sad irá defrontar na sexta 8 de Setembro o campeão espanhol, o Costa Del Sol Malaga, pelas 17h, enquanto que o campeão português, o SL Benfica, irá defrontar o vice-campeão espanhol, o Super Amara Bera Bera, pelas 19h. A competição irá realizar-se em San Sebastian, País Basco, no próximo fim de semana. Os vencedores dos jogos de sexta defrontam-se sábado pelas 20h para encontrar o vencedor da primeira edição da supertaça ibérica, enquanto os vencidos irão lutar pela 3º posição às 17h30 no mesmo local. Boa sorte para as duas equipas portuguesas, que levem mais longe o andebol nacional.