Andebol feminino: Benfica vence a Taça de Portugal e faz a tripla
Realizou-se no fim de semana de 27 e 28 de Maio a final four da taça de Portugal feminina, que contou com a presença do CA Leça, Madeira SAD, SL Benfica e ADA SP Sul.
Com as meias-finais a realizarem-se no sábado, o primeiro jogo opôs o segundo e terceiro classificados desta época, o Madeira Sad e o ADA SP Sul, respetivamente. Tal como previmos anteriormente este foi um jogo incerto até ao final, com a vantagem a oscilar tanto para uma como para outra equipa. Tal foi o equilíbrio que o jogo foi apenas resolvido após prolongamento.
No tempo regulamentar o marcador indicava um empate a 18 golos, revelando a grande supremacia das defesas aos ataques, pelo baixo número de golos. Após um prolongamento igualmente equilibrado e com baixa eficácia, o resultado final foi de 21-20 favorável à equipa da Madeira, levando-a assim para mais uma final da época. De salientar a ausência do treinador João Florêncio aos comandos da equipa de São Pedro do Sul, que já não fez a parte final da época, tendo sido o seu último jogo a 26 de Março.
Na outra meia-final, o vencedor parecia determinado à partida, já que este era um jogo que opunha o campeão nacional, SL Benfica, e o recém despromovido, CA Leça. No entanto a equipa de Leça já nos habituou a nunca atirar a toalha ao chão e fez a equipa de Lisboa suar muito para garantir a presença na final de dia 28 de Junho. O resultado esteve de tal forma equilibrado que só nos minutos finais o SL Benfica conseguiu abrir ligeiramente o resultado, tendo sido o último empate a 29 com cerca de 5 minutos para o final da partida. A equipa de Lisboa conseguiu vencer o recém despromovido por 4 golos (31-35 resultado final), garantindo a tão aguardada presença na final da Taça de Portugal.
Com estes resultados, Madeira Sad e SL Benfica encontravam-se mais uma vez a lutar pelo primeiro lugar, tal como havia acontecido na Taça Fap, onde a equipa madeirense levou a melhor, e também na luta pelo campeonato nacional, onde a regularidade do SL Benfica lhes deu o bicampeonato. A final realizou-se no domingo dia 28 de Junho, também no municipal da Maia, e o espetáculo apresentado foi digno de um jogo desta importância.
A dinâmica ofensiva apresentada pelas duas equipas foi muito interessante, mostrando bem que o conhecimento adquirido ao longo de todos os embates realizados ao longo da época só as tornou mais imprevisíveis e mais capazes. Pode ver-se diferentes abordagens para tentar travar os ataques potentes, por exemplo por parte do Madeira SAD que iniciou com um sistema 6:0, mas que a meio da primeira parte teve de se tornar mais agressiva e subir a defesa, passando para um 5:1 profundo, quase a roçar o 3:2:1. Esta alteração tática defensiva deveu-se essencialmente à grande fluidez apresentada pelo SL Benfica no ataque, especialmente assentes numa exibição de luxo de Maria Unjanke, que conseguiu sempre melhorar a espetacularidade dos seus golos, de remate em remate. Com 8 golos foi a melhor marcadora do encontro e também aquela que encheu mais as medidas a quem esteve presente no pavilhão.
Ao intervalo o resultado era favorável ao SL Benfica por 4 golos, mas um início forte da segunda parte do Madeira Sad, e menos acerto por parte das jogadoras encarnadas, rapidamente se traduziu num jogo de resultado equilibrado e incerto. Reflexo disso foram as diferentes vantagens de parte a parte até ao final da partida. Do lado do SL Benfica podemos ainda destacar uma exibição de luxo de Ana Ursu, a guardiã da baliza encarnada, que foi fulcral nos últimos minutos para garantir a vitória pela margem mínima do SL Benfica. Do lado contrário Isabel Góis também se apresentou a um alto nível, tal como nos tem habituado.
O resultado final foi 30-31 favorável ao SL Benfica, tornando-o uma vez mais vencedor da Taça de Portugal, podendo assim juntar mais este título à Supertaça e ao Campeonato Nacional. Parabéns à equipa do SL Benfica pela excelente época, mas essencialmente parabéns também ao Madeira SAD pelo excelente espetáculo apresentado no jogo de sábado. O resultado podia ter caído para qualquer lado, e quando assim é, com um jogo de boa qualidade à mistura, só eleva o andebol feminino nacional a patamares mais próximos de onde queremos estar.