1942 e 1946 – Copas que o mundo perdeu!!!

AS COPAS QUE NÃO ACONTECERAM

Quando o mundo foi acometido pela guerra e suas consequências, a falta de segurança inviabilizou a realização da competição, embora separados, alguns continentes realizaram seus próprios campeonatos. O grande motivo para o fato inédito ter acontecido foi a Segunda Guerra Mundial, que perdurou de 1939 a 1945.

Diante dessas circunstâncias, a Fifa optou por cancelar também a edição de 1946 do Mundial, mesmo com os conflitos já finalizados. A questão era que muitos países europeus estavam muito fragilizados, e o momento não era para se pensar no futebol. Prioridade esta que vimos recentemente ocorrer com os Jogos Olímpicos, que acabou sendo colocado em segundo plano em função da pandemia do coronavírus, sendo remarcado para o próximo ano.

POSSÍVEIS SEDES E FAVORITOS

As Copas de 1942 e 1946 não tinham sedes definidas pela Fifa. A primeira edição tinha Brasil e Alemanha como postulantes ao direito de sediar o Mundial. O país tupiniquim se valia do fato de ter sido a única seleção do continente americano a participar das edições anteriores do torneio no Velho Continente (1934 na Itália, e 1938 na França). Já os alemães estavam confiantes, e esperavam expandir ainda mais a sua economia com a chegada do evento. Naquelas edições do torneio, equipes como Itália, Hungria, Suécia, Uruguai, Argentina e Brasil figuravam como possíveis favoritos à conquista do caneco.

Ainda antes do estopim inicial dos confrontos em 1939, Alemanha, Argentina e Brasil se candidataram para sediar a 4ª edição da competição, no entanto, enquanto Jules Rimet visitava a América do Sul para inspecionar as condições de Argentina e Brasil, as tropas alemãs invadiram a Polônia e todos os preparativos foram interrompidos.

Comenta-se que Jules Rimet estava decidido conceder aos alemães a honra da realização do evento por dois motivos: as condições esportivas (de hotelaria e comunicações) oferecidas pelos europeus era infinitamente superiores, e os demais países do Velho Continente não se mostravam nem um pouco dispostos a cruzarem o Atlântico de navio, numa viagem que durava, então, quase um mês. Mas argentinos e brasileiros exigiam o retorno do torneio à América Latina após duas edições seguidas em solo europeu.

Em 1946, mesmo com o fim da guerra não havia “clima” no mundo para que fosse realizada a Copa do Mundo, mesmo que a poeira estivesse baixando havia muitas cicatrizes entre os países.

Torneios paralelos

Sem nenhum dado de jogos, a Federação Italiana afirma ter organizado a Copa das Nações neste período, na Suíça em 1942, segundo os relatos da federação foi a própria Itália quem venceu o campeonato.

Na América do Sul os países sul americanos organizaram suas próprias copas com edições que ocorreram em 1939 no Peru, 1941 no Chile, 1942 no Uruguai, 1945 no Chile, 1946 na Argentina, 1947 no Equador e 1949 no Brasil.

O período foi marcado por uma absoluta supremacia dos argentinos, que venceram as edições de 1941, 1945, 1946 e 1947. Peru em 1939 e Uruguai em 1942, foram os outros vencedores.

O período marcou o acirramento da rivalidade entre os vizinhos Argentina e Brasil, com brigas dentro de campo inclusive, fatores que fizeram com que a Argentina não participasse do Campeonato Sul-Americano de 1949 e da Copa do Mundo de 1950, que foram realizados em terras brasileiras.

Decepção para Jules Rimet

A não realização das Copas foi um duro golpe para o homem que mais lutou para que o futebol se tornasse a paixão e o esporte número 1 que hoje é em quase todos os cantos do planeta. De qualquer forma, a bola não parou de rolar, e quatro anos mais tarde, enfim, uma nova Copa do Mundo foi realizada naquele que, em pouco tempo, se tornaria internacionalmente conhecido como o “País do Futebol”