Mais um ano para esquecer dos New England Revolution?
Apesar de serem um dos clubes mais respeitados e com mais historial da Major League Soccer, a verdade é que os New England Revolution já não chegam aos playoffs da competição desde 2015. À partida para esta temporada as expectativas eram altas, mas as três derrotas em cinco partidas disputadas até ao momento trouxeram de volta os “fantasmas” do passado. O conjunto orientado por Brad Friedel tem alguns elementos de qualidade no plantel, no entanto, será suficiente para os Revs regressarem à fase decisiva da prova?
Passado: Sucesso que não se traduz em títulos
Se todas as históricas têm um início, a dos New England Revolution começou em 1994, ano de fundação do clube. Desta forma, a equipa do cidade de Boston é uma das que está presente na Major League Soccer desde a sua primeira edição. Apesar disso, e sendo certo que os Revs foram e são um dos emblemas mais emblemáticos dos EUA, os títulos no palmarés do clube são praticamente nulos.
Depois de terem ficado fora dos playoffs por três vezes nas cinco primeiras edições da prova, a primeira temporada de verdadeiro sucesso dos New England Revolution chegou em 2002. Contando nas suas fileiras com jogadores como Jay Heaps e Tyler Twellman, o conjunto do estado de Massachusetts atingiu a final da competição com os LA Galaxy. Os New England eram favoritos para o jogo, ainda para mais jogando em casa, mas a verdade é que o resultado acabou por favorecer a equipa californiana. Estava assim dado o pontapé de saída para aquilo que seria (e ainda é) um verdadeiro calvário para os NER.
Depois de 2002, os New England Revolution voltaram à final da Major League Soccer em 2005 (LA Galaxy), 2006 (Houton Dynamo), 2007 (Houston Dynamo) e 2014 (LA Galaxy), mas saíram derrotados em todas as ocasiões. Durante este período, o único troféu que o clube conquistou foi a US Open Cup em 2007, ainda com Steve Nicol no comando da equipa, numa final frente aos FC Dallas.
Presente: Contrariar a história recente
Brad Friedel, ex-internacional norte-americano, assumiu o comando técnico do clube no início da temporada passada e, depois de um ano de adaptação em que a equipa ficou fora dos playoffs, esperava-se uma boa campanha dos Revs em 2019. É impossível não se ter em conta que a época começou apenas há cerca de um mês, contudo, os sinais transmitidos pelo New England até ao momento não são propriamente positivos.
Um dos aspetos que condiciona e prejudica o desempenho do clube está relacionado com o facto de não estar propriamente definido quem é o titular na baliza. Cody Cropper foi o dono do lugar durante a temporada passada e demonstrou bons pormenores, no entanto, Brad Knighton fez parte do 11 inicial dos Revs nas quatro primeiras jornadas do campeonato (Cropper foi titular no jogo do passado fim de semana).
A defesa é, claramente, o setor mais problemático para o conjunto do estado de Massachusetts. Enquanto nas laterais Andrew Farrell e Edgar Castillo são os titulares (o segundo é bastante superior ao primeiro), na zona central ainda existem algumas dúvidas por dissipar. Michael Mancienne tem/deve ter lugar fixo na equipa inicial, mas as restantes soluções parecem curtas. Delamea tem comprometido bastante e Anibaba já passou por melhores momentos na carreira, mas ainda assim, o norte-americano parece ser a aposta mais certeira. Aumentar os níveis de consistência defensiva é fundamental para que os Revs consigam atingir melhores resultados.
O técnico Brad Friedel tem alternado entre o 4-2-3-1 e o 4-3-3 (incerteza no modelo e no 11 inicial podem ajudar a explicar o mau arranque do clube), mas o primeiro esquema tático parece ser aquele que favorece mais o plantel. Partindo deste pressuposto, Wilfried Zahibo apresenta-se como um dos bons médios defensivos da MLS e, juntamente com Scott Caldwell, pode formar uma parceria interessante no meio-campo.
Carles Gil chegou este ano ao clube, mas rapidamente se assumiu como imprescindível para Brad Friedel (apenas um dos cinco golos que os NER apontaram no campeonato não tiveram o contributo do espanhol). Se Gil atuar como médio ofensivo, os três lugares que “sobram” deverão pertencer a Diego Fagúndez, Teal Bunbury e Juan Agudelo, jogadores que conseguem combinar irreverência e experiência.
A temporada é longa e os New England Revolution estão apenas a um ponto dos lugares que dão acesso aos playoffs, mas é importante o clube não “perder o comboio” na fase inicial da época. Uma maior e melhor definição naquilo que é o 11 base e o modelo tático da equipa, assim como uma organização defensiva mais rigorosa, podem ser a chave que permitirá ao emblema do estado do Massachusetts quebrar um jejum que já dura há três anos.
Artigo escrito por Diogo Matos, administrador e fundador da página MLS Portugal.