Premier League: A melhor liga do Mundo ou domínio individual?

Emanuel RicardoJunho 7, 20235min0

Premier League: A melhor liga do Mundo ou domínio individual?

Emanuel RicardoJunho 7, 20235min0
Emanuel Ricardo olha para o que se passou na Premier League 2022/2023 e tenta perceber se é a melhor liga do Mundo ou não

O domínio extenuante do Manchester City e de Guardiola começam a causar dúvidas sobre a competitividade vivida nas terras de sua majestade (pelo menos em relação ao primeiro lugar) e é altura de perceber se a Premier League é, ou não, a melhor liga mundial.

Terminou mais uma edição da melhor liga de futebol profissional do Mundo. A Premier League, que só pode ser vista na ELEVEN Sports, encerrou mais uma edição. Entre todos os momentos únicos que a liga apresenta, começando no poderio económico que constrói planteis de sonho, à liberdade de jogo permitida pelos árbitros, passando por jogadas e lances de futebol magia, consagrados por uma média imensa em torno da competição, há algo que se destaca. Pep Guardiola voltou a vencer. O Manchester City FC é tricampeão, o primeiro desde o Manchester United FC, em 2008/2009, ainda com Sir Alex Fergunson e Cristiano Ronaldo.

Bernardo Silva, Rúben Dias e João Cancelo (apesar do empréstimo ao FC Bayern Munique), sucedem ao capitão da Seleção Nacional como portugueses tricampeões em Inglaterra. Por pouco que assim não foi. Mikel Arteta, antigo treinador-adjunto e pupilo de Guardiola, por momentos pareceu conseguir erguer o troféu, mas aos poucos percebemos que o plantel do Arsenal FC era curto para tantas jornadas. Foi na 34.º jornada, que uma goleada dos cityzens aos gunners, 4-1, inverteu a tabela.

Nesse jogo, disputado dia 26 de abril, os goleadores foram Kevin de Bruyne, John Stones e Erling Halaand, nomes que exemplificam muito bem as conquistas dos cityzens. Com destaque especial para de Bruyne e Halaand. O mágico belga liderou a tabela das assistências, com 16, e quem mais passes recebeu do número 17 do Manchester City foi Halaand, que marcou 36 golos. Além de quebrar o recorde de Andy Cole e Alan Shearer, ambos com 34 tentos, o norueguês foi o melhor marcador das principais ligas da UEFA. Em comparação, o segundo melhor marcador da Premier League, Harry Kane, com 30 golos, foi o segundo melhor marcador das principais ligas da UEFA.

Contar com estes craques na equipa, no ‘futebol moderno’, significa dinheiro. Khaldoon Al Mubarak, presidente dos cityzens, disponibiliza os valores monetários necessários para juntar os grandes nomes, com o melhor treinador, com as melhores infraestruturas e fazer da liga mais competitiva do desporto rei, uma liga com um desfecho já esperado. O que não retira o mérito a todos os envolvidos nesta conquista, apenas ‘rouba’ o brilho do que significa ganhar. Já não existe equipas do Leicester City FC, da temporada 2015/2016.

Desde que o Abu Dhabi United Group, cujo Khaldoon Al Mubarak pertence, assumiu o controlo dos gigantes de Manchester, a sina do futebol inglês transformou-se completamente. Em 15 temporadas, os cityzens venceram a liga por sete ocasiões, sendo que nas últimas seis edições ganharam-na por cinco vezes Foram apenas travados pelo Liverpool FC de Jürgen Klopp. Fomentando as vitórias, desde que Guardiola assumiu o camando técnico da equipa, em 2016/2017, venceram cinco em sete.

Uma hegemonia vencedora como esta coloca os rivais em sentido, mas não traz uma grande necessidade de competição. Olhamos aos rivais diretos de Guardiola. Retirando o Arsenal, o Manchester United fez mais uma temporada em que não ameaçou o título, o Liverpool não se qualificou para a Liga dos Campeões (quinto lugar), bem como o Tottenham Hotspur FC (oitavo lugar) e o Chelsea FC, que fez uma campanha desastrosa (décimo segundo lugar). Ironicamente, a equipa em maior realce, retirando os cityzens, foi o Newcastle United FC, pertencente ao Public Investment Fund e liderado pelo príncipe herdeiro da Arábia Saudita. Os magpies atingiram a melhor classificação e pontuação de sempre, terminando em quarto lugar com 71 pontos.


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