Mundial 2018 Rússia: Onze ideal da Argentina
Sampaoli já lançou a lista de pré-convocados para o Mundial e algumas ilações podem ser retiradas sobre o que para aí vem. Mas a certeza é uma: A Argentina chega à Rússia com a plena ambição de conquistar um troféu que foge do seu radar há anos consecutivos.
[SELECCIÓN MAYOR] Jorge Sampaoli dio a conocer la nómina de 35 jugadores preseleccionados para el Mundial de #Rusia2018. pic.twitter.com/skT2VIZ6Wh
— Selección Argentina (@Argentina) May 14, 2018
O trajeto
A Seleção da Argentina é um dos casos de estudo mais incompreensíveis do mundo do futebol. Treinadores saem, entram e, mesmo com elencos luxuosos, nunca conseguem atingir os patamares que, por razões óbvias, lhes são exigidos.
O Mundial 2014 acabou por marcar o regresso da Albiceleste aos grandes palcos. A final diante da Alemanha foi apenas decidida no prolongamento e, de forma mais ou menos regular, Alejandro Sabella conseguiu gerir um núcleo que, com Messi à cabeça, estava inteiramente recheado de egos de diferentes tipos.
Desde a chegada de Jorge Sampaoli, um dos técnicos mais entusiasmantes da atualidade pela proposta de jogo que apresenta, a Argentina não sofreu o clique esperado. Pelo contrário, e embora a filosofia tenha sido implementada desde o princípio, a equipa voltou a demonstrar imensas dificuldades no terreno de jogo. Tanto que o apuramento para a Rússia foi apenas carimbado na última jornada da fase de grupos com uma vitória frente ao Equador por 3-1, com um hat-trick… do suspeito do costume.
Ora, o que deveria ser traduzido em domínio absoluto, acaba por se tornar num problema crónico. Mas, enquanto subsistir a qualidade mais do que evidente, a Argentina é e será sempre candidata a vencer qualquer troféu que esteja no seu horizonte.
A filosofia
Jorge Sampaoli, para além de Bielsista, é um inovador. Um técnico que privilegia o bom futebol. Demonstrou-o enquanto selecionador chileno, treinador do Sevilha e, agora, no comando da Argentina. É verdade que nem sempre correspondeu às expectativas, até mesmo nos dias de hoje, mas a sua ideia de jogo torna o futebol, por si só, muito mais atrativo.
A Argentina joga habitualmente em 1-3-4-2-1, mas, face às circunstâncias do jogo, o esquema pode mudar para um 1-4-2-3-1. Tendo por base um futebol assente na posse, na ocupação de espaços, na troca de posições e na pressão alta, Biglia/Mascherano, Banega e, claro, Leo Messi acabam por assumir papéis nucleares e de maior importância na equipa, sendo que o jogo gira quase sempre em função da qualidade de passe/técnica de qualquer um deles.
Na baliza, a titularidade deverá recair em Sergio Romero. Na defesa, o esquema de três centrais é já um habitué de Sampaoli e as soluções que apresenta são todas de qualidade inegável. O meio-campo, ao contrário daquele que ganhou fama na seleção do Chile, prima pelo passe, visão de jogo, perceção táctica e ocupação de espaços. O primeiro elemento de construção, seja Biglia ou Mascherano, baixa no terreno e assume funções de principal elo de ligação com a defesa. Depois, o controlo do tempo e consequente contacto com o setor atacante fica a cargo de Éver Banega, ele que, com com as suas características específicas, aporta muita qualidade ao jogo da Albiceleste.
Por fim, e para além do equilíbrio que ambos os alas garantem, a frente de ataque com Di María e Leo Messi tem sido geralmente complementada com a presença de Pipita Higuaín. É um pouco estranha a utilização de um avançado fixo e pouco móvel num sistema que exige muita mobilidade, daí que Kun Agüero seja, à primeira vista, o nome mais indicado para o lugar. No entanto, sobra ainda a opção Icardi.
Relativamente às dificuldades que a Argentina demonstra, sobretudo, a nível da pressão alta, passam muito pela forma de como esta é efetuada. Em muitos momentos do jogo, a seleção das Pampas pressiona mal e, em muitas ocasiões, geram-se enormes buracos entre setores. O encontro frente ao Brasil espelhou isso mesmo.
De resto, também é necessário ter fé… em Lionel Messi.