Liga BPI 2022/2023 – Balanço Final

Margarida BartolomeuJunho 7, 20235min0

Liga BPI 2022/2023 – Balanço Final

Margarida BartolomeuJunho 7, 20235min0
Com o SL Benfica campeão nacional e o FC Famalicão vencedor da Taça, agora é altura do balanço da Liga BPI 2022/2023 por Margarida Bartolomeu

Chega o mês de junho, e as contas da Liga BPI 2022/2023 estão praticamente encerradas.

Na época em que o campeonato voltou a ser disputado nos moldes “normais”, com apenas uma fase e a duas voltas, foram várias as equipas que apostaram fortemente no reforço dos seus plantéis, de forma que lhe fosse possível “dar luta” às habituais candidatas ao título. E a verdade é que houve várias surpresas, umas mais positivas do que outras, que marcaram esta época desportiva. Olhemos então para a tabela classificativa:

Foto: ZeroZero

À semelhança das épocas anteriores, o SL Benfica voltou a sagrar-se campeão nacional, fazendo uma campanha quase perfeita, apenas tendo sido travado pelo Sporting, no jogo da segunda volta, disputado no Estádio da Luz. Sporting e Sporting Clube de Braga alcançaram o segundo e terceiro lugar, respetivamente, numa luta bastante acesa pelo segundo lugar. Infelizmente, nenhuma das equipas foi realmente capaz de fazer frente à equipa do Benfica, tendo ambas cometido demasiados erros ao longo da época.

No quinto lugar do campeonato ficou a equipa do Damaiense, equipa que se soube reforçar de forma muito inteligente, e que conseguiu roubar pontos aos principais candidatos à conquista do campeonato, e que lutou com a equipa do Famalicão pela conquista do quarto lugar. Marta Ferreira e Beatriz Cameirão foram duas das principais figuras da equipa da Damaia, que está em claro crescimento, e promete continuar a dar que falar. A partir do quinto lugar, a disputa pelos lugares mais cimeiros da segunda metade da tabela foi bastante acesa. A equipa do Vilaverdense foi a mais forte, tendo apresentado um futebol muito intenso e agressivo, extremamente forte nas transições, que lhe permitiu, desde cedo, impor-se sobre as equipas a si equiparadas (excluindo as equipas profissionais).

No entanto, a equipa perdeu pontos devido ao facto de o seu treinador não apresentar o nível de formação requerido pela Liga, o que lhes tirou alguma tranquilidade na segunda metade do campeonato. Mesmo perante essa adversidade, que poderia até ter colocado em causa a manutenção direta na Liga BPI, a equipa manteve-se muito unida e conseguiu garantir o sexto lugar na competição.

Torreense, Albergaria e Valadares Gaia ocupam os três lugares seguintes, estando separadas por apenas 1 ponto entre si. Se era esperado que as equipas de Torres Vedras (completamente assolada por lesões, que obrigou a uma incursão no mercado de inverno) e de Gaia tivessem uma palavra a dizer no que à luta pelo quinto lugar diz respeito, pelos reforços que garantiram, e pela aposta que vinham a apresentar, a verdade é que existia muita incerteza quanto ao tipo de competitividade que a equipa de Albergaria iria apresentar, visto que perdeu as suas principais figuras, e operou uma pequena revolução no plantel.

Mas a verdade é que a equipa foi crescendo e evoluindo ao longo da época, demonstrando o porquê do projeto há muito tempo desenvolvido pelo Clube Albergaria ser um dos poucos que, ano após ano, permanece e consegue ser sustentável, alcançando os seus objetivos. Nos lugares de descida (direta e playoff de manutenção) estiveram presentes, desde muito cedo, três equipas – Amora, Marítimo e Ouriense. Se, pelo histórico mais recente, a presença do Amora não tenha sido completamente surpreendente, a verdade é que a época do Marítimo ficou muito aquém do delineado e esperado por todos, dentro e fora do clube.

Apresentaram sempre um futebol muito instável e algo bipolar, e apenas na segunda volta do campeonato começaram a alcançar resultados mais concordantes com a sua qualidade, após “ataque” ao mercado de inverno, onde asseguraram a contratação de diversas jogadoras de qualidade, capazes de ter impacto imediato. Infelizmente, os bons resultados obtidos na segunda volta não foram suficientes para evitar os lugares de descida de divisão, e em conjunto com o Ouriense, que também foi incapaz de apresentar um desempenho regular ao longo da época, a equipa maritimista irá disputar a manutenção na liga BPI 2023/2024.

Terminada mais uma época (fase regular, tendo em conta que ainda se disputa o playoff de manutenção), e analisando apenas a pontuação alcançada pelas equipas, verificamos um maior equilíbrio pontual face a temporadas anteriores, principalmente a partir do quinto lugar, o que leva à existência de uma maior incerteza no resultado final de cada jogo, sinal claro da crescente competitividade da liga e das equipas nela incluídas.

2023/2024 trará, pelo menos, uma nova equipa à Liga BPI – o Racing Power, que conquistou a segunda divisão nacional, e assegurou a subida ao principal escalão nacional. Veremos se Gil Vicente e Clube Futebol Benfica conseguem fazer frente a Atlético Ouriense e Marítimo, e assegurar o seu regresso à principal competição nacional. Por agora, as equipas de Ourém e da Madeira estão em vantagem, após vencerem os seus adversários por 2-1 e 4-1, respetivamente.


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