“Hey Jude”: Bellingham, o herdeiro ao troco galáctico
Os nomes de Cristiano Ronaldo, Karim Benzema e Gareth Bale há muito que já não habitam em Madrid, resta Luka Modrić ou Toni Kroos. Até Sérgio Ramos, Marcelo e Casemiro se afastaram. O Real Madrid FC precisa de um novo galáctico para comandar os merengues durante as próximas largas temporadas e Jude Bellingham é o principal candidato ao lugar. A chegada do inglês à capital de Espanha teve impacto instantâneo e o mais impressionante é os seus 20 anos de idade.
Apesar da tenra idade, é dotado de uma qualidade destinada apenas a alguns. Ao vê-lo utilizar a camisola 5 do Real Madrid enquanto cavalga o meio-campo é impossível não imaginar Zinédine Zidane. Mas, Bellingham é mais que apenas uma reedição do gênio francês. O estilo inglês corre no seu sangue, por isso é muito provável observa-lo fazer um carrinho no centro do terreno para recuperar a bola e de seguida preparar um novo ataque de pescoço erguido, correndo com a bola sem sequer olhar para o esférico.
Natural do Birmingham City FC, onde faz toda a formação, é na Bundesliga e no Borrussia Dortmund que se revela ao mundo. Todavia, muito distante do estatuto que conseguiu em apenas alguns meses, após a mudança para Madrid. Na Alemanha, a qualidade de Bellingham era inegável. Inclusive, foi a principal peça do quase destronar do Bayern Munique FC do seu décimo primeiro campeonato consecutivo.
A transferência por 103 milhões de euros (com oportunidade de ascender até 130) colocou uma enorme pressão no jovem para se provar com o emblema blanco. A resposta do britânico foi simples, Bellingham precisou apenas de 36 minutos para marcar no seu primeiro jogo com a camisola do Real Madrid. De seguida, celebrou de braços abertos para os adeptos, naquela que já se tornou a sua imagem de marca. Foi impacto imediato.
Após marcar ao Athletic Clube, seguiu-se quatro golos em três jogos, todos com importância no marcador. Primeiro, um bis que deu a volta ao resultado contra o UD Almería. Segundo, marca aos 81 minutos, numa vitória por 1-0, frente ao RC Celta de Vigo. Terceiro, marca aos 90+5, numa vitória por 2-1, desta vez diante o Getafe CF. Era impossível um começo menos cinemático, tudo aquilo que as bancadas do Santiago Bernabéu gostam de ver.
O bom começo apontava a grandes feitos, mas no Real Madrid é preciso vingar na UEFA Champions League para poder sentar-se na mesa com as maiores figuras. Bellingham está longe, mas uma nova estreia a marcar foi um bom sinal, além de ter sido para ganhar o jogo ao minuto 90+4. Novo final de Hollywood para um galáctico. Após marcar contra o SC Braga, na terça-feira, leva três golos e uma assistência em três jogos na maior competição do mundo. Aquela competição que o seu clube venceu por 14 vezes. Parece que a história tem tendência a repetir-se.
Fugindo a toda a atenção mediática que Bellingham atrai, o médio tem sido o verdadeiro motor da equipa de Carlo Ancelloti e parece querer agarrar o título de estrela do conjunto. Os seus 11 golos e três assistências em 12 jogos podem ser uma boa justificação, mas a sua aura impera mais alto que os números. Resta esperar por um final de temporada dourado para o inglês. O primeiro ‘el classico’ vai ser jogado no sábado, 28 de outubro.