A vida do Nápoles com Ancelotti: Conseguirá fazer esquecer Sarri?
O Nápoles contratou Carlo Ancelotti no Verão para substituir Sarri, que rumou ao Chelsea, depois de ter realizado um excelente trabalho no clube napolitano, e muitos acreditavam que o experiente técnico que foi campeão europeu por Milan e Real Madrid e que passou por grandes clubes europeus, colocaria o Nápoles muito mais perto da heptacampeã Juventus.
No entanto, a equipa leva já 8 pontos de distância para a Juventus e com a agravante de já ter perdido o encontro com a Vecchia Signora.
Com o empate em casa frente ao desastroso Chievo que ocupa a última posição na tabela começam a notar-se alguns problemas na equipa do Nápoles que pareciam não existir quando Sarri treinava o conjunto napolitano.
A equipa leva já 13 golos sofridos em 13 jogos realizados, mostrando uma permeabilidade que não é habitual ver nas equipas de topo da Serie A e que, como bem se sabe, tem uma importância extraordinária. Os problemas começam logo com a indefinição na baliza, com o experiente Ospina, a alternar com o ainda mais experiente Karnezis, numa clara tentativa de Ancelotti dar minutos a ambos, mas que retira tranquilidade num posto onde as rotinas são importantes.
Se deixarmos a baliza e analisar-mos o setor defensivo, concluímos que Koulibaly tem sido uma presença assídua na equipa, a par com o albanês Hysaj, mas que o Nápoes já conta com 6 jogadores a ultrapassar os 200 minutos em campo, para apenas 4 posições. A juntar a isto temos ainda Raul Albiol que já nos seus 33 anos, não garante a qualidade necessária para o setor, estando demasiado dependente da capacidade de Koulibaly
No centro a perda de Jorginho ajuda a explicar alguns dos problemas da equipa, na transição defesa ataque, algo agravado pelo segundo problema desta equipa. Marek Hamsik está num nível demasiado baixo, quando comparado com os seus anos anteriores, prova disso é a ineficácia na hora de marcar golos, como provam os 0 golos marcados do experiente médio eslovaco.
Neste setor Alan numa posição mais recuada e Zielinski, que começa a revelar qualidade para voos maiores, tem estado ao nível exigido, mas ainda assim insuficiente para conseguir controlar as partidas e ter uma circulação ineficiente, como ainda hoje se queixou o técnico Ancelotti no final do Nápoles 0-0 Chievo.
Na frente, Insigne continua a ser o motor que carrega a equipa às costas com o apoio de Mertens. Os dois jogadores contabilizam 14 golos da equipa na Serie A. A seguir a estes dois jogadores é Milik que aparece a fechar o pódio de marcadores do plantel do Nápoles, mas apenas com 4 golos.
Quem se recorda do polaco, antes da lesão grave da última época, sabe que tem qualidade para chegar a esta fase da temporada com mais golos marcados, visto ser o homem mais fixo da equipa na frente de ataque.
O destaque negativo desta equipa no setor atacante vai para Callejon, que ainda não marcou qualquer golo e começa a não justificar os minutos que leva na competição.
Ancelotti deve agora preocupar-se em garantir novamente o segundo lugar para a equipa do Nápoles e em focar-se na Liga dos Campeões, onde apesar de ter perdido pontos na sérvia, mostrou enorme competência nos jogos com o PSG onde não perdeu e tem bem vivas as hipóteses de apuramento no grupo mais complicado da prova milionária.
Ainda ninguém esqueceu Sarri em Nápoles, mas com tempo e uma renovação na equipa que começa a ficar algo “velha”, Ancelotti pode, quem sabe, surpreender a Juventus e conquistar o título que foge desde os dourados anos de Maradona. Não parece que será este ano, no entanto.