A chegada de Paulo Fonseca ao Olimpo pode trazer o espetáculo a Roma

Pedro Sousa é autor do projeto Bola na Relva e colaborador do Fair Play!

A chegada de Paulo Fonseca ao comando técnico da AS Roma, pode ser vista como uma mais valia para o principal emblema romano. O trabalho do treinador português, principalmente, no Shakhtar Donetsk foi notável. No entanto, a tarefa do ex-treinador do Desportivo das Aves, Paços de Ferreira, SC Braga e FC Porto não vai ser fácil.

Uma carreira que desceu mas está a crescer

Depois do fracasso no FC Porto, Paulo Fonseca teve de reinventar, não a forma de jogar, mas a maneira como gerir o sucesso. Regressou ao Paços e, desde daí, a carreira voltou a crescer em qualidade. Mudou-se para Braga e, depois de uma excelente temporada, recebeu o convite do principal emblema ucraniano.

No país do Leste realizou um brilharete e, agora, captou a atenção de um colosso adormecido. A AS Roma, que até chegou às meias-finais da Liga dos Campeões em 2017/2018, tem um longo caminho para voltar a afirmar-se na Serie A e nos palcos europeus. Não é campeão desde 2000/2001 e tem sentido dificuldades para apanhar o comboio da Liga dos Campeões. A contração de Fonseca, visto pelos rivais como uma jogada arriscada, pode surpreender e criar o ambiente de sucesso que o clube da capital italiana precisa.

O futebol ofensivo, mas com risco calculado na retaguarda, pode encaixar bem no futebol transalpino. No entanto, este mercado de transferências vai ser extremamente importante para a época de estreia do timoneiro. O treinador de 46 anos já tem alguns alvos bem definidos no mercado.

Os ajustes necessários no plantel da Loba

Surgem notícias do interesse de Fonseca em contratar um guarda-redes. Rob Olsen não convenceu e Loris Karius é apontado à baliza romana. O guardião esteve emprestado ao Besiktas nesta época, mas ainda não curou as feridas da final da Liga dos Campeões. Aquela mítica final frente ao Real Madrid, ainda está na memória de todos os adeptos do futebol e a chegada do alemão a Roma, não está a ser vista com bons olhos. Por isso, Dominik Livaković é uma ótima solução.

Com 24 anos e a atuar no Dinamo de Zagreb, o croata está pronto para o salto. No setor defensivo, o português tem de procurar mais soluções. Manolas e Florenzi são titulares de caras no plantel. Um parceiro para o grego vai ser crucial para a formação romana. Marin Pongracic, jogador do Red Bull Salzburg, está em fase de crescimento e pode beneficiar em jogar no campeonato italiano.

Kolarov pode ser a solução no atual plantel para a esquerda, mas o sérvio pode não chegar para a época toda. Marcos Alonso, atleta do Chelsea, parece estar de saída do clube londrino. O espanhol tem características parecidas a Kolarov e pode ser um ótimo reforço para Fonseca. Na zona central do terreno, as soluções são muitas no atual plantel.

Contudo, pode haver um “upgrade”. Zaniolo, utilizado mais na faixa esta última temporada, pode ser o número 10 que Paulo Fonseca necessita. Para guardar-lhe as costas, Pellegrini, Cristante e Nzonzi são jogadores a manter no plantel. Porém, a saída de Daniele De Rossi abre uma “brecha” no elenco. Nicolò Barella, jogador que já conhece muito bem o campeonato italiano, é um acrescento de qualidade no plantel. Donny van de Beek, se a ideia de Fonseca for colocar Zaniolo na ala, é uma opção.

Na zona ofensiva vai ser a principal dor de cabeça de Paulo Fonseca. Aqui, o treinador português pode trazer um elemento da Ucrânia. Taison é um desequilibrador nato e um homem da confiança do técnico. Já tem 31 anos, mas em Itália nunca se é velho para se afirmar. David Neres pode ser um grande investimento, mas um reforço muito importante.

Edin Dzeko está na porta de saída e Gonzalo Higuaín está a ser apontado. Pode ser a solução, mas creio que o emblema italiano precisa de algo mais móvel. Josef Martínez (Atlanta United) e Munas Dabbur (Red Bull Salzburg) são alvos apetecíveis e garantem golos. Se conseguir juntar este elenco, Paulo Fonseca pode afirmar-se no futebol transalpino.