Leicester City: Da euforia de 2016 ao pesadelo de 2022

José Nuno QueirósOutubro 19, 20223min0

Leicester City: Da euforia de 2016 ao pesadelo de 2022

José Nuno QueirósOutubro 19, 20223min0
O Leicester City é uma das revelações da Premier League... pela negativa. Conseguirão os foxes dar a volta a este momento?

A Premier League está ao rubro, como sempre nos tem habituado nos últimos anos, desde o trabalho fantástico de Mikel Arteta no Arsenal, passando pelo renovado Newcastle até ao arranque dececionante do Liverpool ou da armada lusa dos Wolves. Mas há um clube que está a surpreender, e muito, pela negativa, o Leicester City.

O clube que saltou para a ribalta do futebol mundial em 2016 quando conquistou de forma lendária o título de campeão nacional, está neste momento no último lugar da tabela com 10 jogos realizados (pode subir na classificação por ter um jogo em atraso).

Os foxes até começaram o campeonato com um empate em casa contra o Brentord no dia 7 de Agosto, mas daí para a frente tudo correu mal à equipa de Brendan Rogers que perdeu todos os jogos que realizou na Premier League até ao dia 3 de Outubro, sendo que pelo meio passou, após segundo jogo, à próxima fase da Taça da Liga frente ao modesto Stockport.

Convém salientar que dos 10 jogos efetuados até ao momento o Leicester já teve que defrontar Arsenal (F), Chelsea (F), Man United (C) e Tottenham (F), ou seja 4 dos Big-6, o que significa 40% dos jogos disputados, mas a realidade é que nas últimas épocas o Leicester era uma equipa que sempre se bateu de igual para igual e com bons resultados perante os melhores clubes e este ano acabou por perder estas 4 partidas, inclusive contra um Chelsea reduzido a 10 desde os 28 minutos de jogo.

A nível de plantel e comparando com o da época transata onde a equipa foi 8ª a 4 pontos dos lugares europeus o Leicester perdeu apenas dois nomes sonantes, Schmeichel e Fofana, tendo substituído o GR por um veterano do Cardiff a custo zero (Alex Smithies) e o central pelo belga Wout Faes. Há ainda a destacar o regresso de Dennis Praet depois do empréstimo ao Torino.

Poucas mexidas poucas entradas, muita instabilidade! Não deixando de ser curioso que as duas perdas tenham ocorrido na defesa principalmente o setor mais afetado, como mostram os números. 24 golos sofridos e a pior defesa do campeonato, mesmo com um jogo em atraso!

Isto poderá estar ligado a estas mexidas a que temos que juntar a lesão prolongada do turco Söyüncü e de Ricardo Pereira que obriga a que a equipa alinhe normalmente com Danny Ward na baliza, James Justin na esquerda, Jonny Evans e Amartey no meio com Castagne a ocupar a lateral direita.

De facto as lesões e as vendas tiraram 4 titulares a esta equipa, já para não falar de Bertrand que seria um lateral esquerdo de raiz de modo a que Justin não tivesse que ser adaptado, e colocam a nu todas as debilidades para jogar a este nível. Danny Ward com 29 anos tinha 3 jogos realizados na Premier League, Evans com 34 anos há muito que se relevou insuficiente para o alto nível do futebol inglês ainda no Man United e Amartey apesar do esforço ainda parece muito longe do nível de Söyüncü (quanto mais de Fofana) e já vai perdendo o lugar para Faes que fez apenas 4 jogos este ano mas todos muito recentemente.

Nem o meio campo e ataque compostos por Tielemans, Maddison, Ndidi, Vardy, Daka, Iheanacho ou Dewsbury-Hall tem conseguido compensar o descalabro defensivo da equipa, apesar dos 15 golos já apontados apenas piores que 7 equipas (City-33; Arsenal-24; Tottenham e Liverpool-22; Newcastle e Brentford-18 e Fulham-16), isto igualmente com 1 jogo de atraso para algumas equipas. Números bastante positivos e superiores aos de Chelsea ou Manchester United que ocupam lugares cimeiros na tabela.

Conseguirá o Leicester recuperar e aproveitar o bom momento de forma (4 pontos nos últimos 3 jogos) ou poderá ser mesmo esta uma época para esquecer dos foxes?

leicester
Fofana era um dos pilares da defesa do Leicester. Uma defesa que ficou bastante permeável com a sua saída. (Fonte: Sky Sports)

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