Análise à época 2017/2018 na Premier League
Já com as cortinas da Premier League em baixo, é altura de olhar para trás e analisar o que foi feito no primeiro escalão de Terras de Sua Majestade.
Tanto no ínicio da época, como a meio da mesma, elaborámos artigos que referenciavam a atualidade da Liga – aconselhamos a leitura dos mesmos, para que consiga comparar o que prevíamos, com o que realmente aconteceu. Com o passar do tempo, as opiniões foram mudando e fomos alterando as previsões. Começámos por colocar equipas na órbita do título, mas que cedo, apesar de estarem nos lugares cimeiros, se afastaram dele; por dar algumas equipas como certas na luta pela manutenção, mas que nos provaram que tinham mais que qualidade para se manterem na Premier.
No topo, o Manchester City foi, desde cedo, a equipa que pareceu mais forte e mais capaz de trazer o troféu para casa. Dominava os jogos com facilidade, eram muito coesos defensivamente e quando a finalização falhava, lá chegava uma individualidade de Sané, Sterling, De Bruyne, Jesus ou Aguero. Na 2ª época de Guardiola ao leme da turma de Manchester, a expectativa era alta e o modelo implementado foi completamente arrebatador. Os cityzens superaram a centena de golos marcados e alcançaram a de pontos, algo que raramente está ao alcance de alguma equipa.
De referir que a campanha europeia deixou um pouco a desejar, devido à grande qualidade e profundidade do plantel que, para além de poderem dominar a nível interno, também o poderiam fazer a nível internacional.
Terminaram com mais 19 pontos que o segundo classificado, o Manchester United que, na segunda temporada de Mourinho, não conseguiu reerguer o histórico e fazê-lo voltar ao sucesso interno. O segundo lugar foi mais disputado do que o primeiro e esta sim foi uma luta quase até ao fim. Tottenham e Liverpool entraram nesta disputa e garantiram os lugares de acesso à Liga dos Campeões. O atual vice-campeão europeu foi a 2ª equipa que marcou mais golos, contando a ajuda do egípcio Salah, que foi condecorado com o prémio de melhor marcador, com 32 golos.
Os spurs fizeram uma temporada calma, a morder os calcanhares aos red devils, mas sem nunca convencer ou a mostrar algum poderio que os fizesse sonhar com o título. A turma de Klopp, por outro lado, destacou-se pela sua veia goleadora e pela fantástica campanha europeia, como já mencionado.
A fechar o top-6, estão mais 2 equipas que, no início poderiam chegar ao título. O Chelsea não conseguiu revalidar o título e acabou apenas por garantir a passagem direta à fase de grupos da Liga Europa, a 5 pontos do 4º classificado. Na mesma posição está o Arsenal, que mostrou precisar de uma renovação, acabando por já ter acontecido e ter entrado Emery para o lugar de Wenger.
Temporadas abaixo da média para estas 2 equipas. Os blues mostraram algumas debilidades internas, sendo Conte o principal protagonista. Falamos dos problemas de Diego Costa que, muito provavelmente, afetaram o resto do balneário, nunca tendo o mesmo “sangue na guelra” da época passada. Quanto aos gunners, a questão prende-se com o timoneiro francês que já parecia andar um pouco perdido e desolado quanto à sua própria prestação.
Ainda com a Europa no horizonte, está o Burnley que vai jogar a 3ª pré-eliminatória. Acabou num bem consolidado 7º lugar, a 9 pontos do 6º e com 5 de vantagem para o 8º. E talvez o Burnley seja o grande destaque desta edição da Premier League. Uma equipa que, iria, à partida, lutar pela manutenção, consegue, não só garantir isso desde cedo, como consegue ainda mais: a possibilidade da Europa.
E este destaque para os clarets vai pela fantástica capacidade de gestão do plantel que Sean Dyche teve. Fez muito com pouco; quem diria que aquele plantel era capaz de ser o 1º atrás dos big-6? Por outro lado, há que destacar o Everton, que apesar da bela 2ª metade de época que fizeram, era preciso mais, pelo que tinham.
Foram quase 200 milhões de euros gastos em jogadores e os resultados tardaram em aparecer. Mas aqui é que o artigo se torna interessante. Deste 8º lugar dos toffees até ao 20º, são 18 pontos de diferença. A luta foi até ao fim nestes lugares, claramente, alguns mais descansados que outros, mas uma série de vitórias ou derrotas poderia decidir muita coisa.
Continuando até ao 12º lugar, contamos com 4 equipas que fizeram o seu caminho de forma tranquila, não querendo atingir muito mais do que fizeram e tendo sempre um olho na manutenção. São elas, o Leicester, o Newcastle, o Crystal Palace e o Bournemouth. As últimas 3 terminaram com os mesmos pontos: 44, e o Leicester, campeão de há duas épocas atrás, com 47.
Destaque para os magpies e para os cherries que pareciam ter vários problemas com a manutenção, mas conseguiram superar-se aos demais que ficaram para trás.
Já virada a 1ª metade da tabela, há que falar das equipas que lutaram intensamente e até ao fim, pela manutenção. O West Ham, o Watford e o Brighton foram quem conseguiu safar-se mais cedo, mas só puderam baixar os braços nas últimas jornadas.
Os hammers com 42, os hornets com 41 e os seagulls com 40, conseguiram fugir aos dois clubes que se mantiveram na Premier: o Huddersfield e o Southampton. Com muitas dificuldades e a apenas 4 e 3 pontos da linha de água, respetivamente, mantém-se e têm, na próxima época, nova oportunidade de mostrarem aquilo que não mostraram.
Principalmente para os saints, que estiveram muito abaixo das expectativas, onde poderiam fazer muito mais e melhor. Destaque também para a fraca finalização dos terriers que foram a equipa que menos marcou, a par de outra.
A chegar ao final, há que falar nas equipas que acabaram o ano a chorar pela infelicidade que é sair de perto daqueles que mais sabem de futebol. Falamos do Swansea, do Stoke e do West Bromwich. Realçar a fraca prestação dos potters que, à imagem do Southampton, pareciam ser capazes de muito mais. Evidenciar também o bom trabalho de recuperação dos swans, com Carlos Carvalhal, já que em dezembro, ninguém dizia que a equipa do País de Gales, conseguia ter quaisquer esperanças. Quanto aos baggies, de referir que as várias mudanças de treinador não ajudaram e acabaram por deixar o clube no último lugar da tabela classificativa com 31 pontos.
Terminada mais uma edição da Melhor Liga do Mundo, aludir, em jeito de conclusão, que apesar de não ter sido uma luta tão intensa pelo título, foi um campeonato muito bem disputado nos lugares mais baixos. Há que olhar também para esses clubes, que muita coisa de bom se fez e também são eles que fazem da Premier League, a Liga mais apreciada no Mundo.