Zanoli é a peça que falta ao puzzle do leão?
O Sporting mudou claramente de estratégia neste mercado de verão tendo investido mais dinheiro que o habitual e num número mais reduzido de atletas. Até ao momento chegaram Gyokeres e Hjulmand, sendo que agora as fichas estão todas no italiano Zanoli.
O Sporting assumiu uma estratégia de ter no mínimo 2 jogadores por posição com um atleta da formação à espreita da vaga. Isto confirma-se na baliza com Adán e Israel como apostas e Calai a evoluir, nos centrais com Coates, Diamonde, Inácio, Juste, Quaresma e Neto a servirem de inspiração a Muniz, na lateral esquerda com Nuno Santos, Reis e o jovem Afonso Moreira, no meio com Hjulmand, Morita e Bragança a apoiarem Mateus e Essugo, e na frente com Gyokeres e Paulinho a ajudarem Rodrigo Ribeiro a crescer. Apenas a lateral direita conta com Esgaio e o jovem Catamo, falta claramente uma peça chave aqui.
Olhando para a equipa do Sporting em 3x4x3, é evidente a influência dos laterais na manobra quer ofensiva, quer defensiva da equipa. Se no início havia Nuno Mendes e Porro, dois jogadores predestinados e que voaram para ligas de maior calibre, hoje a abordagem é completamente diferente. Existe uma ideia mais conservadora e defensiva com Esgaio e Reis e uma mais ofensiva com Catamo e Moreira, mas Amorim privilegia claramente o tipo de atleta que é eficaz nos dois processos e por isso Nuno Santos é o titular indiscutível na esquerda e por isso Zanoli faz tanta falta ao leão.
Zanoli é um ala com uma grande disponibilidade física e capacidade para atacar o corredor em velocidade, não se inibindo de aparecer em zonas adiantadas e de decisão. Aliado a isto o ala do Nápoles ainda defende com extrema qualidade a que junta também a boa envergadura física que usa nas bolas paradas. Não é um jogador com o mesmo jogo interior que Esgaio proporciona em campo, nem é o ala que parte constantemente no 1×1 para arranjar espaço para rematar como Catamo, mas é muito mais completo no campo e naquilo que é pedido naquele posto. Tapado em Nápoles pelo incrível Di Lorenzo, nunca se conseguiu afirmar em Nápoles e procura agora a saída aos 22 anos.
Com 35 jogos realizados na Serie A, fez 2 golos e 2 assistências, tendo ainda 3 partidas nas competições europeias (2 na Champions League e 1 na Liga Europa). Parece em tudo um processo semelhante ao de Pedro Porro que estava tapado num dos maiores clubes europeus e precisava de sair da roda de empréstimos em que estava inserido. Um bom sinal é o facto de Rudi Garcia não querer abdicar dele como alternativa na direita, sinal de que alguma qualidade identificou no atleta.